Maternidade
Pela Sabedoria do Tempo aprende se que as mesmas coisas e os mesmos acontecimentos, passam a ter novos sentidos na vida da gente com o passar dos anos. Assim dizendo, hoje tive uma alegria enorme quando me deparei com um fio de cabelo retorcido e branquinho, preso a tampa da garrafa térmica de cafe durante o lanche da tarde, com minha filha-mãe de noventa e quatro anos. Desconheço forma de carinho maternal maior. Saber que ela ainda cuida de mim.
Desde o momento em que cheguei na vida dela, perdi as contas de quantas vezes ela me montou e desmontou em laços de amor, deixei de contar as tristezas e planejar meu futuro pelo dia de hoje. Ela trouxe a bagunça que só uma mãe que não gerou no útero pode trazer.
Ela tinha medo de errar, e por essa razão, errou muito. Errou mais do que deveria, mais do que poderia. Errou mais do que qualquer outra mãe erraria, errou por não ter recebido nenhum manual de instrução de como lidar comigo.
Era engraçado como, mesmo depois de ter filhos, você nunca parava de precisar da sua mãe. Na verdade, eles faziam você precisar mais dela.
Existe desde sempre uma só Lei da Vida, de forma imutável. Antes de pensar em gerar uma criança, cada qual deveria criar uma planta. Caso a planta, se atrofiasse, abatesse, debilitasse, definhasse, deprimisse, seria muito bom que cada qual seguisse sozinho e amassem os filhos do mundo.
Porque é isso que as mães fazem. Protegemos as verdades mais difíceis de nossos filhos para mantê-los seguros. Nós levamos o golpe para que eles não precisem sentir a dor.
Entre a opção de ter ou não ter filhos, eu optei por não tê-los mais, justamente para não entregá-los aos cuidados de estranhos. E, creio eu, isso também é dom materno.
Ser mãe é amar acima de tudo, mesmo que os filhos não correspondam a suas expectativas, mesmo que eles não sejam perfeitos como você gostaria, porque ninguém é. Ser mãe é querer proteger, sim, e até controlar um pouco, porque não queremos que os filhos sofram.
Minha cria...
Filha minha, minha cria
minha luz que me conduz
trouxe-me a paz
que em meu peito fez nascer!
(para Niara e Íris)
Ser mãe...
É viver um mundo mágico constante
É voltar a ser criança involuntariamente
É você olhar para sua cria e mesmo no ápice do seu Cansaço é você ceder ao seu capricho, tudo por UM sorriso!
É você se doar diariamente por amor, sem querer nada em troca
Ser mãe é proteger sua cria com todas as suas forças
É querer vivar eternamente e ter a certeza que já são "donos do seu nariz"
e dizer agora pode ir.
É você que ilumina minha vida e aquece o meu coração. Com todo respeito ao brilho do sol, que deixa os dias mais lindos, convenhamos; você, filha, é minha luz preferida.
Sempre reflito sobre as duas mulheres que levaram a Salomão uma criança, pleiteando a sua maternidade e uma delas declarou o seu instinto quando concordou da decisão do sábio Rei em cortar a criança ao meio.
A maternidade é uma doença incurável. Em alguns casos, a paternidade...
Há algo de ameaçador em uma mulher que não está ocupada com os filhos. Uma mulher assim provoca certa inquietação. O que ela vai fazer então que tipo de problemas ela vai arrumar.
Sendo mulher, você não pode simplesmente dizer que não quer filhos. Você precisa ter algum grande plano ou ideia do que você vai fazer em vez disso. E é bom que seja algo incrível. E é bom que você consiga dizer de forma convincente qual vai ser o enredo da sua vida – antes mesmo que ele se desenrole.
