Luiz Henrique de Souza Pedroza

Encontrados 4 pensamentos de Luiz Henrique de Souza Pedroza

Bruna.

Ah, Bruna...
Menina da fala doce,
Da valsa dos sonhos,
Do encanto envolvente,
Dos olhos de mel

Senhorita das minhas canções,
Dos sete vestidos de filó,
Das luvas de cetim
E do caminhar dançante

Mulher fonte súbita,
motivo dos sabiás,
dos sinos das catedrais
e da multidão suburbana

Mulher desejo,
que leva consigo, por onde passa,
o olhar atento do Don Juan,
e a atenção do analítico DaVinci

Mulher Surreal,
Deusa de ébano,
Perséfone pela manhã,
Afrodite no cair da noite

Éstu, ó Bruna:
Meu anseio mais ardente,
minha escolha mais difíciil,
meu orgulho, minha graça

És tu e não mais ninguém,
minha lenda francesa
de rendas e babados
e um laço nos cabelos

És tu, ó, delicadeza.
Meu ego, meu íntimo,
Minha moira,
Bruna.

Inserida por brunacarvalhal

Dual

E lá estava ele. Tão pequeno, tão frágil. Era maravilhoso saber que, enfim, eu havia sido pai. Ao mesmo tempo, um turbilhão de pensamentos e preocupações preenchiam os espaços ociosos no meu cérebro. Espaços que só eram, anteriormente, ativados quando os assuntos eram futilidades, como mulheres, festas e futebol.
Não havia espaço para mais nada. Desde o momento em que aqueles pequenos olhinhos negros piscaram para mim, o mundo parara. Só existíamos nós dois, unidos por laços únicos em uma esfera que eu ainda desconhecia.
E ele, o meu filho (meu!), parecia me compreender. Olhava fixamente na minha direção, enquanto suas pequenas falanges arriscavam curtos movimentos. E sorria, quando a preocupação tentava me consumir. Parecia estar adorando a exaltação que brotava de mim, mesmo detrás daquela enorme parede de vidro.
Agora eu entendia. Entendia o que era viver eternamente. Diante de mim, a maior aposta de perpetuação de minhas memórias. Uma Parte de mim. Minha continuação. Eternidade. Esse é o nome que deveriam dar a todos os filhos. Vitória. Este é o nome que deveria ser dado a todos os pais. Porque ser pai é viver, todos os dias, a harmônica dualidade existencial, sem deixar cair a peteca.

Inserida por lhspedroza

Samba do Amor Boêmio

Faz teleco teco com meu pandeiro,
Dirindindon com meu violão,
Dirindindin com meu cavaquinho
E faz um samba no meu coração.

Pra cada abraço uma nota alta,
Pra cada beijo uma melodia
E se o coro estiver afinado
Hoje a noite vai ter sinfonia.

E vai sambando pro meio da roda
Que já está chegando a sua vez
Se a sinfonia estiver animada
Hoje eu não durmo antes das três.

À tona veio esse tuntuntum
Que descobri, veio da percussão.
E enquanto tuntuntum eu vou ouvindo
Minha morena eu não largo, não.

No xique-xique do chocalho eu vou
Me devolvendo à antiga boemia.
E vou cantando como um beija-flor
Voando e sambando até nascer o dia.

O dia nasce pra morrer com samba
O samba que anima nossa gente
O samba que não existia
É no batuque do repente
E nas curvas de Maria.

E se Maria é a Dama da Noite
Que mexe com o olhar do poeta
Dois pra lá, dois pra cá
É a receita certa!

E lá do morro a gente ainda ouvia
Teleco teco, dirindim dondom
Xique-xique, tutum
Ticatá, ticatá, ticatá, ticatá...

E lá do morro a gente ainda ouvia
Teleco teco, dirindim dondom
Xique-xique, tutum
Ticatá, ticatá, ticatá, ticatá...

Inserida por lhspedroza

A dor que mais sangra no peito é a de perceber que se é a segunda opção.