Mãos
Indi(Gente)!
As mãos sujas pelo mau trato da vida, vasculha de forma bruta o saco junto ao meio fio, a cada volta da sua mão na aquele paraíso de sobras humanas, faz escapar o fedor de toda uma sociedade que ignora sua existência.
O rosto baixo com o corpo meio curvado e os olhos tristes, como quem se esconde de outros olhares falsamente piedosos, ouve múrmuros quase imperceptíveis, embora sua cabeça insista em lhe alucinar, que seja sobre sua humilhação.
Sem saber que horas são, sem se importar que seja dia, noite, ou madrugada a fora, sem obrigações legais, sem obrigações sociais, sem falsas ideologias ou filosofias baratas. Apenas com a esperança de encontrar uma sobra que possa comer, ou vender para conseguir poucos centavos.
Mesmo que seu sofrer lhe de motivos para sorrir, dificilmente saberia que se trata de felicidade, pois a pele queimada do sol e marcada pelo descaso, já não tem a sensibilidade necessária para sentir algo além da dor. Acostumou-se a dar passos vazios, há ser invisível, há ignorar seus sonhos e desejos, não poderia ser nada além de alguma coisa qualquer, quase que um objeto decorativo, essencial em qualquer sociedade trincada e obsoleta.
Percebe que não é bem vindo, percebe que não sabe para onde está indo, e que de alguma forma é motivo de risos, indelicados e indecisos. Que com suas marcas estampadas, seres ligados no automático esquecem-se de vestir-se de humanidade. Seu olhar corre pelas calçadas mal cuidadas, pelos muros pichados, uma cidade morta, cinza e explorada pela incessante busca de poder aquisitivo, que não se lembra mais qual é seu verdadeiro objetivo.
Pensa com sigo mesmo, como mudar, como sobreviver a esses tempos tão incertos, não poderia ser ele o único invisível em um lugar que parece ser bom apenas para sobreviver. Aos poucos se levanta, exalando o cheiro de seu viver pelos poros entupidos de verdades nunca ditas, abandona o saco, já sem nada para lhe oferecer, da alguns poucos passos com seus pés calejados, prostrando em frente aquilo que pode ser mais uma refeição, cai uma lagrima lhe dando esperança de que ainda não foi totalmente destruído e que lhe resta uma gota de humanidade e assim segue sua sina, imposta por outras línguas que não conseguem identificar o sentido da vida.
ESCREVER
Minhas mãos já calejadas
Continuam a escrever,
A descrever,
A crer,
A ver.
Ontem eu escrevia,
Hoje escrevo,
Amanhã escreverei,
O motivo disso eu nem sei,
Mas como alguém já citou no passado:
“Só sei que nada sei”
Os gestos são o início de tudo.
Primeiro vem as mãos.
Depois de irmãos,
vem o afago.
Depois do afago o sorriso,
depois do sorriso,
o abraço.
Depois do abraço,
tudo se desmancha em beijo
ou se desmorona o paraíso.
- Um dia vou estar do seu lado, de mãos dadas com você, espere de joelho até eu te pedir em casamento. (:
Em Suas Mãos
Misturei as palavras tentando fazer com que você se tocasse da resposta. Me olhou com um sorriso entreaberto exalando contentamento.
Poderíamos sair dali e viajar nesse mundo onde tudo o que mais temos são palavras que se emudecem pela perfeição do conteúdo.
Se lembra de tudo aquilo que nunca vivemos? Aqueles encontros seguidos de boas conversas e bons risos?
Era certo demais, tão fantasioso que nem acreditávamos na realidade com os carros passando em volta. O vento soprava seu cabelo enquanto eu servia mais um copo com sua bebida predileta. Gostava de manter pose fina, elegante, já eu, um desajeitado por natureza, quebrava o tempo com minha língua travada.
Então você me olha como se a fé do mundo pudesse corrigir todos nossos erros já cometidos. Gosto por ser simples e verdadeira, por não criar um mundo iludido de sonhos jamais realizados. A vida é muito rara e curta para invenções.
Nos conhecemos para dar sentido à vida que levamos, quem sabe também um pouco de descanso de tudo o que nos pesa no dia a dia.
Se nossos pecados estão em débito, juntamos o máximo que pudermos para viajar o mais distante de qualquer fatura recebida pelo correio. Os dias merecem sol e céu azul.
Pena que sempre acaba na melhor parte!
A escolha está em minhas mãos:
Hoje eu posso enxergar minha vida vazia
ou posso alegremente receber
o Milagre de Um Novo Dia!
Essa força que vem da união de nossas mãos é coisa divina, é laço eterno, é acolhimento sem fim.
É a vitória do ser.
Quando você está com as suas mãos entrelaçadas comigo, eu posso tudo. Posso sonhar que vou chegar, que vou vencer e que a minha casa será o lar mais aconchegante do mundo todo.
Você pode até não saber, mas essa força que vem de você é milagrosa!
Simplesmente milagrosa.
SANGRANDO.
(...) Um dia, suas mãos ficaram sobre as minhas...
Olhei em seus olhos azuis,
Que me refletia em um futuro amor platônico.
Daquele momento em diante,
Nasceram borboletas em meu estomago...
Em meus pulmões ofegava, a ansiedade que me sufoca.
De querer estar do seu lado, a cada momento da minha vida.
É difícil para não expressar-me de palavras claras em frente á tua face,
De guardar só para mim tamanho sentimento.
Este teu silêncio me dói...
Corrói-me por dentro, e alimenta esta minha esperança cada vez mais.
Teu abraço que nunca lhe tive em meus braços, o beijo que nunca te dei e tua pele branca que nunca toquei... Hoje só tenho em meus sonhos.
O tempo começou a passar e antes que percebas,
Você está congelando comigo.
Há tempos á trás eu tinha me fechado para o amor,
E eu não precisava sentir mais dor...
É tarde, foi tudo em vão...
Eu estou enlouquecendo por causa desta paixão.
Algo aconteceu quando estive com você pela primeira vez,
Meu coração derreteu pelo chão...
Pois, neste mundo de solidão, eu ainda enxergo seu rosto.
Hoje a vida me leva paz,
Por causa deste sentimento iludido, alimentado por falsas esperanças.
Mais ainda te aguardo, com meu coração entre minhas mãos.
Você pode me machucar com seu silêncio, com tua frieza...
Mais sempre estará viva uma chama que me queima por dentro.
E enquanto você me corta...
Eu continuo sangrando,
Continuo sangrando de amor.
Como é difícil perceber que a minha vida não existe sem você,
Como é difícil caminhar sem suas mãos para tocar.
Deus coloco em suas mãos toda a minha dor, todo o meu amor, coloco todos os meus sonhos, todas as minhas lembranças e toda a minha saudade. Sinto falta dela senhor.
Mãos leves disparam seus toques quando todos os olhares se desviam para as nuvens. Parece que vai chover! Pingos se lançam ao chão. Como anjos caídos do firmamento eles se precipitam e nos lavam com a singularidade de um instante. As gotas poderiam atrapalhar o nosso sono, mas a vontade de estar perto supera a força de qualquer temporal.
