Lucidez
ONIROTRIP - O CAMINHO DA LUCIDEZ
1 - Perdido Entre Bolhas Vermelhas
O sonho mais antigo do qual consigo me lembrar eu tive aos três ou quatro anos de idade. A princípio me despertava
curiosidade e confusão, depois se tornava desconfortável e assustador. Este sonho eu tive várias vezes na época:
Um cenário visto em primeira pessoa, onde tudo era vermelho e cheio de esferas ou "bolhas" do meu tamanho para
maior. Não havia chão, teto ou paredes, apenas aquelas bolas vermelhas à flutuar. Geralmente era só isso, eu acordava
e pensava naquilo por um momento e esquecia. Uma vez neste sonho, vi a imagem do meu pai entre as bolhas, eu tentava
alcançá-lo mas ele se distanciava e desaparecia no ambiente, o que me causou pânico e medo. Não sei se sonhei outras
vezes com isso, mas sempre me recordei, é a lembrança mais antigo que possuo de um sonho.
2 - Moscas Volantes e Pensamento psicodélico
Ainda aos três ou quatro anos, lembro-me de estar deitado na cama olhando para o azul do céu e brincar com as
moscas volantes, minhas primeiras alucinações, tentava controlá-las me concentrando e a cada piscada elas retornavam
a posição de antes, fazia isso até pegar no sono. Desde sempre tive pensamentos psicodélicos e a lembrança de interagir
com as sombras nos meus olhos é a mais antiga indução à alucinação visual que posso recordar.
3 - Sonhos Assustadores
Sempre tive uma imaginação muito aguçada assim como energia hiperativa, brincava bastante sozinho e achava bom, passava
o dia todo fantasiando coisas.
A forma de criação da minha família sempre teve um certo exagero quanto aos perigos, o temor sempre foi incentivado e cresci
com medo de muita coisa, um medo alimentado em demasia também na minha imaginação. O temor de certas coisas como cobras,
rios e bois, levei para dentro dos sonhos onde vivenciava pesadelos quase todas as noites. Sempre acordava muito assustado e
ficava pensando nestes pesadelos, logo após acordar e também durante o dia. Às vezes adormecia relembrando dos terríveis sonhos,
o que fazia com que se repetissem, muitas vezes eram sonhos idênticos ou continuações.
Muito intensos e vívidos os pesadelos se destacavam, apesar de apavorantes, me fascinavam.
4 - Imaginação + Memória
Depois dos seis ou sete anos de idade minha imaginação foi ficando cada vez mais rica, incentivado por programas de TV como Power
Rangers e Dragon Ball eu passei a criar elaboradas histórias e vastos universos para minhas brincadeiras, vivia no mundo da lua. Toda
a minha imaginação inundava os sonhos com monstros, nuvens voadoras, personagens diversos e fim do mundo.
Nesta época, não só os pesadelos, mas também os sonhos comuns se tornaram bastante mais vívidos e detalhados. Eu tentava
recordá-los durante o dia, juntar todas as partes em ordem de cada acontecimento. Neste ciclo de imaginação e memória, fui me
aproximando cada vez mais do mundo onírico, tornando-o cada vez mais familiar.
5 - Rios, Cobras e Bois
Os pesadelos que eu tinha eram basicamente vividos com minha reação instintiva ao medo. Ao sonhar com um rio, naturalmente
eu tentava manter distância dele, me afastar se possível. Mas a simples presença da água tornava a situação muito desconfortável
e conforme o medo tornava-se intenso eu era atraído para aquilo que me assustava. Pesadelos com rios eram os mais "leves", tirando
a agoniante experiência dos afogamentos.
Sonhar com cobras era diferente pois geralmente elas apareciam de forma inesperada, como na vida real, tornando uma situação
boa ou neutra em algo instantaneamente desagradável. Como sempre o sentimento de medo prevalecia, incapacitando-me de
qualquer ação, com frequência minha pernas paravam de funcionar deixando-me exposto e sem reação ao ataque.
Porém, as experiências mais assustadoras e agoniantes eram os pesadelos com bois e vacas; Assim que surgia no cenário algum
cercado ou pasto, a minha mente ficava em alerta, o ambiente do sonho começava a mudar aos poucos, cada vez mais com clima de
suspense e apreensão. O medo antecipado sempre fazia surgir um ou vários bois, que perseguiam-me aterrorizando noite adentro.
6 - Reconhecendo Padrões e Alterando o Ambiente
Com tamanha frequência desses pesadelos com vacas, passei a reconhecer vários padrões nos sonhos. Sendo uma situação previsível,
ficava em alerta com cenários familiares, mantendo a calma e me concentrando, tentava assim evitar que o sonho fosse para um lado
mais sombrio.
Tais pesadelos possuíam um certo padrão, geralmente eram iguais; uma situação boa se tornava aos poucos desconfortável, o ambiente
se mostrava hostil e estranho, cada vez mais o medo era intensificado e então de forma crescente o terror seguia até um ápice de horror
despertando-me apavorado. (Era só mais um pesadelo!).
Em vigília, tentava lembrar o que eu tinha sonhado, cada vez mais me atendo aos detalhes para evitar esses pesadelos. Aos poucos
pude desenvolver um certo raciocínio e estratégias instintivas dentro dos pesadelos, me aproximando assim da lucidez.
Minha primeira ação espontânea dentro de um sonho foi tentar modificar o ambiente, de hostil para agradável. Passei a reconhecer
cenários prováveis à pesadelos e evitá-los. Lembro-me de estar em situações desagradáveis e alterá-las de forma consciente.
A primeira vez que fiquei lúcido dentro de um sonho foi no auge do medo, enquanto fugia consegui pensar em uma forma de encarar
o pânico; parei e me voltei para o que me perseguia. Imediatamente o pesadelo acabou, tornado-se um sonho tranquilo novamente. Foi
apenas um segundo de lucidez, mas aquilo me intrigou por dias.
Depois disso, eu tive vários pequenos momentos de lucidez para fugir de pesadelos.
7 - A Descoberta dos Sonhos Lúcidos
Com o tempo aprendi a criar ambientes no sonho, alterar cenários e situações, mas ainda assim sem estar completamente lúcido. Eu agia
de forma instintiva, como defesa. Cada vez mais eu focava em recordar os sonhos e seus detalhes, minha relação com o sono e o estado
de vigília foi se tornando cada vez mais íntima.
Não demorou muito para que eu começasse a ter experiências de lucidez interagindo com o universo onírico, estados lúcidos que duravam
cada vez mais tornando-me fascinado por tudo aquilo.
Por muito tempo achava que era algo só meu, pois ao falar com outras pessoas a respeito disso causava um certo espanto, ou diziam que eu
era mentiroso ou que era algo espiritual.
Na minha pré adolescência passei a ter contato com a internet, pesquisei bastante a respeito de sonhos mas tudo que encontrava era
significados e predições. Foi por acaso que encontrei no Orkut uma comunidade com um nome muito chamativo; "Sonhos Lúcidos". Foi onde
descobri o que era SL, descobri o filme ''Waking Life'', aprendi sobre exercícios e os testes de realidade. Dormir nunca mais foi a mesma coisa.
Com exercícios e um pouco de conhecimento sobre o assunto tive vários SL, alguns muito longos e proveitosos. Vários vôos, diálogos, viagens,
criações, experiências incontáveis e inexplicáveis.
8 - Na Contramão da Realidade
Me tornei um Onironauta, o mundo dos sonhos era meu lugar preferido...
A frequência dos sonhos, os falsos despertares, os exercícios em vigília tudo foi ficando cada vez mais intenso afetando de forma negativa a
minha realidade. As lembranças misturaram-se e eu as confundia. Comecei a não ter mais certeza absoluta do que era real, o universo onírico
havia me afetado demais, e aos meados da adolescência temia pela minha sanidade. Iniciei um processo de afastamento dos sonhos, parei com
os exercícios e tentei focar na realidade.
Cada vez mais responsabilidades e preocupações foram ocupando a minha cabeça, mergulhei numa rotina intensa e nunca mais voltei a sonhar,
buscando sanidade
com medo de me perder
abandonei os sonhos
para tentar encontrar
O Caminho da Lucidez.
9 - Com o Pé na Estranha Estrada
Hoje, com vinte e oito anos, estou tentando retornar aos sonhos
Com calma e sabedoria
imagino que esteja mais seguro
viajar para os confins desta estranha estrada.
Sem pressa, primeiro dormir, para depois sonhar
Vou lembrando sonhos e fazendo mapas
marcando padrões e revisitando o subconsciente
Sei bem por onde andei
cá estou novamente
onironauta desperto!
Crislambrecht
Quem ainda permanece em pé, com lucidez, nessa guerra mundial de nefastas ideologias difusas e de grilhões cauterizantes, já tenha-se por vencedor, pois de todas as trincheiras, a pior é a do intelecto, onde as piores e mais cruéis batalhas são travadas obrigatória e inexoralvelmente de soldado único.
"Ensaios de lucidez"
Confundir amor com egoísmo é algo tão preciso nos dias de hoje, como a busca material na ilusão do paraíso.
Para falar do amor primeiramente é preciso tentar entender a dor, entender que ela é a negação do próprio amor, ela é fruto da germinação do egoísmo sua gestação ocorre durante a posse e nasce na perda.
A solidão é temida e vista como patologia por uma sociedade que oferece todo tipo de entretenimento e entorpecimento para preencher um buraco negro com uma fome infinita sedenta de si mesmo.
O conhecimento deu lugar a censura e tudo que é diferente é ridicularizado ou considerado como loucura, e ai de quem as regras quebrar... A pressão vai ser tanta que pode até se matar.
A moda é a réplica, e se não tiver de acordo esteja pronto!
Nascemos prisioneiros, a identidade é imposta na gestação, a partir do momento em que os pais roubam os sonhos dos filhos e projetam neles seus próprios sonhos.
Pobres crianças cujo seus sonhos são censurados, ensinadas a negar e reprimir sua própria natureza para ser amada e aceita, sendo ensinadas a ver sua própria identidade como ameaça, onde conhecer e aceitar a si é loucura, insanidade!
E então nasce a solidão porque essa criança já não sabe mais quem ela é, ela se perdeu de si mesma por medo de não ser amada, não ser aceita.
Acredito que o mundo seria um lugar bem melhor se os valores fossem convertidos na busca de si mesmo, se apoiássemos nossas crianças deixando-as livres para que possam descobrir seu próprio potencial criativo, amá-las e aceitá-las sem lhes impor nenhuma condição, amar incondicionalmente!
Muitos pais falam de amor incondicional mas o que mais tem se visto são condições para amar e ser aceito, egos repletos de amor narcísico na expectativa de realizar seu potencial reprimido as custas do outro.
Meu respeito e admiração vai pra você que é diferente, excluído, estranho, dado como louco, você que não tem medo de assumir sua identidade, você que é criativo e espontâneo, que quebras os paradigmas sociais, você que tem a coragem de ser você, que se ama e se aceita.
Por mais difícil que tudo possa parecer perante uma sociedade que não aceita a originalidade jamais perca seu brilho, lembre-se sempre da força e coragem que habita em você, pois assumir uma identidade perante uma sociedade doente e aniquiladora e só para os heróis!
A luz e a escuridão, duas coisas que temos que gera um equilíbrio.
A lucidez e a loucura, mantem o ser estável e o estado mental equilibrado.
O amor e amargura, lhe deixa lucido para provar os sentimentos
e experimentar as loucuras da vida lhe mostrando que você é humano.
A riqueza e a pobreza, distintas, duas perspectiva a serem analisadas,
mas só um faz sentido. Mas uma coisa eu sei, o seu bem estar não está
atrelada ao outro, mas no que depender de mim, um sorriso eu posso compartilhar.
Se você afastar minha lucidez
Não te darei mais atenção
Pois foi com ela que te encontrei
E conquistei seu coração
O seu olhar de nada vale
Se não fosse a verificabilidade
Pois ela me ajudou
A te amar de verdade
Sua boca
Culpo a inteligibilidade
Pois ouço tantas palavras bonitas
Com muita peculiaridade
Dessa forma
Impossível não te amar
Mesmo que a emoção seja tamanha
Mas deixo a razão falar
"A minha lucidez me fez despertar para um novo sentimento, ele estava insano escondido na minha dor, inexplicável é AMAR."
RUDNEY VENTURA
É um misto de saudade, devaneio, que invade meu corpo. Perco a lucidez, me perco na insensatez de um impulso que me devora: Você!
Flávia Abib
O amor...
É a lucidez do poeta, é a profecia do profeta.
É a clara e mais louca forma, de se enxergar.
É luz, é céu, é mar.
Ao contrário do que dizem não se tem só um.
Isso é paradoxo pra quem não sabe amar.
Não é infinito, é finito.
Por isso cada segundo conta.
Porque ao final de cada segundo, a magia do infinito reconta.
Que em meio as incertezas da vida possamos ter lucidez para entender que dentro de nós existem inúmeros limites e tentar ultrapassa-lós é como cavar um poço vazio, escuro e solitário.
#caetanoveloso
"Quanta luz e lucidez pode se extrair da poesia?
Caetano é um portal para um infinito azul de possibilidade."
Era o Mar
Quando vi pela primeira vez,
Já não conseguia respirar.
Havia momentos de lucidez,
Mas só desejava me afogar.
A noite se espelha,
A profundidade se estabelece.
Então nasce uma centelha,
É muito mais do que parece.
Quando à noite está revolto,
Marcas das ondas sob o olhar.
Quando o dia venturoso,
Cristalino e suave põe-se a brilhar.
Vez ou outra, navegar me é permitido
Para isso, sei que meu dever é honrar
Já que as mesmas águas que podem me banhar
Têm também o poder de devastar.
Sua potência é inexorável,
Porém o dano não deixa de impactar.
Receba seu valor inestimável.
Pois, por você, não deixarei de me fascinar.
Ela era o mar.
Se você não me conhece
Talvez nada perdeu
Deixe pra lá
Adoro a lucidez 'in life'
Dando um grau no astral
Com loucura vai temperar
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