Machado e Juca Luiz Antonio Aguiar
ENVAIDECER
É como o poeta dizia,
pirilim, lulin, lulin...
As flores d'aquele dia
soltaram pétalas para mim,
os ponteiros do relógio
pulou suas horas sem fim.
As falas do oratório
oraram rezas de pasquim...
Os grãos da ampulheta
Pirulin, lulin, lulin!
Se os ventos não me levam
Oh vida, me deixe aqui!
Me deixe aqui assistindo vermes
entalar-se com silicone
essa invenção que envaidece
criada pela mãos dos homens.
Antonio Montes
RUMO DO MUNDO
Minha sina que no quadro
tentaram fazê-la na pinta...
Erraram perante o esquadro
e na tonalidade da tinta.
Essa pinta que desafina
... Tingiram com marrom,
esboço marcado,
e rascunho sem prumo.
Depois do prumo sem fundo...
Agora, estão tentando
achar o rumo do mundo.
Antonio Montes
DE NINGUÉM
País de quem... Meu? Seu?
Das pragas dos pagas que paga
até as palavras ficarem gagas!
Dos planos que lavra os anos
... Panos quentes desenganos...
País sem fundo
enfunando nos sonhos
chafurdando o mundo.
País em caos do abandono,
aonde tudo se paga e nada!
Nada é meu, nada é seu.
Esse país é de quem?!
De donos que não são donos...
Meu bem, meu bem!
Esse país... Não é de ninguém.
Antonio Montes
10/02/2018
Bom dia Alegria!
O tempo não é apenas de carnaval,
é seu,
é nosso
e de quem mais desejar e souber fazer a hora.
O relógio do tempo apenas aponta o momento de recordações,
tradições, comemorações e deixa o povo se virar
(cada qual em seu quadrado)
Carnaval não é apenas desfile de escolas de samba,
de blocos
ou de euforia exagerada.
Ele expõe a dignidade do povo,
que na euforia da zorra
zombra das próprias dificuldades e problemas do tempo.
Joga fora tudo que acumula em seu interior
e se embriaga na ilusão do prazer.
E de carnaval em carnaval
vai com toda dificuldade se encontrando
e encontrando-se consigo próprio,
até delinear sua personalidade e imagem
que sempre pintou e desejou ter
e que agora materializa-se à custo de muitos carnavais.
"Se carnaval oferecesse enxada para trabalhar,
brasileiro com certeza seria imbatível na São Silvestre!"
"Deixe o povo sambar e se divertir,
e que seja apenas um oásis na lida da vida,
desta dura caminhada"!
ESPERA DO PERDÃO
Estou aqui, me desmanchando
em lagrimas diante de ti.
Não espero piedade dos seus olhos
... Compreensão, quem sabe?!
Uma lagrima de coerência do seu coração.
Eu errei, sim, sim! Eu sei... Mas agora,
soltei dinamite no meu orgulho
para tentar viver outra vez...
Não espero perdão assim
mas tudo que quero
e que você de uma chance para mim.
Noites em branco,
momentos enterrado no silencio
solidão... Ah solidão!
Quantas lagrimas despedaçada por ti!
Em fim, acho que paguei pelo meu erro
... Quero viver, tudo que espero
o perdão vindo de você... O sorriso...
Sorrir amar, amor é tudo que venero.
Antonio Montes
SEMÂNTICA
Vivemos a tons de musica cáustica
corroendo o silencio de uma hera
desprovida de requintes e técnicas,
adversa a ética dos gêneros
da fonética universal e humana.
Estamos em uma época de...
Timbres tímidos de ouvidos
corroídos, queimados pelos tinidos...
E assolados pela ignorância mundana.
Com as falências das semânticas...
Nem é bom estar contigo, não te
ouço não me ouve ninguém escuta!
Somos surpreendidos o tempo todo
pelos importunos e mordaz estilo
musical do ultimo milênio.
... Batuque de encruzilhadas,
aparelhados por rebolados antiético
e palavras de histerias...
Agressivas, obscenas e imorais.
Antonio Montes
12/02/2018
Bom dia
Hoje o tempo é de alegria
aproveite o dia sorria, capriche,
se preciso for,
vá até o espelho e acerte os detalhes.
faça beicinho, charminho e,
advinhe quem você acabou de ver?
"Você! ...verdadeira artista do cenário genial!
"Vejam essa maravilha de cenário:
É um episódio relicário,
Que o artista, num sonho genial
Escolheu para este carnaval.
E o asfalto como passarela..."
(Martinho daVila - Aquarela Brasileira"
Hoje o tempo é de euforia, folia, amanhã quem sabe,
a lembrança da alegria traga mais energia,
e mais força ainda para vibrar e viver.
Viva bem, viva o momento presente
com responsabilidade, alegria e satisfação!
FLASH DE LUZ
No dia em que você deixar de viver,
... A felicidade estará emoldurada
e pendula, enquadrada no tempo...
N'uma sala de uma vida qualquer.
A felicidade, será um quadro na parede
onde você só conseguirá adentrar ao
presente, através dos sonhos passados,
os quais só andará sob as cores de uma
pintura colorida, feitas pelas mãos
hábil de um pintor morto.
Através das suas recordações você
andará pelas areias cheias de grãos,
enredada pelas, águas, arvores,
cachoeiras e campos verdejantes.
Ali, na pintura da sua sala estará a
saudade...Tomando o espaço amplo
do quadro, sucumbindo o sorrir da vida
e presenteando-te com as lagrimas das
lembranças coloridas.
A mente prega peça na gente... Quando
tudo que temos e a colocação de um
passado anterior! E as nuances das cores
mortas, sob lembrança de uma vida, em
um, velho e cupimzado, paspatur, de uma
tela. O existir, esta ao escuro de um
passado rascunhando, como se fosse
um dardo, projetado sobre o futuro
flash de luz.
Antonio Montes
Olhava as crianças brincando
com os pássaros na calçada
e não conseguia distinguir
de quem eram as asas
BORDADO DO BEIJO
O beijo é uma bela poesia...
Que duas bocas constroem
com rima, libido frenesia
na anciã que nunca dói.
Estrofes que galgam liberdade
para o lampejo do desejo voar
enchendo corpos de felicidade
e sentimento de calhííente amar.
O beijo dedilha, fulgor da chama
e de um, sustenido chamego
em dois corações que se ama
trocadilhos de íntimos desejos.
O beijo molhado na boca
afoga a tímida timidez
borda no corpo notas locas
enterrando a sensatez.
Antonio Montes
13/02/2018
Pois é Sr. Carnaval então o sr. se vai?
Foi bom tê-lo conosco,
Ajudou o povo a se unir, esbarrar e em bloco festejar sem cessar.
E como se diz: O ano sempre começa, de verdade, depois do carnaval!
Acho que estamos prontos:
Já homenageou-se a classe política,
vícios e desperdícios,
e até pro judiciário sobrou.
Povo que desfila unido no carnaval ganha sempre notaaaaa dezzzzz...
No carnaval tem cadência,
passos minimamente calculados,
gingados engraçados,
tudo enfim bonito, coisa e tal...
Só mesmo na vida real que é meio sem graça,
ninguém se entende na cadência,
passos tropeçam,
no gingado nem sempre dá para se virar nas contas à pagar,
tudo enfim "complicado!"
Horrível esta vida sem carnaval, mas fazer o quê, né...
dançou ... dançou, não dançou, não dança mais, só no ano que vem,
Agora é guardar a fantasia,
aproveitar e rezar a Ave-Maria, que o tempo é de penitência
e a Quaresma chega para te abraçar.
Eitaaaaaaaa....
Chegou a conta da folia: pecou? Agora ajoelha no milho!
14/02/2018
Hoje o dia nasceu sob os auspícios de St. Valentin (Valentine's Day)
Todo dia que se comemora o amor,
sempre pinga uma gota de esperança em cada coração que respira o amor.
O amor de corpos que se unem e se fundem
buscando objetivos comuns e caminhos que se conjugam.
Neles o verbo amar
sempre busca sempre no "tempo presente"
a conjugação do "pretérito mais que perfeito"
como envolvimento que não se esgota:
pereniza-se e se eterniza.
Amar é viver com os pés na terra
e o coração no céu,
tal a intensidade que o sentimento agita o ser.
"Viva sempre respirando amor,
transbordando de amor,
se doando com amor!"
15/02/2018
Ontem comemorou-se o dia do amor em alguns países:
"St.Valentin Days"
Tanto ontem como hoje,
como anteriormente ou futuramente,
o dia do amor continua vibrando e existindo ao longo dos dias
que se seguem como
fonte de água viva,
que jorra initerruptamente,
abençoando e edificando vidas.
O amor é a ação voluntária de corações em sua mais pura manifestação de carinho e acolhimento.
"Nossos dias não se medem pelos minutos, horas ou tempos passados,
mas sim em momentos vividos, na plena ação do amor e luz!
FIO DA FACA
De moto na estrada
na chuva sem capa
molha o coro, a camisa
... Molha a calça...
Molha a vida atrevida
com a vida que empaca
o doce da doce vida
no fio da velha faca.
Molha o calor smilinguido
e o pasto d'aquela vaca
o esquema de bandido
e os grãos seco da safra.
Os, aperreios do calor
molha com suavidade
o adeus do grande amor
e os ventos da saudade.
Antonio Montes
16/02/2018
Bom dia é...
Um tempo que nos seduz!
Para cada fração de tempo pode haver apenas um simples passo,
piscar de olhos,
ou espera interminável.
Porém enquanto olhos se fecham e abrem
um turbilhão de coisas podem ocorrer.
Vidas podem alterar de rumo,
comportas vazarem
e rios transbordarem.
A vida é feita de surpresas
e em cada uma delas há sempre esperanças
de que sejam hora e vez da realização de nobres desejos.
O tempo está sempre disponível:
para quem tem tempo,
doa tempos
e faz o tempo a seu modo e gosto de ser.
O tempo é precioso para quem está atrasado,
controlado para quem está adiantado,
e moderado para quem caminha em cima da hora.
"A vida é curta para se contar em tempo,
mas se tempo maior eu tivesse,
mais vida e amor,
a ti eu doaria, só para vê-la sorrir
e de felicidade vibrar!"
A RETA E O GATO
Seu gato... Cadê a reta, cadê a reta
que você cerca, para que não
possam passar?!
Que flecha é essa, de qual arco ou
retrato... Que atiram e acerta...
Na asa d'essa caneca,
na roda que breca...
Ou na proa da canoa
que aborda na velha borda abobada
na hora incerta do velho mar...
Seu gato... Gatuno noturno
infortúnio! O que tem feito ao
velho mundo, por qual você acha,
que só você pode andar!
Não vê, que a vida assim sem mim...
Só você navegando por ai, por aqui,
não terá meio inicio,
muito menos... Meio fim.
Antonio Montes
NOTA DE UM FONEMA
Era noite...
E o fonema de uma sanfona
toda em tema...
Fazia se ouvir pelos pensamentos,
cabelos marias-chiquinhas e diademas.
Enquanto a musica bradava
tomando espaço do salão...
A velha vitrola com sua pilha cansada,
atontava o dono d'aquela canção.
Entre uma nota e outra, timbres,
suspiros, passos e contrapassos...
Saias rodadas rodavam, rodavam
arfando seus desejos na marcação.
Enquanto isso... Olhos siricutiavam
a desenvolturas dos ventos, junto
aos buchichos e o fulgor dos desejos
e os tics-tacs sonhado do coração.
Antonio Montes
IMPORTÂNCIA
A primeira vez que me deixaram...
Me perdi no sono, acordei sob choro
de um pesadelo incontentável e a
noite, sob minha solidão... Vaguei
pelos passos pesados das passadas
da lua. Atirei minhas lagrimas
na calçada da rua, até então, crua.
A segunda vez... Chorei, chorei
... Chorei como alma desvalida
encharquei meus olhos com aquela
neblina árdua e atrevida.
As outras vezes que me deixaram...
Não sei, não sei, não sei como fiquei!
Já não chorei para os olhos, apenas,
esfreguei minhas pálpebras, e
enxuguei minha pupilas feridas...
Hoje eu entendo, que em todas as
vezes, eu dei mais importância mesmo
para minha incansável vida.
Antonio Montes
