Machado de Assi Poema a Carta
Luz Simples
Cada dia acende
Uma luz diferente.
Não é nada complicado,
É um sol bem presente.
Luz que entra pela janela,
Aquece o chão da sala.
Luz que pinta a folha verde,
Que na roseira balança.
Essa luz não é só brilho
Pra clarear o lugar.
Ela é convite manso
Pra começar a olhar.
Olhar pro pão quentinho,
Pro cheiro do café.
Pro vizinho que acena,
"Bom dia!" pra você.
Olhar a nuvem viajante,
A formiga no caminho.
Ver que a vida, mesmo simples,
Tem um jeito de carinho.
É nesse olhar atento**
Que a luz vira alegria.
Não uma festa barulhenta,
Mas paz que todo dia cria.
Paz de sentir o tempo,
De agradecer o pão.
De saber que estar vivo
Já é grande lição.
E aí vem a felicidade,
Não um tesouro a guardar.
Mas o amor que se espalha
No simples compartilhar.
Amor no prato feito,
Na palavra de consolo,
Na mão que aperta a outra
Quando o caminho é um pouco só.
Cada dia tem sua luz,
Não precisa ser intensa.
Basta abrir os olhos
E a alma, com doçura imensa.
Deixe que essa luz simples
Te mostre o essencial:
A verdadeira alegria
Morando no amor, que é...
Eterno, e tão normal... Quanto essa canção que faz bem ao coração...
O Fio Infinito
Não roda simples, nem espiral vã,
Mas tecido denso, sem começo ou grão.
O que hoje é chão, que hoje é dor,
Será novamente, sem perdão ou flor?
Cada instante, pesado de eterno,
Cada suspiro, cada inverno,
Cada riso que o vento levou,
Tudo voltará... Tudo voltará!
Não fuga no céu, nem porto além,
Só este mundo, sempre e também.
Amar o destino, dizer "Sim!" profundo,
Ao peso mais duro, ao abismo do mundo.
Seríamos deuses? Ou prisioneiros?
Criando eternos canteiros?
A vida, uma pedra que sempre se lança,
No lago do tempo, sem mudança.
Oh, volta que não é volta,
Mas presença absoluta, desenrolta!
Aceitar o mesmo que nunca se repete,
Pois só existe este instante que nos mete...
No centro do círculo, imóvel e ardente:
O eterno retorno é a vida consciente.
Amar cada sombra, cada luz que se acende,
Sabendo que tudo... Tudo... eternamente, desce e ascende.
Nem as mais formosas teorias éticas compreenderiam minha cautelosa assertividade diante de suas ações, suas falas, seus olhares.
Nem mesmo os mais vistosos astros poderiam resplandecer a luminosidade do seu olhar, a grandiosidade do seu existir, e a maravilhosidade do seu estar.
E para completar minhas incontextuais e infames comparações Até acho desprezível te comparar, mas é só para você entender melhor. Enfim, nem mesmo o divino conseguiria criar um ser com tanta formosura quanto você.
A única coisa que talvez definiria sua beleza seria VOCÊ MESMA. Porque VOCÊ MESMA é indefinível.
Da varanda, vejo um povo com sabedoria celebrar mais um dia.
Da varanda, vejo um povo enfrentar sua sina confiando na providência divina.
Da varanda, vejo um povo com amor suportar toda dor.
Da varanda, vejo um povo com humildade aguentar toda a desigualdade.
Da varanda, vejo um povo com respeito buscar seus direitos.
Da varanda, vejo um povo não deixar a dureza do cotidiano consumir seus anos.
Da varanda , vejo um povo buscando melhoria mesmo de barriga vazia.
Da varanda, vejo um povo sem grana, morando numa cabana, cheia de crianças sem perder a esperança.
Neste caminho observamos os fatos, a vida alheia, as paisagens; quando percebemos que ali mesmo estávamos construindo a nossa própria história. O tempo do agora é o que importa, tudo o que passou não voltará, não temos o futuro, somos o que somos.
Ao final da vida percebemos que o arrependimento se deu por aquilo que não fizemos, pelo que deixamos de realizar pelo medo da crítica, do insucesso. Os nossos passos devem ser firmes, deixando marcas para a eternidade, calcados em nossa essência. Os passos mais firmes são aqueles do presente, quando o vivemos intensamente, em total consciência.
Prefácio do Livro Passos Reflexivos, Memórias Eternas - Poemas.
Ao ler Fernando Pessoa...
Ler Fernando Pessoa,
Faz-me a alma renovada,
Como se uma luz brilhasse,
Na minha mente iluminada.
São versos de pura beleza,
Que nos levam a pensar,
Sobre a vida e a natureza,
Sobre o amor e o sofrer.
O poeta de muitas faces,
Que viveu várias vidas,
Deixou-nos a sua herança,
Em palavras tão queridas.
Ao ler Fernando Pessoa,
Sinto-me pleno e inteiro,
Com o coração inundado de poesia,
E a mente a entoar em segredo.
Dual
E lá estava ele. Tão pequeno, tão frágil. Era maravilhoso saber que, enfim, eu havia sido pai. Ao mesmo tempo, um turbilhão de pensamentos e preocupações preenchiam os espaços ociosos no meu cérebro. Espaços que só eram, anteriormente, ativados quando os assuntos eram futilidades, como mulheres, festas e futebol.
Não havia espaço para mais nada. Desde o momento em que aqueles pequenos olhinhos negros piscaram para mim, o mundo parara. Só existíamos nós dois, unidos por laços únicos em uma esfera que eu ainda desconhecia.
E ele, o meu filho (meu!), parecia me compreender. Olhava fixamente na minha direção, enquanto suas pequenas falanges arriscavam curtos movimentos. E sorria, quando a preocupação tentava me consumir. Parecia estar adorando a exaltação que brotava de mim, mesmo detrás daquela enorme parede de vidro.
Agora eu entendia. Entendia o que era viver eternamente. Diante de mim, a maior aposta de perpetuação de minhas memórias. Uma Parte de mim. Minha continuação. Eternidade. Esse é o nome que deveriam dar a todos os filhos. Vitória. Este é o nome que deveria ser dado a todos os pais. Porque ser pai é viver, todos os dias, a harmônica dualidade existencial, sem deixar cair a peteca.
Meu amor, queria sentir o bastante para não te tirar da minha vida, mas algo está te puxando, te levando como numa correnteza, para longe de mim! Talvez você volte, mas você sempre irá, e a cada onda que bater, um resquício de você virá, mais fraco, quase imperceptível! Sinto muito em não sentir mais!
O coração de um homem é pequeno, mas deseja grandes coisas. Não é suficiente para alimentar um cachorro, mas o mundo inteiro não é grande o bastante para ele. O homem não poupa nada que vive; ele mata para se alimentar, mata para se defender, mata para se instruir, mata para se divertir, mata pelo prazer de matar.
A vida é uma viagem para gente como eu e você: uma viagem da qual nós nunca sabemos para onde estamos indo. Você vê um novo destino no caminho, depois outro melhor e assim por diante, até o local que pretendia chegar inicialmente cair no esquecimento. Somos como alquimistas que começam buscando por ouro e, durante o processo, descobrem novos remédios, uma maneira lógica de ordenar as coisas e fogos de artifício: a única coisa que não descobrem é ouro!
O melhor remédio que existe é o tempo, com ele uma gripe cura, uma ferida cicatriza, uma dor passa. Mas a pior doença que o tempo não cura é aquela que você sente por ter deixado de fazer alguma coisa, é as lembranças do que um dia foi bom, é uma perda como um ente querido, é um amor não correspondido.
As eleições passaram, e é uma pena ter ocorrido tantos atritos, em uma população tão inteligente, brigar pra que? É democracia, a escolha dá maioria, mesmo que eu tivesse escolhido o lado "oposto", eu aceitaria a democracia, escolha da maioria. Aliás nunca existiu lado oposto, a cor vermelha nunca foi oposto do azul, o açúcar nunca foi o contrário do sal, o que não pode é continuarmos fazendo mal.
É engraçado quando vamos amadurecendo, principalmente em questão de relacionamento, aquele ciúme bobo você percebe que não vale a pena, aquele choro à noite não vai passar de um momento, e aquela ansiedade de uma ligação não vai passar de uma simples conversa, que é gostoso, não vou dizer que não é, mas sinto-me feliz em não almejar isso como antigamente, sinto-me feliz em ver pessoas que passaram na minha vida feliz com outras pessoas, e sinto-me feliz em perceber que sempre vai existir alguém que vai te fazer bem, basta só você dá uma chance pra vida, e daí quando a pessoa “certa” aparecer você vai saber o porquê das outras terem dado “errado” e é tão gostoso sentir isso, porque isso é se amar, perceber que não depende de uma pessoa para ser feliz, perceber que você se basta.
"Em primeiro lugar, corrigir alguém não tem nada a ver com vencer ou perder. Se você acha que tem razão, seja qual for a opinião da outra pessoa, a questão deve se encerrar imediatamente. O problema é que, a partir daí, muitas pessoas começam uma luta pelo poder e tentam obrigar o outro a se submeter a elas. Por isso acham que “admitir um erro” é “admitir uma derrota”."
“Ele foi embora. Ele sempre vai. Todas as outras vezes foram iguais. Eu sempre deixo a porta aberta porque eu sei que ele volta. Ele sempre volta. Mas não deveria, justo na hora que eu tava aprendendo a me virar sozinha, parece até de propósito. É tipo aprender a andar de bicicleta e ter que colocar as rodinhas depois. Ele sempre vai embora, e eu fico esperando que ele volte. Sempre espero, mas toda vez que ele vai, leva um pedação com ele, e quando ele volta, nunca me devolve nada. Um dia eu ainda vou acordar pela manhã e me perguntar: Cadê ele? Cadê eu?”
A gente tenta, mesmo sem força, mesmo achando que não vai dar resultados. Eu tentei, tentei bastante, tentei com força, tentei sem medo de tentar. E por um segundo eu acreditei nisso tudo, nessas tentativas. Acreditei que ia dar certo, que ia funcionar, mais olhando isso tudo eu não vejo diferença, nem mesmo uma molécula mudou, si mudou foi pra pior. Por que? Porque tentar gera esperança, e quando o tentar não funciona você não tem mais esperança, logo você vira um zumbi sem sonhos, metas e propósitos, apenas esperando o fim incerto pra essa coisa que você chama de vida.
A vida é admirável! Permite-nos observar tudo ao nosso redor; percorrer todos os trilhos traçados no nosso destino e quando chegamos ao fim, passamos para o outro lado da vida vivida do outro lado do mundo, a que nós chamamos de morte. Deixamos cá todos os nossos despojos e partiremos para o além em busca da paz e tudo aquilo que tranquiliza o nosso espírito bem como o que dê descanso à nossa alma. Foi esta viagem duradoura que aos noventa e dois anos fez a minha querida mãe em 01MAR2016, deixando os seus oito filhos, netos e bisnetos, nesta vida terrena com consternação pela sua partida. É a lei da vida!
E será que fugir é a solução? Tenho tanto medo andando lado a lado comigo, como minha sombra. Passo o dia lembrando e sorrindo como uma criança que ganha um doce, mas chega a noite e bate a indecisão. Eu sei que vou lhe fazer mal, mas continuo sendo egoísta e te querendo por perto, porque você me faz tão bem... Mas e se tudo for diferente? Se formos o melhor para nós dois? E se era isso que faltava nas nossas vidas? Se um for o motivo da felicidade do outro pro resto da vida? Mas isso não é muito a minha cara... É mais fácil eu ser a pessoa que te fará sofrer, que vai quebrar seu coração. É tão difícil me ver longe de você, te quero perto. Mas não perto demais por favor. Me veja como uma flor, que pode enfeitar sua vida, mas tome cuidado pois tenho espinhos.
Ha tempos encostei num canto o tal desaforo, parei de bater de frente com insignificâncias, e não to nem ai para aquilo que tenta tirar meu sossego.... "to" numa fase em que aquietei meu coração em Deus , e coloquei minha vida na tranquilidade dos dias. "To" cuidado do que é interessante pra mim, e em mim, me esvaziando de algumas velharias e me livrando de alguns pesos. "To" me dando uma oportunidade de viver diferente, amar diferente , e até de ser diferente em algumas áreas da minha vida. Confesso que estou meio que me cuidando , sem a hipocrisia do "estou super feliz" , mas acreditando que estou no caminho certo. Por enquanto estou escrevendo uma história nova, com capítulos super bacanas e com um personagem mais que interessante , não sei que fim se dará, mas uma coisa é certa, um dia de cada vez é o máximo que posso me doar...
Agradecer o bem que recebemos é retribuir um pouco do bem que nos foi feito. Pois esse bem foi a atenção que tiveram comigo em enviar-me os parabéns pelo meu sexagésimo aniversário, por isso devo agradecer às pessoas que contribuem para a minha feliciade, pois são elas os jardineiros encantadores que fazem a minha alma florescer. Obrigado a todos!
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