Loucura e Lucidez
Lúcida loucura
Nas incertezas de um caminho insano
Não há nada que seja maior evidência de insanidade,
Do que fazer as mesmas coisas todos os dias e esperar algo diferente
Sou louco por pensar que está tudo errado,
Mas tentar concertar o mundo é falta de lucidez
Quando acho que não sou normal,
Fico mais louco a cada dia
Quando sofro de um delírio, é insanidade
Quando muitas pessoas sofrem do mesmo delírio, é normalidade
Depois das loucuras, neuroses e psicoses,
Surge um surto de lucidez
Sou louco e, simplesmente, acredito no hoje
É o único dia que posso viver minhas loucuras
O amor é coisa de louco,
Mas amar demais é doidice
Que louco esses pensamentos...
Mas o que seria dos pensamentos, se os loucos não existissem?
Não tem explicação, a poesia é apenas uma lúcida loucura
Eu dizia complete-me, pois quem ama tem moral, curtindo a loucura transpondo as lucidez;
Agente faz e acontece sobrepondo tudo que vira musica para reconstruir um desafio;
Mais o nosso destino traz nas asas um novo dia com a esperança de ter o seu amor;
Não sei como guardar o tempo que me traz a ausência do seu olhar;
Me ensina a caminhar em sua direção para que eu possa entender todo o seu querer;
IV. A lucidez que enlouquece
Nem toda loucura é fuga. Algumas são excesso de lucidez. Quando se vê demais, sente-se demais. Quando se compreende além do que é possível suportar, a mente busca rotas que a consciência não escolhe. Há dores que não cabem na razão, e há verdades tão nuas que dilaceram.
A lucidez, quando absoluta, é um risco. Porque ver tudo sem véus é também ver o absurdo, a finitude, o vão das promessas humanas. E nem sempre se está pronto para permanecer são dentro desse deserto.
A loucura, por sua vez, aparece como véu restaurador. Ela recobre o intolerável, inventa símbolos, reinventa a lógica. Cria sistemas próprios onde o indivíduo pode ainda ser deus, vítima, redentor, qualquer coisa que impeça o colapso. É nesse sentido que a loucura pode ser também criação, não destruição. A reconstrução de um universo interno, com regras próprias, para que o ser não se desintegre.
E no entanto, mesmo no delírio, há beleza. Porque onde há linguagem, ainda que dissonante, há desejo de expressão. Onde há construção, ainda que simbólica, há instinto de permanência. E onde há dor, há humanidade.
Compreender esse ponto é recusar a dicotomia. É não separar em rótulos estanques o que, na verdade, se entrelaça em ondas. Todos os que pensam profundamente já roçaram a margem da loucura. Todos os que criam com intensidade já sentiram a vertigem do descontrole. O equilíbrio é uma dança. E a lucidez verdadeira não exclui o delírio, apenas o traduz.
Muita lucidez não é bom e vira problema. Portanto, uma pitada de loucura faz bem, pitada, sem exagero!
Se o equilíbrio é cura, quero a igualdade em minha balança... quero a loucura como antídoto às toxinas que a vida inflama; quero a lucidez pra que essa loucura não se torne insana.
Loucura
Loucura pouca é bobagem
Aqui a gente ta só de passagem
Uma vida tão linda
Vou me privar de que?
Tenho fé, tenho Deus, e tenho tu.
Onde a fé é meu caminho
Deus minha lucidez
E tu minha loucura.
Aqueles que desconhecem o porque de meus momentos de loucura
Não merecem sequer, um minuto de minha lucidez ...
Talvez a loucura nada mais seja que um ponto onde o ser humano alcança o estágio de sabedoria suficiente para entender que tornar-se louco é a única maneira inteligente de manter-se lúcido.
Não há louco que não seja lúcido e nem lúcido que não seja louco.
