Machado e Juca Luiz Antonio Aguiar
Existe uma diferença abismal entre não abandonar uma idéia porque, ao compará-la com as demais, se concluiu que é a que apresenta mais sentido, e recusar-se a aceitar uma alternativa para onde toda lógica aponta, apenas porque contraria tudo o que acostumou-se a acreditar antes dela.
Não existe ignorância alguma em se acreditar na verdade errada. A ignorância está em recusar-se a conhecer as alternativas disponíveis para escolher a verdade certa.
Nos últimos anos venho descobrindo que não é propriamente o avanço da idade que faz com que as pessoas desenvolvam tanto medo da velhice, mas sim a indiferença social que passam a receber por parte dos demais, independente de revelar algum tipo de limitação física ou mental para realizar qualquer coisa com a mesma desenvoltura de antes. O que leva tantas ao ridículo de querer aparentar juventude eterna é o sentimento de se verem tratadas como débeis mentais por conta do passar dos anos
Sempre me perguntei porque tantas pessoas, principalmente as que alcançaram patamares sociais elevados, entram num estado de angústia tão grande ao deixar de ocupar o mesmo espaço de antes por conta da idade, e algumas não. Descobri recentemente que se trata de despreparo para entender que a perda da evidência social é pré-requisito para que a sabedoria ocupe o espaço deixado livre na mesma proporção, e o desespero só chega para as que não o descobrem a tempo.
Há algum tempo descobri que o mundo trata os espertos com muito mais benevolência. Não porque o mereçam mais do que nós, mas porque perceberam ganhar muito mais quando se queixam.
O passar do tempo, principalmente no estágio avançado de nossas vidas, nos ensina uma lição preciosíssima: a de que poderemos continuar fazendo a maior parte das coisas que sempre fizemos, só que de modo muito mais simples. Aí se descobre de que o que acontecia antes é que não existia sabedoria o bastante para não complica-las tanto quanto acreditávamos que fossem.
Os jovens de todas as épocas constroem um mito de que os mais velhos nunca sabem quase nada do que eles vivem, quando na verdade apenas descobrimos que essas coisas não são tão importantes assim que precisemos delas para tornar a vida mais gostosa de ser vivida.
A realidade não muda e as coisas não se resolvem por contemplação das incertezas, pelo cultivo do medo ou prolongamento das angústias e sofrimentos.
Não podemos viver à espera do melhor momento, do tempo certo para reconstruir, mudar, consertar um erro ou reparar um dano, e somos nós mesmos quem fazemos os nossos momentos, porque as coisas se desfazem como sonhos e a vida se esvai como uma fonte que jorra, sem que possamos contê-la.
Se pensarmos na fragilidade humana e dermos mais ênfase na insegurança e incertezas, vamos ver as estações passando uma após a outra, como frutos do tempo que não espera, das cores que antes vivas, agora desbotam, dos cabelos claros ou negros que embranquecem, da força que não media distâncias e um dia também se enfraquece.
Os verões e as primaveras passam, assim como os invernos e as tempestades também cessam, e não resta saída, senão superar as mágoas e os dissabores e reconstruir o futuro, com o que nos sobrou no presente, porque as coisas do passado não passam de lembranças boas ou ruins.
A ignorância por quem nunca pode aprender, ainda que lastimável se mostra absolutamente compreensível. Já o aprendizado de quem nunca dele fez uso para ver o mundo de outra forma daquela que lhe ditam, não só se mostrou de uma inutilidade inequívoca quando absolutamente deplorável!
O diferente, para os intolerantes, é como o mel deixado às formigas: se houver um caminho para chegar até ele, esteja certo que o encontrarão.
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