Livro Aberto
Eu sou um livro aberto e você um trancado a sete chaves, eu gosto de deixar tudo as claras enquanto você faz o máximo possível pra guardar para si, e são essas diferenças que me puxam como um ímã até você, a sua grande capacidade de se esconder nas entrelinhas, a minha curiosidade quer devorar essas entrelinhas e descobrir tudo o que elas omitem. Não vai ser fácil e é isso que me deixa mais animada, fazendo com que eu continue com esse plano insano de descobrir quem você é, para quiçá um dia eu poder dizer com toda a veracidade do mundo, você é minha!!
LEMBRE-SE SEMPRE:
Nossa vida é um livro aberto diante de Deus. Então fique esperto(a)!
(((título e texto são de autoria de Isa Soares-proverbiosesabedoria)))
MORTE POR AMOR
Quando Otávio me bateu à porta, às dez horas da noite, eu tinha um livro aberto diante de mim. Não lia. À cólera, que me agitara durante toda à tarde, sucedera uma grande prostração. Parecia-me sem remédio a minha desgraça, depois daquela certeza, daquela terrível certeza, eu finalmente aceitei a realidade.
Minha vida jamais havia sido invejável, mas apesar de toda dificuldade que enfrentei e de todo o sofrimento que passei, minha vida não podia ser considerada uma vida triste.
A indigência que nos cercava não permitia que gozássemos das mais singelas mordomias que existem. Meus pais, apesar de analfabetos, nunca nos deixava faltar a uma aula sequer. Meu pai sempre dizia que o futuro que podemos escolher, nós o encontramos na escola.
Algum tempo depois minha mãe adoeceu. Não suportando as complicações de uma desconhecida doença, faleceu. Eu estava com a idade de dezoito anos e acabara de me formar no ensino médio. Minha mãe sempre havia sonhado em ser professora; daquelas que estudam a língua e escrevem contos e poesias, desejava possuir um diploma de mestre ou doutora. Entretanto, a terra que perdurava sob suas unhas representavam anos e anos de estudo de quem nunca estudou, os calos de suas mãos representavam as marcas do esforço de uma escritora que não sabia ler e escrever, as rachaduras de seus pés representavam a longa caminhada de uma professora que não sabia ensinar, mas que não deixava faltar comida para seus dependentes, tampouco educação. Esse era seu maior certificado!
Daquele dia em diante a vida não era a mesma. Todos nós, apesar de ter superado a dor da perda, não conseguíamos cobrir o buraco que se abriu em nosso coração. Meus irmãos não estudavam mais como antes e meu pai já não trabalhava com tanto vigor.
Havíamos prestado concurso, no qual somente eu fui aprovado e ingressei na faculdade. Independente de sua ausência, para alegrá-la, estudei Letras. Tornei-me doutor em língua. Embora tenha um amplo conhecimento sobre a escrita, prossigo com a mesma simplicidade com a qual sempre falei e escrevi. Não escrevo contos ou poesias, mas aplico-os em minha vida com a mesma devoção de um fiel em um culto; culto este que frequento diariamente.
Antes de as reminiscências interromperem a minha leitura, eu lia o poema que havia recitado para meus pais em um aniversário de bodas. Essas recordações que citei acima foram as mesmas que emergiram em mim correntezas bravias de uma cólera irremediável, mas efêmera. Otávio, meu irmão, trazia sempre boas notícias e, ao abrir a porta e cumprimenta-lo, minha cólera deu lugar a uma imensa alegria. A ansiedade de saber a notícia que estava por vir desapareceu quanto tive de aceitar aquela tão terrível certeza, aquela tão terrível realidade.
Lembrei-me do poema que havia lido para meus pais naquele dia e recitei-o para meu irmão:
Velejando sem barco ou vela
Viajando na Vida
Por uma simples tela
As ilusões me espreitam,
Horizontes desordenados
Com placas de várias setas
Mas que não inibem minhas frestas
De sonhos que se deleitam
De imagens ilimitadas
Multicores
Refletem por sobre os mares
Por sobre os ares
Por sobre as flores
E nas variações do destino
Enraigados por desafios
Não me induzem a desistir
Pois nesta fascinante tela
Que faço da vida
A imagem mais bela
Do porto onde
Quero seguir.
Tínhamos pranto e lamentações no coração. De nossos olhos, cascatas de dores. E essa era a tão terrível certeza, a tão terrível realidade: enquanto lembrava-se de minha mãe, meu pai havia morrido.
"Essa história de fazer da minha vida um livro aberto está me dando muito trabalho. Achei que borrar páginas era mais fácil. O jeito será arrancá-las."
-Aline Lopes
Minha vida é um livro aberto com poucos exemplares. Mesmo assim, não são todos que entendem o que leêm.
Jugam me como se eu foce um livro mais eu lhes direi minha vida e um livro aberto escrito em árabe...
Livro: Aberto mestre mudo que ensina, Fechado, mestre que implora, Abandonado, mestre entristecido, Danificado, mestre que lamenta.
Minha vida é um livro aberto
Onde em cada página escrevo seu nome
Cada sorriso seu vira uma imagem colorida
O motivo para continuar minha vida
Voce está tão longe .. Não consigo te encontrar
Me faltam as palavras para continuar a escrever
As imagens perdem as cores sem você .
Não faço parte de uma história contada, lida. Sou um livro recém-aberto, onde o começo era uma vez. Moldo meus dias como criança, que sonha um mundo melhor, sem dores, com as cores de um velho jeans.
A lua e o secreto
Abajur ligado, nenhuma sombra em evidência, o livro aberto, o vinho com gosto amargo da saudade,
da janela apenas a lua causa o efeito de um abraço amigo,
na poltrona o livro é deixado de lado, os olhos se fecham, a imaginação começa o seu show particular,
o teu abraço quente é sentido, o teu cheiro se espalha pelo quarto, a tua sombra é vista apenas pelo silêncio da lua,
o sonho ganha sabor, temperatura, ele ganha vida,
os olhos se abrem devagar, o vinho trás prazer a cada gole, a lua maliciosa dá um sorriso maroto,
o livro é fechado, o abajur é desligado, agora é hora de dormir o sono de marinheiro.
Um livro de romance é aberto, a cada trecho, pensamentos são influenciados, sentimentos veementes são descobertos, parte de um cenário antigo e romântico é revelado nesta atual realidade, certamente, um lapso temporal que pode ser muito bem aproveitado numa rara oportunidade.
Observando algumas sacadas de uma construção preservada pelo tempo, vejo um belo casal que desfruta dos primeiros momentos de sua futura união, uma jovem donzela em uma destas sacadas, olhando o seu amado que lhe declara lá embaixo o seu amor com um genuíno entusiasmo.
As palavras sabiamente reunidas que contam uma história emocionante, quando cativam, podem ser vistas no mundo aqui fora, proporcionando uma sensação empolgante, ganhando vidas e formas através de uma perceção exultante graças a imaginação forte que se renova.
VOAR
O livro fechado não tem valor.
Um livro aberto é um grande voo.
Do início ao fim você viaja...
Pouse ele na sua estante ou no armário.
Se não tiver esse veículo,
vá até uma biblioteca ou livraria.
Mas use suas asas todos os dias.
