Machado e Juca Luiz Antonio Aguiar

Cerca de 49322 frases e pensamentos: Machado e Juca Luiz Antonio Aguiar

⁠Meço as palavras a eito
neste meu jeito contido
mas sinto falta de jeito
para rimar sem sentido.

Este mundo parece ter
uma estranha semelhança
destinada a fazer ver
o que o homem não alcança.

Em cada história contada
tudo se conta e resume
à vantagem retirada
do proveito e do ciúme.

Quando o pensamento é reles
e tortura a nossa voz
proferimos mal daqueles
que proferem mal de nós.

Oiço falar em progresso
aos que me falam de cor
mas depois de ouvir lhes peço
que me falem mais de amor.

O amor que queima e tece
as saudades repartidas
é amor que não se esquece
nem por duas ou três vidas.

Se o Homem tivesse arte
para ver o lado oposto
via paz em toda a parte
e lavava mais o rosto.

Todos nos falam de Deus
com sublimes teorias
rogam em nome dos céus
os seus favores e manias.

Se além da vida há eterno
e se Deus nos dá sentença
imagino que o inferno
é maior do que se pensa.

Deus nos dê o seu perdão
e qualquer coisa divina
porque as voltas que se dão
são sempre a mesma rotina.

Inserida por AntonioPrates

⁠Vale sempre a pena lutar quando as nossas utopias contribuem para o progresso de alguma coisa.

Inserida por AntonioPrates

⁠Se esta chuva não parar
durante esta madrugada,
amanhã não faço nada
e tenho a terra pra cavar.

Se esta chuva não parar
o terreno fica alagado,
e não posso semear
o que não está semeado.
.
Se estou apoquentado
durante esta madrugada,
canto uma letra dum fado
ou um cante à minha enxada.

Esta chuva vem molhada
e promete a boa vida...
Amanhã não faço nada,
nem cuido da minha lida.

Talvez tome uma bebida
enquanto a chuva durar...
Cai a chuva bem caída
e tenho a terra pra cavar.

Inserida por AntonioPrates

A melhor forma de assustar as pessoas é dizer a verdade.

Inserida por AntonioPrates

⁠A noite escuta o mote afeiçoado
ao Céu que sobressai do varandim:
um cante com um mote apaixonado,
no amor do Anastácio Joaquim.

A bela cede ao cante, à bela prosa,
ouvindo os provençais no trovador;
um mago, um dom Juan, um Rubirosa,
que inflama os altos versos do amor.

Apruma a sua voz pela planície,
num modo açucarado e tão sucinto,
e enquanto diz da vida o que não disse,
traduz a inspiração de um Borba tinto.

O tom em dó maior - forte e conciso -
aflora a rouquidão que não lhe acode,
e diz: amor... amor…, nesse improviso,
por entre as largas pontas do bigode.

A bela afaga o nardo, emocionada,
com a voz que se evapora no relento,
e entre uma janela escancarada,
recolhe aos cobertores do aposento.

Inserida por AntonioPrates

⁠Devemos verificar se temos cabeça antes de a usarmos.

Inserida por AntonioPrates

⁠A melhor arma da democracia é a transparência.

Inserida por AntonioPrates

⁠⁠Se o diabo sair de algumas igrejas, alguns padres perdem o emprego.

Inserida por AntonioPrates

⁠A minha aparência é quanto vos basta.

Inserida por AntonioPrates

⁠Os bons são todos meus amigos.

Inserida por AntonioPrates

⁠Depois das batalhas que venci na vida, apareceram sempre os valentes e os oportunistas.

Inserida por AntonioPrates

⁠A Sociedade é constituída essencialmente por indivíduos insociáveis.

Inserida por AntonioPrates

⁠São poucos os que ousam confessar aquilo em que acreditam.

Inserida por AntonioPrates

⁠Os lobos mansos são quase sempre protegidos pelos rebanhos.

Inserida por AntonioPrates

⁠Lá nas sábias entidades
Desse vasto território
Faz-se algo apelatório
Para o dom das caridades
Falam essas sumidades
Deste rumo deprimente
Como quem esteve ausente
Daquilo que bem conhece
E o povo é quem padece
Nas garras de certa gente.

Um arrumo nos casacos
Um esgar, um arrepio
Um prenúncio deste frio
Num trejeito de macacos
A aragem nos sovacos
O tremor em corpos sãos
O mancar dos anciãos
No tributo à voz do vento
Cede a prova do momento
Com o frio das suas mãos.

Os ossos do dia-a-dia
Nas alturas de carência
São ensino, por excelência
Pela sua antinomia
Além da ortopedia
E do cerne da matéria
A corrente da artéria
Mostra fracas cartilagens
Para aquelas personagens
Que se fartam de miséria.

Todo o lobo na matriz
Da raiz da sua essência
Tem talento e apetência
pra fazer o que não diz
Dentro dessa bissectriz
Da paisagem dividida
Uma parte é dirigida
Ao engano da verdade
Enquanto a outra metade
Gere o pão da sua vida.

Companheiros de matilha
Aliados da má-língua
Fazem jus à sua míngua
Com aleives na quadrilha
Tudo soa a maravilha
Aos cordeiros aparentes
Forjam logros indecentes
A troco do seu proveito
E a torto e a direito
São por vezes inocentes.

Brilham como divindade
Dos altivos campanários
No mais visto dos cenários
Da estranha sociedade
Talvez por necessidade
Das vaidades assumidas
As prosápias exibidas
Não se mostram em segredo
Enquanto este povo ledo
Tem as palmas estendidas.

Inserida por AntonioPrates

⁠Após o conluio feito no sinédrio,
seguiu-se o homem, do que é capaz,
sobrando o espelho dado por Caifás
aos muitos que bebem do mesmo remédio.

O povo, inseguro, ignora a preceito,
as frases de Cristo, na sua missão;
o seu a seu ego, em cada oração,
pra ter mais orgulho em cada defeito.

Nem sempre a história os justos premeia,
nem sempre o juízo é como previsto;
se hovesse eleições no tempo de Cristo
talvez Barrabás governasse a Judeia.

Confundem-se os justos com os vendilhões,
num vasto plenário de todas as cruzes:
acendem-se as trevas, apagam-se as luzes,
e fecham-se as portas dos bons corações.

Inserida por AntonioPrates

⁠Chora Abril retalhado,
na doutrina do poder;
seguindo rumo ao passado,
com a liberdade a sofrer.

I
No florescer da pastagem,
perante um lençol mimoso,
avança Alentejo vaidoso,
respira desprezo e coragem...
Dá-nos ar da sua imagem,
num sorriso retratado;
disfarça o ser magoado
que sua alma entristece;
enquanto o povo padece
chora Abril retalhado.

II
Lágrimas já repassadas,
penando no leito do rio,
sente um enorme vazio
sofrido em tantas chuvadas;
brechas, enfim reparadas,
coisas que dizem fazer;
passa na água a correr
tal percurso viciado,
acena em caldo entornado,
na doutrina do poder.

III
Lições de memória pequena
que a consciência ditou:
nobre, o poeta trovou:
“Grândola vila morena...”
Aperta saudade amena,
num coração já cansado;
lembra sozinho no prado
as provisões do celeiro;
verga perante o dinheiro,
seguindo rumo ao passado.

IV
Veste em ar de graça
a sensação que promete,
lavrada no jet set,
semeada na lei que passa;
pobre é gente sem raça,
povo que sabe perder;
o seu contento é viver
na ambição do sustento;
esquecido no mandamento,
com a liberdade a sofrer.

Inserida por AntonioPrates

⁠No Facebook há amigos verdadeiros, amigos de ocasião e outros ainda que são câmaras de vigilância.

Inserida por AntonioPrates

⁠Por cada lição cumprida
há um exemplo prematuro,
destinado ao bem da vida
e ao proveito do futuro.

I
Ante as muitas conjunturas
das voltas do meu trajecto
grafo cunhos do intelecto
com indícios de aventuras;
e entre vénias e mesuras,
sai-me a fé fortalecida,
numa crença concedida
aos desígnios do saber,
que me dão mais que fazer
por cada lição cumprida.

II
São sinais da existência,
do decurso das façanhas,
como gestas das entranhas
e do chão da paciência...
Em cada certa ocorrência,
vejo sempre um velho muro,
que atalha o que procuro,
tal como um animal veloz,
porque em cada um de nós
há um exemplo prematuro.

III
E então algo oportuno
dá-me força e claridade,
fez-me expor com liberdade
as valências que reúno;
lembro etapas do aluno,
dessa fase entorpecida,
comparando cada medida
na forma do seu tamanho,
como algo muito estranho
destinado ao bem da vida.

IV
Todavia, esse recurso,
ondulante e buliçoso,
é um exemplo caprichoso
das marcas do meu decurso;
mas depois, vejo o percurso
que sugere o meu apuro,
os paraísos que auguro,
neste afã da minha guerra,
dirigido à paz na Terra
e ao proveito do futuro.

Inserida por AntonioPrates

⁠Normalmente, os abutres só nos atacam quando nos sentem mais fracos.

Inserida por AntonioPrates

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