Machado e Juca Luiz Antonio Aguiar
Aprendi a não valorizar os livros e as pessoas pelo preço, pelo rótulo, pela beleza da capa ou pelas assinaturas.
Muitas pessoas não sabem, nem querem saber, que a ignorância e a indiferença são o maior problema da nossa sociedade.
Muitas vezes, as bocas que mordem são as mesmas bocas que beijam, e as mãos que aplaudem são as mesmas mãos que apedrejam.
Quem diz que é sempre feliz
leva a vida a brincar,
e não pensa no que diz
porque é melhor não pensar.
Desfarelo aqui dicções,
neste texto em contrapé,
pra plantar em dois talhões
os da boa e os da má-fé.
I
Ao abrir a minha mão,
saltam letras trepidantes,
as mesmas letras que antes
amanhei com o coração…
pula o Z, todo gingão,
com as suas zorações;
rima fome com cifrões,
mete alhos por bugalhos,
e aqui nestes trabalhos
desfarelo aqui dições…
II
Entretanto, o calmo H
junta dez letras, ou mais;
faz caretas às vogais,
cultivando o seu maná…
diz ser fã do que não há,
é um fã do que não é,
como um vento de maré
duvidosa e bailarina,
apregoa o que imagina,
neste texto em contrapé…
III
Encruzado, bem selecto,
diz-me o X, bem divertido,
quase junto ao meu ouvido,
novidades do alfabeto…
E, então, num tom secreto,
denuncia as inflexões
aplicadas nos chavões
inventados a preceito,
que me dão imenso jeito
pra plantar em dois talhões…
IV
Meto algumas consoantes
no alfobre da direita,
mas a esquerda não aceita
gatafunhos circundantes;
planto versos abundantes
com estâncias de banzé;
curto a letras, e até
meto água nas carreiras,
onde cabem nessas leiras
os da boa e os da má-fé.
Barba por fazer, sobrancelhas fartas,
olhar de quem sabe as coisas mais sérias;
recorda, no espaço, prazeres e misérias,
as lutas de classes num jogo de cartas...
Assina as passagens de toda a encosta,
com partes de tempo banhado na esperança;
o casal de rolas, aquela criança,
e aquela pergunta que foi sem resposta...
Lá vai destilando, em passos incertos,
tudo o que consome parece estar pago;
caminha, valente, vai pra Santiago,
que já se vislumbra de braços abertos...
A primeira lei que criava neste país: os políticos terem de justificar as promessas que não cumprem e serem condenados por isso.
As pessoas deviam pedir mais vezes perdão do que desculpa, ao invés do que fazem, porque pedir desculpa é mostrar arrependimento por um acto involuntário, e pedir perdão é a contrição de uma acção voluntária.
A vulgaridade atrai sobretudo os oportunistas. E há quem brinque com a sensualidade para que a vulgaridade tenha muito sucesso.
A autoestima não depende de as pessoas gostarem de nós, mas sim de estarmos bem connosco próprios se as pessoas não gostarem.
Se nos olharem dos pés à cabeça e começarem a rir, devemos dar graças a Deus, por contribuirmos para a felicidade dos idiotas.
A falsa modéstia é - mais ou menos - aquela personagem que se olha muitas vezes ao espelho na história da Branca de Neve.
O que é que "arde sem se ver" quando as pessoas se tentam queimar umas às outras? O "amor" de Camões não será, certamente.
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