Lobo
TU
Vieste inteiro para mim
Num lindo dia de sol
Com o coração quente para amar.
Vieste livre como o vento
Numa fresca tarde
Com o brilho de um diamante por lapidar.
ƸӜƷ ✿ ❤
SABES
Queria escrever-te
- Talvez um verso
Dizer-te o quanto te amo
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Tu sabes que cada verso
Que faço é só para ti
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É como se o amanha não existisse
Apenas hoje meu amor.
ƸӜƷ ✿ ❤
ƸӜƷ ✿
((( ^ - ^)))╭✿
Sou a tua loba se me conseguires desvendar
Sou livre como o vento, selvagem sem correntes
Jamais conseguirão prender-me ou domar-me
Amo a natureza, amo o sol, a noite, a chuva
Sou uma loba serena, misteriosa, apaixonada
Pelas serras, montes, bosques deste nosso Portugal.
ÉS O MEU JARDINEIRO
Abro o meu coração para imaginar-te
Nos meus sonhos, nas minhas fantasias
Quero pensar que esta noite estou nos teus
Braços em que tu estás ausente meu amor
Sinto a tua essência a queimar-me dramaticamente
Os meus ouvidos, sinto o cheiro do teu corpo
Quero pensar em ti como uma doce poesia
Respirar-te nos meus braços desnudando-te lentamente
Amarrando os nossos desejos num intenso nó
Numa respiração poética em que estás nu e és meu
Nós os dois estamos a navegar de desejos
Sentindo a maré cheia, na terra dos campos de trigo
Tu és o jardineiro que semeias no meu jardim
Nos sulcos do meu coração repletos de sonhos
Beijos que o vento trás sobre as asas do beija flor
Tu amor, só tu és a razão, a minha vida
A minha alma está iluminada pelo fogo dos teus olhos
E queima totalmente a minha essência feminina.
((( ^ - ^)))╭✿
Isabel Morais Ribeiro Fonseca
Assim como os lobos de uma alcateia, as ilhas nos arquipélagos, as aves voando em bando, os peixes em seus cardumes e os cachorros de uma matilha, as pequenas alegrias de uma vida é que fazem a sua grande felicidade.
Lembra-te filha(o)! Toda a antiguidade,
reclama, e sempre, pela senhoria.
E não importa do cristão a idade..
Da intimidade, sempre, desconfia,
pois veste o lobo a pele do cordeiro,
para melhor aproximar-se dele.
Esconde as presas. Bale até. Matreiro!
Depois... Záz! Pronto! Mete os dentes nele.
SOLETRO SEMPRE
Soletro esta minha inquietude
No nevoeiro da redonda terra
Entre a insensatez dos espinhos
Rosas que perfuram a carne branda
Pálpebras exaltadas no corpo
Devastação do fogo nas madrugadas
Há uma gestação feita de medo
No sangue derramado das palavras
Pétalas de mentira nas lágrimas de sangue
Delírio dos olhos nas palavras impróprias
Cobertas estão as portas na falácia da morte
Sepultura feita de ouro no vicio, na voz
Nas pétalas das rosas cruas de um quadro
Soletro as letras num precipício de palavras
Num fôlego abreviado de fartos espinhos.
GUARDADOR DE SONHOS
Estou cansada de agradar de aceitar de negar
Já chorei no deserto para repousar os olhos
Lágrimas caídas no arenoso já seco terreno
Em novelos de lá deitei os brancos cabelos
Abri o corpo nas searas quentes perdidas
Adormeci a sombra nos ramos dos chuopos
Acordei sacudida de gotículas da leve chuva
Molhei a minha alma nos frescos orvalhos
Ardi no forno de lenha entre a fornalha de pão
Recolhi-me nas asas das pétalas de rosas
Quantas vezes quis eu dormir ao relento
Nas planícies estreladas abertas as noites frias
Para aquecer um grito neste nascer do sol
Ler as linhas do teu corpo como se de um mapa
Se tratasse num gesto aflito de desejos já lidos no vento
Estou cansada não é da idade, e de me perder no tempo
Só quero o teu invisível guardador dos meus sonhos.
SILÊNCIO
Hoje não quero falar
Só quero dedicar-me ao silêncio
Há quanto tempo não o ouço
No desejo marcado de um sonho
Que ao tentar acordar
Perde-se na memória ou saudade
Despe-se na essência do amor
É preciso senti-lo para ficarmos a sós.
VIDEIRA DA RAIZ
Bela charmosa videira com ramos de luz
Vem comigo brindar com vinho tinto
A ver as águas do rio num azul profundo
Para alegrar o corpo, a alma e o sentimento
Saboroso paladar que me faz rir e sonhar
Desfrutar é amar-te mil vezes, é beijar-te outros mil
Beber o vinho tinto especial da muxagata
Nos copos de cristal, num olhar, num toque
Os nossos sentimentos murmuram encantos
Respiram calor num paraíso de olhar ardente
Incenso onde afaga na essência plantada de raiz
Dá frutos doces em forma de vinho tinto saboroso
Um desejo saudável de caricias leves de amor
Vem desfrutar da sua leveza, do seu doce aroma
Que encantam a viver a vida de uma forma simples
Me perdi nos teus olhos, videira de soltos ramos
E tu meu amor na cama onde nós sonhamos horas
MUTILADOS RUBROS DE VINHO
Restos mutilados na velha cor dos rubros vinhos
Gramática desarticulada acompanhada de lágrimas
Rasga a mortalha do peito no último arrependimento
Nas brumas dos caminhos esta o gemido silencioso
De um tonto místico profeta, na sua liturgia angustiante
Cicatrizes abertas no trilho da memória do sítio incerto
Tecerei uns sonhos irreais como feridos de batalhas perdidas
Penetramos no sentido da vida seríamos menos miseráveis
Nos anseios os tigres de garras que dilaceram o pior pesadelo
Duvida do suor com as lágrimas salgadas pedaços de si mesmo
Pobres de palavras para exprimir a mentira na dor do que
É escuro, sujo sem o conforto nas horas de sofrimento na verdade
Do tempo, de uma alma plantada do mundo que anda perdida
Não tem norte, nem vida, sente-se já crucificada dolorida
Sem sorte, sem sonho, sem destino, restos mutilados
Numa gramática de batalhas, esquecidas, perdidas
Escondidas no sentimento de uma alma em luto
Sem nunca ser compreendida nos rubros vinhos de cor.
SORRI E AMA
Olha levanta a merda do teu rosto
Sorri pelo menos uma vez na vida.
Limpa a merda das tuas lágrimas
Todos temos dores que nos engolem o coração
Olha para tudo que te rodeia e ama
Todos nós temos histórias de vida para contar
Sorri e ama neste caminho de pedras, fragas e silvas
POEMAS CATIVOS DE ALECRIM E LAVANDA
O tempo do tempo é consumido como ar
Na rotina do seu amargo arrependimento
No arrasto do vento, no tempo da luz
Pragmática de um beijo, morre sem nada dizer
De uma história, sem prosa, sem verso
Num único versículo, entre o perfume das rosas
Talvez o silêncio esconda, poemas sofridos de amores
Sem sentido das palavras que alguém roubou
Sem reconhecer o culpado no próprio esquecimento
Perderam a fé na abandonada mente, no condenado corpo
Telhados de inverno cheios de quimera de um amor proibido
Morto no esquecimento de uma alma, esquecida dando dor a tristeza
Nas horas, nos minutos, de sussurros cativos da solidão
Que existe uma prosa lírica em cada sílaba em cada palavra
Liga ao coração como uma oração de esperança
De louvor ao amor num aroma fresco de alecrim e lavanda
ENCONTREI O SABOR
Nos teus olhos encontrei o amor
No frango com castanhas
Encontrei o sabor dos teus lábios
No lombo com abacaxi
Encontrei no teu corpo o calor
No borrego no forno
Encontrei tudo que nos completou
No pão recheado de presunto
Encontrei os teus abraços
No polvo assado no forno
Encontrei o teu sorriso
Nas sardinhas à tanoeiro
Encontrei-me a viajar na tua mente
Nos rolinhos de couve com gengibre
Encontrei a suavidade da paixão
No entrecosto assado no forno
Encontrei a intensidade do teu amor
No bacalhau com natas e queijo
Encontrei a entrega do teu coração
Na perna de peru no tacho com couve-flor
Encontrei a lucidez do teu amor
Amo-te na sopa à lavrador
FOME TENHO
Tenho fome
- Fome -
De tudo.....de todos
Do que és.....do que foste
Do que tu pensas
Dos que ficam
Dos que partem
Das coisas boas
Do silêncio.....do barulho
Do fogo....da água
De mim.....de ti
De te ter comigo
Do presente.....do futuro
Do deserto.....da serra
Do campo.....dos lobos
Do amor.....da paixão
Da paz .....de viajar
Fome de viver, de amar.
PEDAÇOS
Flores laços de cetim
Queimadas em cinzas
Afogo-me nas palavras
Enterro-me no trabalho
Nas telhas dos sonhos
Já não almejo o perdão
Sou repleta de erros
Mato todas as lágrimas
Nas letras que me sugam
A vida da minha mente
No meu obscuro corpo
Já sem sons da saudade
Ao ver a tua bela nudez
A minha alma se deleita
Na nossa louca insensatez
O vazio gritou palavras
No silêncio sem sentido
Gemidos de mim, de nós
Afogo-me no teu corpo
Enterro-me nos teus braços
Sou repleta de imperfeições
Amo as flores de cetim
Já não almejo o perdão
Mato todas as lágrimas
Nas palavras feitas de amor.
PODRIDÃO IMPOSTA
Chovia com força vidros
Vermelhos de sangue
Partiam todos os cristais
Soltos da velha janela
Tentava caminhar
Sem ser cortado no vermelho
Sangue de tinta
Entre as escritas letras pretas
Prosa sem medo
Sem o dever de suportar a dor
O cervo tremia do caçador
Predador ansioso da mente
Caçador de sonhos,
Perdido na vastidão das almas
De mãos sujas de barro
Lenços de asas que fazem voar
No novo cinismo rompendo o ócio
Na partida já pronta
Desmorona no queixo caído
Na barba desfeita do despeito
Entre o seio da incredulidade
Desespero da fome à noite
Lágrimas soltas de sangue
No sacrifício dos versos obscuros
Sangue no chão, onde o mal
Germina envenena e contamina
Infiltraram-se assim escravizando
As palavras, as letras
No vento gelado de intenções maldosas
Choviam punhais
Que nos feriam rasgando a carne
De poemas já livres
Da maldade, da podridão
Que era imposta nos nossos dias.
VELHA MORTALHA
Mar velho feito em mortalha
Que na fria carne rasgada
Embalsamas todas as dores
Entre os murmúrios tristes
Voz escura na calada garganta
Nas tramas obscuras da queda
Ondas serenas de maremotos
Nos carinhos remotos em fúria
Lágrimas tuas em gritos roucos
Tormentas tolas numa ambrósia
Vagos espaços nas lentes perdidas
Os arcanjos cantam proclamam amor
Pobres vidas perdidas nos enigmas
Velha mortalha feita no profundo mar
Entre os portões de ferro nos sonhos
Transladam o delírio no fim risonho
Velho mar que embalsamas a mortalha
Dos erros das tristezas em murmúrios
Voz calada nas tramas obscuras da vida.
AMO-TE NOS SABORES
Amo-te .....
No risoto de farinheira
Ou nos peixinhos da horta
Olhando para os teus lábios
Anseio o seu salgado sabor
Amo-te....
No perú com frutos secos
Ou lombo de porco assado
Assim descubro o gosto do teu amor
Sem limites dos teus braços
Amo-te.....
No arroz de pato
Ou no camarão frito com molho de côco
Quero os teus lábios junto aos meus
Para sentir o doce sabor dos teus
Amo-te.....
Nas farófias com banana
Ou na tarte de creme de amêndoa
Quero a suavidade do teu corpo
Na intensidade do meu, teu desejo
Amo-te.......
Nas pescadinhas douradas e amejõas
Quero os teus lábios na entrega das noites de velúpia
Amo-te.......
No pão de ló de Ovar ou pudim de pão com maçã
Quero os teus lábios com gotas de amor
De muito sabor sedutor
Amo-te.......
No cabrito assado com cebolinho e alecrim
O sabor dos teus lábios deixa a saliva
Doce de alegrias maduras
Amo-te.......
No bolo de canela e erva doce
Ou no molotof de limão
Quero sentir o teu toque no meu corpo
Da tua maneira louca
Amo-te.........
No risoto com queijo brie cogumelos e legumes
Quero viajar nos teus lábios sentir o teu doce sabor
Amo-te........
Na torta de Laranja ou no bolo de fécula de batata
Quero provar do teu abraço e fazer-te o meu esplendor
Amo-te..........
Na açorda de marisco ou nos choquinhos à algarvia
O teu corpo incendeia o meu ser, arde no sabor dos teus lábios.
Amo-te e depois.......gosto de ti mais nada.
AMAR
Amar é respeitar
Amar é não brincar com os sentimentos
Amar e realizar os nossos sonhos
Amar é querer ficar sempre perto de ti
Amar é conquistar-te
Amar é sentir a chuva a cair
Amar é viver simplesmente
Amar é ver as ondas do mar
Amar é ser fiel a ti e aos outros
Amar é envelhecer amando
Amar é perdoar sempre
Amar é querer envelhecer ao teu lado
Amar é acreditar em ti
Amar é chorar de alegria
Amar é sentir a felicidade nos outros
Amar é aceitar a tua dor e não só
Amar é ultrapassar todas as barreiras
Amar é não ter medo de cair
Amar é ajudar o outro a levantar-se
Amar é simplesmente amar, amando-te.