Machado de Assi Poema a Carta
►Cafezinho
Sirva-me um bom café, dono do bar
Quero algo para me despertar nesta manhã friorenta
Deixe-o aqui ao lado, perto deste jornal amassado
As notícias não param de vender
Se me descuido por um só minuto, fico atrasado
Isso que dá vir beber antes do sol nascer.
.
Mania de gente antiga, não é?
Gente vivida tem dessas
Logo, logo você não irá mais me ver
Está quase na minha hora, devo ir depressa
Se não, acabo perdendo o trem das duas e meia
Não posso me atrasar, rapaz, não devo
Tenho apenas passagem de ida, compreenda
Depois pedirei para que alguém pague o que lhe devo.
.
Sem cerveja ou uma pinga
Somente um cafezinho para começar o dia
Que nada aconteça, afinal
Que paz sinto ao saboreá-lo lendo um jornal
Afasta-me todo o mal, enquanto desce quentinho
Dono do bar, só me traga um copinho
Que já logo vou-me indo.
Bilhete ao meu amor
Meu amor, eis aqui o meu presente
Espero que fique contente
Comprei estando bem consciente
Só quero te ver sorridente
Para isso, que eu pague em vezes.
Meu amor, que dia já lhe neguei?
Se há, diga, mas, pense bem
Desde quando me apaixonei,
Só penso em lhe dar tantos bens
Que ao não conseguir, me sinto um ninguém.
Meu amor, aceite este meu carinho
Embrulhado, com fita e lacinhos
Não o rasgue, amor, tenha jeitinho
Para que não rasgue também este bilhetinho
Que, de tão humilde, talvez passe despercebido.
Meu amor, sei que sou pobre, bem longe do rico
Mas contigo, me sinto um patrício
Um camponês, um bobo, um menino
Me sinto um todo, com potes e arco-íris
Um louco, atrás de seus sorrisos.
O maior orgulho que eu tenho em mim é que eu consigo tudo ou quase tudo sozinho, o que eu quero do melhor para mim sem precisar de passar por cima de ninguém e nem prejudicar ninguém.
Trabalho no duro, treino e estudo no duro. Palavras sábias de um homem lendário honrado e leal e que nunca desistiu na vida.
Soneto de amor perdido
As borboletas de gelo se derretem,
E então se tornam bailarinas salgadas,
Acompanhando a suave chuva álgida
Farta, clamo às bailarinas: Se aquietem
Em lástimas, se cessam e se enfraquecem,
Mas aqueles momentos não se envelhecem.
Músicas me atacam desde sua partida,
Sonhando com o rosto da morte lívida.
Me perguntando se você voltará
Continuo confusa com suas promessas
Permanecendo em solidão intensa.
O triste é saber que isso não cessará,
Nossas vidas nos poemas expressas,
Descobrimos que limite o amor dispensa
Soneto à Diana
O sabor tão amargo de uma vida,
não me privou desta quimera doce,
uma jarra de crítica ferida
que hoje brinda uma paixão precoce...
Cativo desta saudade regida,
fenecer na clausura achei que fosse,
barganhei com teus seios a saída,
tornei-me mais ainda tua posse...
Tocaste-me, anjo, a carne consentida
na compulsão por ti só requerida,
domaste-me, lasciva, em sedução...
Com suas cifras vivas e fundidas,
maestrina destas notas tão ardidas,
soubeste me tornar composição.
CANTO REFLEXIVO
De João Batista do Lago
Desperto sob raiares de um forte sol
Ciente da realidade de um novo crisol
Porém tudo continua sendo mero sonho
Nesta estrada que a caminhar me ponho
Perscrutando o tempo, espaço, terra e mar
Curioso para saber em qual lugar vou parar
Lembro ainda dos primeiros passos
Trôpegos mas esperançosos ante toda vida
Ali tudo era esperança desmedida
Em cada passo meu olhar de aço
Açoitava os percalços imprevidentes
Sem temer quaisquer almas indolentes
Mas a vida essa quimera indomada
Logo tratou de pregar novas surpresas
Navios alados formaram uma armada
Esconderam o sol e pariram torpezas
Prenderam estrelas no breu da noite densa
E mataram por instantes esperança imensa
Contudo o sol da liberdade se impôs
Novo dia raiou e com o povo se compôs
Tecendo um manto de linhas entrelaçadas
Tirando das gargantas as espinhas de aço
Que açoitavam as vozes das liberdades
Agora livres em toda praça e em todo paço
Em toda rua um carnaval de bonança havia
E no front daquele menino novo mundo surgia
Viram-se o operário e a mulher com galhardia
Nascerem no horizonte de dias esplendorosos
E juntos com todos os nativos ardorosos
Entoarem o hino da igualdade e da harmonia
Mas a triste e miserável ganância
Travestida de honra e democracia
Desfila nos palácios todos os horrores
Mentindo que por todos nutre amores
A todos matando num único cenário
Ofertando a sacristia do mesmo covário
Ainda terei tempo de assistir
Aos raiares do sol de novo porvir?
Lembro ainda dos primeiros passos
Ali tudo era esperança desmedida
Açoitava os percalços imprevidentes
Sem temer quaisquer almas indolentes
A História De Um Violão
Quantas músicas tocadas;
Quantos dedos machucados;
Quantas lágrimas derramadas;
O violão q vós falo,
Ah de tocar a mas bela melodia do mundo!
Não pelas cordas caras;
E sim pela melodia que contagia
Com seu sentimento sem fim e com muita alegria!
Com o mais puro dos corações ele é tocado,
Mesmo q esse coração já esteja danificado.
►Tristeza Natalina
Matei, sem chance de escapatória
Agi de maneira inconsciente
De tanto deixar minha felicidade do lado de fora
Hoje estou vivendo perambulando em consequência
Menti quantas vezes para viver a ilusão?
Parecia agradável aos olhos, tão intensa
Não passou de uma miragem bem distante
Coração hoje de encontra despedaçado,
Buscando incessantemente meu pedido de perdão
Como se eu, ignorante que sou, fosse curar o que ele sente.
.
Em clima natalino me pego chorando
Cena inimaginável aos olhos de uma criança
Despertei-me já indisposto a sorrir
E cá estou, escrevendo, almejando o fim.
.
Passe logo, ano, passe
Já não suporto mais viver sempre à metade
Quero ter o devaneio de um novo ano agradável
Apenas para suportar a dor que sinto na verdade.
.
Lá em meu quintal se encontra enterrado minha infância
A felicidade já se encontra enraizada logo abaixo
Quero sentir nos lábios o sabor da esperança
Para respirar sem o desejo de dar cabo.
Um dia de outono nunca será mais um dia
Um dia de outono nunca será um dia qualquer
Os cisnes num lago tranquilo
A floresta dourada, quem não quer ver?
E o gramado, salpicado de folhas
De cobre, de ouro, a mais não poder
Nas tardes de outono, as fadas passeiam
Dançam, floreiam, nos vales a voar
Onde vive o outono...no céu tão bonito
Onde a Lua gigante, só faz encantar
Os gramados entoam melodia suave
Com brilho diáfano, lindo de olhar
Os pássaros comemoram, as abelhas adoram
E a vida continua, no eterno pulsar...
Mãe; um anjo protetor; um anjo de Deus em nossas vidas. E que anjo encantador!
Mãe, palavra forte, que sorte a minha! ter ela me ama, me protege, me ensina, me ampara e comigo caminha.
Companheira e conselheira; dia a dia ao meu lado; uma guerreira!
Mãe, cheirode flor, de toda cor, linda! E com seu merecido valor.
Mãe, gratidão.
Que Deus te proteja, te abençoe e te conduza. Você é a minha luz, minha vida, meu orgulho e minha razão.
Nara Nubia Alencar Queiroz
Que tua luz brilhe mais neste dia
Que a Sabedoria Universal
Que tudo alcança, que tudo permeia
Faça parte de todos teus momentos
Que teu respirar seja límpido
Como um mágico lago nas montanhas
Que teus passos sempre te guiem suavemente
Porém firmes, rumo ao teu melhor eu
Que teu espírito, repleto de humildade e perdão
Encontre a todo instante, motivos para agradecer
Que cada dificuldade encontrada
Se transforme em oportunidade imediata
E que, sempre, a vontade de perseverar
Te leve a superar a rotina e encontrar motivos para se feliz!
Eita Deus do céu!
Que dia mais chuvoso
Pé d'água tenebroso
Deixando o povo ao leu
A correnteza é esse trem
Causa dor por onde passa
Levando móveis e o que mais tem
E o desespero? inunda a praça
Mais forte quanto essa dor
Somente a nossa fé
Que insiste ficar de pé
Pra dar lugar ao amor
Ainda com tanta incerteza
Diante de tanta comoção
Nosso povo não tem fraqueza
Há cumplicidade e devoção
Esse estado de calamidade
Nos mostrou o melhor de nós
Trouxe empatia e solidariedade
Todos por um e também por vós
É tempo de reconstruir
E dar lugar a confiança
Fazer o povo voltar rir
Com amor, fé e esperança
DONZELAS SINGELAS
Outrora as mulheres tinham de ser donzelas... Singelas.
Sem vontades, sonhos, desejos ou maldade, tinham de ter carácter dócil, voz aveludada, e postura perfeitamente imaculada.
Tinham de almejar a Santidade, mesmo se presas em teias de maldade, mesmo subjugadas, ou se perdessem o norte, mesmo se encarassem de frente a própria morte... Tinham de ser donzelas, perfeitas, belas... Singelas.
Perfeitamente alinhadas com aquilo que delas se exigisse, muitos atributos e poucos ou nenhuns predicados, sem segredos mal amanhados.
Não podiam seguir o seu coração...
Não, isso não...
Mancharia para sempre a sua reputação.
As feias não tinham tanta ventura, muitas vezes deixadas à própria sorte, mas aquilo que elas pensavam ser infortúnio, era sinónimo de bom augúrio, da melhor das sortes.
Não tinham de se rastejar em uniões onde imperava tudo, menos o respeito, o cuidado, o amor e, até quando havia amor, a mudez era a espada pronta a cortar as suas gargantas, se elas tivessem garganta, sim porque o veludo, aquele que abafava as suas vozes para se tornarem aveludadas, era suave, voraz, mudo, era a cadeia entrelaçada, aquela que rasgava a pele alva, da pura e doce menina, aquela que puxava os grilhões para a almejada liberdade e por fim bater asas, mas suas asas atrofiadas, não se abriam.
As donzelas, singelas, tinham de rir em silêncio, porque as suas gargalhadas incomodavam os homens de bom porte, os donos das fazendas, os reis da corte.
As donzelas singelas não percebiam os trocadilhos, daqueles que riam às suas custas, maldizendo-as, de bruxas ou de murchas.
Mas as donzelas, singelas, aprenderam a ler e a prisão começou a encolher.
Primeiro, apenas nas suas mentes, deixaram de ser tão singelas, tão inocentes.
Depois de ler, veio o escrever e o mundo começou a mudar, não de repente, demasiado devagar...
Demorou para uma delas realmente se libertar, voar, depois dela outras se seguiram, e abriram caminhos para todas nós, os céus podermos alcançar.
Acelerado caminho a passos largos
Em alta velocidade seguro a sensatez
Perdi a calma em pensamentos vagos
Parou-se o tempo, rompendo a lucidez
Vivi momentos de caos, na escuridão
Nos meus lamentos me afoguei sozinho
Ganhei desprezo de quem estendi a mão
E vi cavarem covas no meu caminho
A chuva lá dentro encheu minhas cisternas
Acúmulo de águas sem nenhuma saída
Alguns dizem que as dores são eternas
E que a eternidade só dura uma vida
Mas eu só vivo uma vez a cada dia
E toda a vida, por vezes, num só momento
O mundo parece que te afoga em agonia
E a vida mostra a beleza de tal tormento
Outro dia, só mais um?
Nunca o mesmo, é um fato
Por mais que pareça igual
Cada momento é um ato
Toda ação emanada, tem reflexo
É a lei, tenha certeza
Pensamentos, palavras, emoções
Tudo é um, do Universo a teia
Então, um dia não é mais um
É o Tudo que se apresenta
Repleto de oportunidade e realização
Preste atenção aos detalhes
Sei que me dará razão...
AOS POUCOS
Vi seu rosto no meu café,
O gosto do seu beijo na minha boca,
O seu toque na minha pele,
Talvez eu esteja delirando,
Ou me apaixonando aos poucos.
Esqueci sua feição,
Lembrei do quão amargo era seu beijo,
Lembrei do seu toque frio na minha derme,
Talvez eu esteja delirando,
Ou me desapaixonando aos poucos.
Procurei blindar a minha mente,
Me desapeguei do seu sabor,
Me curei das feridas,
Eu me sinto feliz novamente,
Estou me recuperando aos poucos.
Vi outro rosto no meu café,
Quero saber qual o gosto daquele beijo,
Quero sentir aquele corpo no meu,
Agora sei o que sinto,
Estou amando de novo.
AH, SE VC SOUBESSE
Eu queria que ela soubesse, que Mona Lisa não é a arte mais linda do mundo, e sim esses olhos pintados pelo divino, esse corpo entalhado pelo sobrenatural e essa boca kafkiana.
Queria também que ela dissesse meu nome, várias vezes, até que a vontade de ouvir aquela voz angelical, se esgotasse. Que ela sorrisse todos os dias de manhã quando me visse, que me beijasse ininterruptamente e secasse minha lascívia com toda essa sensualidade.
Eu queria que ela visse todos os sorrisos que esboço ao ler as cartas que ela me manda, eu não sei se é sorriso de amor, paixão, desejo. Mas uma coisa é certa, vem do coração.
Eu queria que ela me amasse, queria que me devorasse, queria que ela decorasse cada detalhe da minha alma, queria que ela me enxergasse, queria que ela soubesse que eu a amo.
TERTÚLIA FAMILIAR
Que comece mais uma “tertúlia”! Abaixo à internet!
Que cada um possa falar! Mas de longe? Como escapar?!; salve 'a rede!
Família é coluna. Pra todos: elementar.
Família é o sustento que sustenta de onde está.
A distância é quebrada sem aperto de mãos, sem aquele cafezinho...
Mas com o acalento das emoções ao conversar.
Primeiro: a casa dos pais nos resguarda do mundo, fisicamente, o coração.
Depois guardamo-nos de perder o caminho das emoções... de certo que a razão.
Família é sempre família! Pode ser a de sangue, ou a que conquistamos;
Destas sortes que nos fazem viver!
O que é verdade para todos nós; é que família é aquela que nos leva ao “reencontrar”:
Reencontrar o irmão, mãe, pai... família!
Mas principalmente o próprio “EU”.
poeta_sabedoro
O portão!
É a chegada...
A partida...
Acontecem, abraços, na vinda e na ida, choros no adeus😪, sorrisos num olá😊, às vezes não!😒
Tinha até namoros… hoje, acabou😕,
fofocas também!!🤗🤭
De frente para o mar🌊, rua asfaltada, de barro ou nenhuma...
Às vezes aberto, às vezes fechado, depende de quem está do outro lado!
De madeira, de ferro, inteiro ou caindo aos pedaços, que pena muitas vezes, cadeado!🔒
Dias de hoje… para quem gosta de rimas... Necessário!
Silvia Adi Vieira
ALMA QUE ME MOTIVA
Você é vício viciante que vicia,
Minha rotina começa com sua boca na minha,
O toque da minha pele na sua é tão bom que arrepia.
Chega na minha vida, e fica.
Não tem por que saída,
Vem como luz na escuridão,
E me ilumina.
Não sei como defini-la,
Você é cheia de sinônimos,
Parece poesia.
Queria te beijar, abraçar, trocar carícia.
Selar nosso amor na eternidade para que nunca se sinta sozinha.
Eu sou feito de ódio,
Mas você me romantiza,
Você é dia ensolarado,
Eu sou noite fria,
Você é pão com manteiga,
Eu pão com margarina,
Posso ser cético quanto a tudo,
Mas a única coisa que acredito,
É que ainda vou ter sua mão na minha.
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