Machado e Juca Luiz Antonio Aguiar
ABC DO PARÁ
Acerolas bem gostosas, uma pesca com avium e abacaba
Beijú bem alvo da goma saborosa,
Círio de Nazaré em Belém e Conceição em Santarém
Dindin ou flau de cupuaçú com bombom de castanha,
Égua meu irmão, mas olha já.
Farinha pura, torrada, com açaí na tigela,
Garapa de buriti e cajá,
Histórias do caboclo velho sobre o Curupira,
Ingá maduro nas margens do rio azul,
Jana Figarella e seu canto nas praias bonitas,
Kiwi na salada de fruta paraense
Leituras de poemas sobre o carimbó do Çairé,
Mandioca no lavador se pelando, maniçoba também.
Navio estrangeiro no encontro das águas,
Onça miando na mata sombria de jambu e mastruz onde o cauã assobia.
Pato no tucupi amarelo, com pirarucu frito
Queijo branco na ilha do Marajó,
Rio de bauxita em Trombetas na ribanceira pequenas casinhas
Sapoti e seringa saborosos em Alter do Chão,
Taperebá e tapioca, aí que delícia! O tacacá com a goma tapajoara
Urucum bem vermelho para tingir o corpo
Ver-o-peso com seus banhos de cheiro, com vatapá de camarão
Whisky de graviola e limão
Xícara quentinha de café com pupunha
Yara, sua lenda e seu canto no Amazonas de reencontro,
Zarabatana munduruku que assopra bem longe em Juruti.
Alguns jornalistas só faltam babar em frente das câmeras, ou nas páginas de grandes jornais, quando falam, escrevem ou ouvem a palavra "Lula".
Talvez a única coisa imutável seja a morte,
todas as outras,
boas ou ruins,
mudam,
se transformam ou desaparecem.
Minhas lamentações:
Em meu peito, a tristeza faz morada,
Um lamento profundo, alma magoada.
O universo, em conspiração sombria,
Contra minhas forças, noite fria.
A alegria, outrora tão vibrante,
Sucumbe ao peso, instante a instante.
Lágrimas vertem, rios de dor,
Em meu pranto, um clamor de amor.
Cada um vê os mesmos fatos à sua maneira. Alguns possuem antolhos que só lhes permitem enchergar sob um prisma de doutrinação.
Percebi que tinha sonhado:
Seu fulgor, eclipsava Van Gogh e seu pincel,
Capitu, em seus mistérios, perdia o cruel papel.
Aos meus olhos, a perfeição, em cada curva e detalhe,
Um sonho vívido, um amor que não se espalha.
Mas a aurora, impiedosa, o véu da ilusão rasgou,
E a miragem, em sombras, lentamente se afogou.
A beleza que me extasiou, em névoa se desfez,
E o sonho, em realidade, a dor me fez revés.
No despertar, a solidão, em meu peito a ecoar,
A lembrança de um amor, que jamais irei tocar.
E a beleza que sonhei, em meu coração a arder,
Um sonho desfeito, que jamais irei esquecer.
Uma película realizada "ex post facto" não conta precisamente à história, somente possibilita um pouco mais de maquiagem.
