Leve como Passaro

Ninguém ama tanto a vida como o homem que está a envelhecer.

Não importa como uma pessoa morre, mas sim como ela vive.

A lógica, como o uísque, perde seu efeito benéfico quando tomada em quantidades exageradas.

O orgulho é como um íman apontado constantemente para um objecto; a personalidade; porém, ao contrário do íman - ela não possui polo atractivo - repele em todas as direcções.

Se é verdade que nos habituamos à dor, como é que, com o andar dos anos, sofremos cada vez mais?

Um beijo legítimo nunca vale tanto como um beijo furtado.

Nossa liberdade fundamental é o direito e o poder de decidir como qualquer pessoa ou qualquer coisa fora de nós nos afetará.

Algo como o mau tempo, na verdade, não existe. Existem, sim, vários tipos de bom tempo.

O erudito é como o corvo que alimenta os seus filhotes vomitando o que comeu. O pensador é como o bicho da seda, que não nos dá folhas de amoreira, mas seda.

As Palavras

São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.

Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.

Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.

Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?

Inconstante, como aura, é por natureza / o pensamento dos jovens.

Toda a concepção moderna do mundo tem como fundamento a ilusão de que as chamadas leis da natureza sejam as explicações dos fenômenos naturais.

Como é terrível conhecer, quando o conhecimento / não favorece quem o possui!

Para os problemas de estilo, nada com a corrente; para os problemas de princípios, sê firme como um rochedo.

Ideias são como barbas: o homem só tem uma quando ela cresce.

Que há de mais absurdo que o progresso, já que o homem, como está provado pelos fatos de todos os dias, é sempre igual e semelhante ao homem, isto é, sempre em estado selvagem.

Amar é ver-se como um outro ser nos vê, é estar apaixonado pela nossa imagem deformada e sublimada.

O governo é como um bebê: um canal alimentar com um enorme apetite numa ponta e nenhum senso de responsabilidade na outra.

Vivemos com os nossos defeitos como com os cheiros que temos: não os sentimos, eles só incomodam os outros.

Como flechas na mão do guerreiro, assim os filhos da mocidade.