Machado e Juca Luiz Antonio Aguiar
UM CAFÉ, UM SORVETE E UMA CONVERSA (PART I)
Era hora do sol sair de cena vagarosamente – bastava que oferecêssemos nossa atenção a ele e lento fazer-se-ia -, pois assim podíamos apreciar a chegada do ocaso. E assim o foi. Neste dia preferi por passear sozinho. Nada como uma tarde em boa companhia, a minha própria. Longe desta ser uma postura egocêntrica, mas apenas uma atitude de alguém que aprendeu a apreciar a sozinhez de quando em vez. Enfim, já andando por horas decidir sentar-me para sossegar as pernas. E com isso permitir com que os ventos dos 4 cantos apossassem-se de meu corpo. Fiquei ali e relaxei por alguns instantes. Já saciado do banho das brisas fui até uma loja para comprar algo para beber, pois a “sede” fez-se presente. Olhei, olhei novamente, contudo tantas eram as opções com as quais me deparei no cardápio que me fizeram não conseguir nada escolher. A atendente – que por sinal fora educadíssima – disse-me a seguinte frase: “O que acha de um simples, saboroso, clássico e não tão quente café?”. Claro, disse eu. Como não pensei nisso antes. Adorei a pedida. Escolhi, então, um lugar distante e silencioso – como de costume - para acomodar-me e degustar pacientemente o meu café. Nisso, vejo chegar ao mesmo estabelecimento em que estava uma “amiga” – essas aspas que sempre me amparam. Sabe aquela moça pela qual você já foi apaixonado nos tempos de escola, entretanto para a qual nunca se declarou? Aquela pela qual você suspirava em silêncio? Aquela pela qual noites em claro ficou? Aquela pela qual você conseguiu apenas uma amizade? Pois é, essa mesma, vítima de nosso amor platônico. Bons tempos essas paixões infantis – como se toda paixão não tivesse essa marca piegas, enfim. Ela entrou e pareceu-me procurar por alguma coisa. Procurou, virou e revirou a cabeça e os olhos por todos os lados, entretanto nada encontrava. Vi que ela estava para sair de lá com ares decepcionantes, porém não a deixei ir. Solicitei à garçonete que a fosse chamar para que me notasse. Foi ai que ela me viu e trocamos acenos e sorrisos. Fiz gestos para que ela viesse para perto de mim e assim pudéssemos conversar. Ela veio – para minha alegria. Ficou de pé diante de mim que, automaticamente, fez-me levantar também. Perguntei-lhe se ainda lembrava de mim, pois já faziam alguns anos que não nos víamos. Ela disse: “como poderia esquecer de você”. Abraçamo-nos. Nessa hora fui tomado por uma euforia interna. Perguntei a ela o que fazia naquele lugar e ela me disse que estava esperando uma amiga, porém que até aquele momento não havia chegado. Propus-lhe que se sentasse comigo para espera-la e quem sabe tomar ou comer alguma coisa até lá. Ela, inicialmente, relutou, disse estar com pressa e que não queria me atrapalhar. Disse a ela que seria um prazer tê-la como companhia e fazer-me de companhia a ela até a possível chegada de sua amiga; que em nada atrapalharia, pelo contrário. Ela, então, finalmente, disse sim – mais uma vez para minha alegria. Perguntei-lhe se desejaria pedir alguma coisa e apontei a ela o cardápio sobre a mesa. Com o tom de voz delicado, disse ela: “Acho que vou tomar um sorvete de açaí com tapioca”. Excelente! Que venha o soverte paraense, disse eu tentando ser engraçado – com louvor. Gargalhadas e risos surgiram em nós nesta hora. Com um ambiente mais descontraído instalado, perguntei-lhe como estava a vida. O que andava fazendo. Planos. Projetos, enfim. Queria saber dela e como encontrava-se naquele momento – uma forma de matar uma saudade dantes inexistente. Conversa vai e conversa vem e nós já tínhamos sabido muita coisa um do outro. Ela já havia terminado de tomar o soverte e eu já havia terminado de tomar o meu café. E adivinhem só? Perfeito, ela não apareceu – para minha felicidade. Ela me disse que já estava ficando tarde e que teria de ir, pois seus pais haviam combinado de irem busca-la para um aniversário. Antes de irmos – disse eu - o que acha de apreciar a saída do sol? Veja, está acontecendo. Ela aceitou e percebi o quão alegre ela e eu estávamos naquele momento. A boca dela não conseguia conter seus lindíssimos dentes. Escoramo-nos na orla e lá permanecemos até o cair da noite. De repente o celular dela toca e ela o atende. Adivinhe só quem era? A amiga? Errado. Eram os pais dela a chamando para ir embora. (CONT...?)
DISTRAÇÃO
Surgia ela andando ligeira e paralelamente a mim. Ao longe a via, distraindo-se intencionalmente para não olhar em meu rosto. Abaixou sua cabeça e apanhou o celular rapidamente da bolsa – que, destacando, combinava perfeitamente com seus brincos. Viu-o e mexeu com seus dedos nele como se estivesse realizando alguma operação, vendo uma ligação, um whatsapp, não sei – aqui cogitamos o que desejarmos. Sabia que nada ali havia, claramente. Foi engraçada e ao mesmo tempo sedutora tal situação. Pois ela sorria ao ver as mensagens, não do celular, logicamente, mas as que nós trocávamos com esses sinais nossos. De um lado eu, observando-a acanhada e encabulada. Do outro lado ela, fazendo-se obra à admiração minha. Lembro-me de poetas românticos cunharem isso de corte, enfim. Aproximamo-nos um do outro, lado a lado ficamos por segundos, preciosíssimos segundos. Neste instante eterno ela levanta a sua cabeça e olha-me com um sorriso discreto. Eu, em ato retribuidor, sorrio do mesmo modo. Cumprimentamo-nos cordialmente com o clássico “Olá” e seguimos nossos caminhos. Não trocamos frases, porém trocamos sentidos. São circunstâncias como estas que acendem e animam a vida. Perceber a maravilhosidade de tudo isso é uma experiência fascinante. Pergunto-me quantas vezes as coisas incidem ao nosso redor sem que atribuamos algum valor? Talvez careçam referências para se conseguir avistar certas coisas. Afinal, o mundo é aquilo que apreendemos e tudo o que estiver fora de nossa compreensão não existe para nós. Nossa, até me distrair depois de tudo isso.
GOTEIRA POÉTICA
Não tem jeito.
Eu já tentei
Escorre sempre
Toda vez que percebo
Lá está ela
Respinga nas ponderações
Ou em comentários despretensiosos
São metáforas
Licenças poéticas
Brincadeiras linguísticas
E cá está ela
(Es)correndo na lentidão do tempo
Quando a tempestade aparece
Ela fica incontrolável
Essa goteira poética
Que me acompanha
De tempos em tempos
Em meu apartamento
SOLIDÕES
Nunca pensei
Que esse silêncio
Que gritava de ti
Poderia me encontrar
E me fazer companhia
Ali calada
Pensando em nada
Estava alguém
Desacompanhada
Lia livros
Ouvia músicas
Ria com amigas
Mas lá voltava
Novamente
Para aquele lugar
De nenhuma gente
De repente
Nasce a ousadia
Fui lá
Para conversar
E as solidões
Antes presentes
Deram lugar
Aos dois contentes
De se afastar
Das solidões
DUALIDADE
São como dois caminhos
Ora sinto-te próximo a mim
Noutro estás distante
Ás vezes inflamas o desejo
Outras paira a superficialidade
És como um bombeiro piromaníaco
28.02.1994 - CRIAÇÃO DA U.R.V. - UNIDADE REAL DE VALOR, PEDRA FUNDAMENTAL DO PLANO REAL.
“Daqui pra frente, trabalhador nenhum terá o salário menor do que o custo de vida”, declarou Fernando Henrique ao dar detalhes sobre o novo plano econômico, informando que não haveria mais perdas salariais a partir de março. “Nós mudamos a regra. Mudamos de uma maneira favorável ao trabalhador. Isso tem que ser entendido. Não adianta vir com uma conversa do passado para prever o futuro. Será diferente”, acrescentou o futuro Presidente da República.
Desde 1986, com a criação do Plano Cruzado, o Brasil sofreu uma série de planos e medidas econômicas que resultaram, ao longo de oito anos, em uma inflação total de 689.363.100%. Ao todo, foram oito programas de estabilização, cinco congelamentos de preços e salários, um confisco de ativos financeiros, 54 alterações no sistema de controle de preços, 16 políticas salariais e quatro moedas (cruzado, cruzado novo, cruzeiro e cruzeiro real), o que resultou em um corte de nove zeros em relação ao cruzeiro que vigorava no início de 1986. Por mais fortes que tivessem sido as medidas, a inflação continuou a se acelerar, havendo a necessidade de mais um plano, o que desta vez mostrou-se eficaz e duradouro. O novo plano econômico teve como consequência a redução brusca da inflação, a ampliação do poder de consumo da população, a modernização do parque industrial brasileiro e o crescimento econômico com geração de empregos, além de ter tornado Fernando Henrique o político mais influente do Brasil, fazendo com que fosse eleito Presidente da República em outubro do mesmo ano.
Olhos ...
O que eu mais acho bonito em mim, meus olhos ...
Olhos que demonstram todo tipo de sentimentos... Olhos transparentes como água límpida... Olhos que transmitem , olhos que se comunicam, olhos falam...
Olhos tristes com aquele pequeno toque de alegria!
Olhos parados , mais mente turbulenta ... Pensamentos incessantes ...
Os mesmos olhos que sorriem com alegria são aqueles que vazam quanto a alma está por transbordar!
Olhos que ficam baixos na timidez , e olho no olho quando o assunto precisa de máxima atenção, verdade e seriedade!
Olhos serenos quando amam, e olhar fulminantes quando perco as estribeiras!
As vezes fecho os olhos para que minha alma não pule para fora... Olhos porta de entrada da alma ... Só que os conhece é capaz de penetra uma alma!
Somos ótimos detentores dos remédios que curam: amor e carinho.
Só falta acreditarmos em nós mesmos.
A cada momento do nosso dia, perdemos a oportunidade de ficarmos um pouquinho com quem é muito importante para nós: nós mesmos.
Desatrelemo-nos daquilo que nos "parece" importante e nos vinculemos ao que "é" realmente imprescindível para nós.
Juntos, somos mais fortes!
Muitas vezes, a vida nos mostra que não devemos enfrentar todas as circunstâncias sozinhos. Pessoas estão na nossa vida para com elas compartilharmos os nossos esforços e enfrentarmos juntos as adversidades.
Às vezes, não percebemos que, o que nos liberta, são as pequenas coisas. Paremos de nos fixar naquilo que não possuímos ainda e valorizemos o que já conquistamos. A Felicidade está aí. A liberdade, também.
Quando estamos acometidos pela dor da "perda" de um ente querido, todo pedido pode ser sentido como inalcançável. Mas, precisamos acreditar que jamais perderemos alguém que amamos, pois os laços que nos unem são inquebrantáveis. Firmemos na fé que portamos para que o consolo se faça e a vida continue até o nosso reencontro.
Vivemos o que plantamos.
Por isso, conquistaremos a paz quando semearmos pensamentos e atitudes construtivos. O conflito, porém, estará em nós, se semearmos o que não nos convém.
Nos planos astrais, somos o que construímos em nosso íntimo. Quando nos alimentamos de fé, da certeza do amor do Pai, explodimos em luz, por estarmos em conexão com Ele.
Que sejamos labaredas constantes explodindo de amor.
Quantas vezes, temos concepções diferentes dos outros e não somos compreendidos? Em razão disso, por desejarmos compreensão, deixamos de pensar como antes e perdemos a nossa identidade.
Que possamos mudar de pensamentos sempre, mas pelos motivos certos...
Somos a cada momento chamados para a Tarefa no Bem.
Que possamos aceitar o convite que a vida nos faz para sermos úteis aos nossos semelhantes.
Não nos omitamos em auxiliar na dor alheia, mas não desejemos que a sua dor seja a nossa... talvez, não déssemos conta de suportá-la.
Se quiser conversar comigo me encare como faz diante do espelho, em sinal de autocrítica, não sou de muitas palavras então não tenho tempo, nem espaço para meias verdades. Se for para se ofender atoa, por favor, me evite.
