Lápis
A melhor maneira para refletir é utilizar-se de um lápis e uma caneta ou, para os que já vivem na contemporaneidade, o Bloco de Notas. Mapear o nosso pensamento é o que o torna mais entendível para nós mesmos. Tem muita peça desusada em forma de neurôneos livres para que montemos os incríveis e enriquecidos quebra-cabeças.
E como se a vida fosse um desenho feito a lápis
tentou consertar os erros com uma borracha.
Pobre menino, rasgou o papel.
Um bom escritor nunca abandona seu lápis, ele ameaça, na crise quebra a sua ponta, mas logo em seguida está desesperado a procura de um apontador.
O lápis e a borracha
Todos usam o lápis dando uma importância tão grande para ele, sendo que ele só serve para escrever. Muita das vezes escreve histórias que não são bem assim como pensamos escrever em um papel tão lindo chamado amor. Mas acredito eu que o grande Rei disso tudo não é nem o lápis e nem o papel, mas sim a BORRACHA, pois ela sim tem o poder de decidir se aceita ou não o que o lápis escreveu.
Em uma redação de um concurso publico, um grande gênio escreveu a melhor redação de todos os tempos. Explicando de uma forma tão fácil sobre a importância do lápis e da borracha, no qual pedia no tema da redação, então logo á cima da folha estava escrito; o que de tão mágico entre essas duas ferramentas tem para qualquer papel?
Então o grande gênio escreveu, escreveu, e escreveu. Ate preencher toda a folha frente e verso. Assim que ele terminou de escrever todo aquele texto, decidido pegou a borracha e apagou tudo que havia escrito. Os que estavam ao seu lado sem entender julgaram pensando que ele era doido e burro, porque o tempo já estava para terminar e ele não ia conseguir escrever uma outra redação para ser entregue a tempo.
Então antes de acabar o tempo, naquele papel rascunhado bem no final da folha ele escreveu...
E tão fácil escrever, seja lá qualquer coisa Mas, para outros pode ser a coisa mais difícil, porque se caso errar não saberá se vai conseguir escrever outra história. Então simples assim o que o lápis pode escrever a borracha consegue apagar, dando então toda a liberdade para o lápis escrever novamente uma nova história, Um novo desenho, mais um jogo da velha e por ai vai... A borracha é a diversão para que a brincadeira de escrever não perca a graça.
Então se você escreveu uma história e se esta história não saiu como você pensou. Não se apavore. Apague tudo e, RECOMECE OUTRA VEZ, afinal de contas: nunca é tarde para recomeçar tudo de novo.
Se pode desenhar o natal e pintá-lo com lápis de cor? ladrilhando com meus destinos e bordando com meus sonhos em tingimentos que vão-se desbotando nos painéis de minha vida.
Algumas coisas vamos perdendo e vou enxugando minhas lágrimas com outras lágrimas, vitórias ainda pardacentas no equilíbrio de minhas contradições, e o mosaico tecido de minha vida vai ficando de uma só cor que riscam ilusões.
As lutas vão se borrando e vou contornando os pedaços com altivez e bem disposto, e em cada canto clareando com o suor de meu rosto, só pensando em desistir e tentando mais uma vez.
E se pode desenhar o natal e pintá-lo com lápis de cor? o mosaico pardecido, cinzento, mas, renascido, para mais um ano está colorido, meio alegre e destemido, recosturado de amor.
E se pode desenhar o natal, ainda sentindo dor? disfarçado de alegria e com lápis de cor.
Sonho de almas
Vela acesa, papel e lápis na mesa, o show vai começar.
Preso na gaiola que eu mesmo construí, vejo os meus sentimentos queimarem intensamente sem deixar cinzas,
O teu cheiro está no ar e ele me cobre, as tuas lembranças me sugam, a lei da atração por ti me oprime, me consome.
Palavras em vão, a maldade do silêncio, as respostas do destino em línguas estranhas e o sincero "não" para achar a chave da gaiola, foram os sintomas que revelaram porque eu estava morrendo aos poucos.
E lá vêm o mundo dos sonhos com seu poder de dominar o pensar mostrando que é no imaginário aonde ela mora e aonde seremos felizes.
Uma sombra passou correndo do meu lado e insistiu em caminhar as pressas até desaparecer em forma de pó sendo levado pelos ventos da escuridão.
Estranhamente uma música ao som do vinil começa a tocar, a porta da gaiola é aberta misteriosamente, uma estrada longa e bem arborizada se apresenta a minha frente, firmeza nos passos, emoção no olhar, o tempo parado,
campos de algodão doce em volta, sorvetes de girassóis nascendo das árvores e lá no alto o sol sorrindo pra mim em meio a chuva de pétalas de rosas,
a lua com todo seu poder de sedução se inclinou para o mar pedindo para suas ondas revoltas se acalmarem abrindo assim passagem para a rainha desse sonho profundo se aproximar do seu tão amado amante de vidas atrás,
em poucos olhares novas juras de amor infinito, em poucas lágrimas um rio de emoções guardado e apenas com um toque de mãos tudo foi revelado para as duas almas que jamais quiseram se separar.
'REESCREVER'
Lápis à mão caído
Folhas supérfluas penduradas
Roteiro no ar
Suspiros de incógnitas...
Mãos entrelaçadas
Alma apertada sob a escrivaninha
Desesperada à procura
Pauta desvairada...
Linhas tortas gritam desespero
Reescreve-se erros
Versos nada explícito,
gritam calados...
Como as canções caídas
Navegando janelas
Percorrendo ruas desertas
Ausentes de sentidos...
Deserto está o coração
reescrevendo destinos
Sem saber para onde os caminhos se vão
Poemas reescritos ao chão...
Contas.
E então
Você pega um lápis
e aponta
Faz de conta que é poeta
Numa folha de papel
Faz cair as letrinhas do Céu
E depois pega as letras
e as conta
E conta como foi a vida
E sobre as coisas que o tempo faz
Logo após, o aponta novamente
E desenha um poeta
Faz a conta
das vezes que errou
e divide
Pelos erros que acerta
E os soma às manobras do tempo
O que sobra
Empunhar a um lápis sem ponta
Examina o corte da lâmina
As marcas que a vida fez
Galvanizadas
Pelos golpes que o tempo deixa
e de novo o aponta
Esvaindo seu tempo sem conta
Tentando outra vez
Apontar uma estrela
Entre o Céu e a Terra
Faz as contas de novo
e novamente erra
Fazendo de conta que sabe exatamente
Qual era o mês que o calendário indicava
Admite que o poeta mente
Se escreve bonito
Mas escreve pra acalmar a vida
Pois a vida é brava
Cruel servidora do tempo,
Pois o tempo é o que conta
Escreve, pois acredita
Que um dia hão de cessar
Todas as contas
Inclusive a contagem do tempo
Quando as letras, enfim
Se combinarem
E o poema escrito
Mais bonito que a própria vida
O lápis, já sem ponta
Aponta o dia que passou
A oportunidade que foi perdida
E as coisas que o tempo leva
Sendo bem ou mal aproveitadas
Pode ser até que ninguém
Não tenha entendido nada
Daquilo que esteja escrito
Feio ou bonito
Não há meio de apagar
O feito, o dito, o efeito causado
A lâmina gasta
Uma vaga lembrança
Que contrasta
Uma vasta esperança perdida
As arestas ... mais nada
O lápis se acabou
Passou-se a vida
A luz se apaga
Tudo mais o tempo faz
do jeito que sempre o fez.
Edson Ricardo Paiva.
O Mundo Cabe Num Balão
Pintei o céu com lápis de esperança, brinquei de nuvem, de estrela e de criança. No chão de giz, desenhei uma andança, com passos leves, dançando na lembrança. Fiz do relógio um pião de algodão, o tempo gira feito um coração. Abri a tarde com chave de ilusão e fiz do vento uma doce canção.
O mundo cabe num balão se a gente sopra com emoção. Colora o dia com invenção e deixa o riso em explosão. Pula, roda, gira, mão na mão, brinca comigo nessa canção.
No livro velho achei um passarinho, voava alto, mas pedia um ninho. Levei no bolso um verso tão fininho e dei pra ele um céu de pergaminho. Vi uma fada de chinelo e laço, soltando sonhos no espaço do abraço. Cantava o mundo com tanto compasso que até tristeza dançava no passo.
O mundo cabe num balão se a gente sopra com emoção. Colora o dia com invenção e deixa o riso em explosão. Pula, roda, gira, mão na mão, brinca comigo nessa canção.
Se você piscar o olho, vira pirata. Se fechar os dois… a alma já salta. No balanço do sonho, tudo se trata… até o medo dança, de sandália e gravata.
O mundo cabe num balão se a gente sopra com emoção. Colora o dia com invenção e deixa o riso em explosão. Balão no céu, pé no chão, sonhar também é profissão.
Quando pensamos que sabemos de tudo, ganhamos um lápis, uma borracha e um papel em branco para começar tudo novamente.
As pregações bíblicas de hoje são mais para as crianças que têm lápis à cores para preencher o vazio dos corações dos adultos.
Assim que o sol despontar, aponte o lápis e comece apontar os seus horizontes e siga o brilho de sua confiança e não se desaponte, mesmo que tenha de passar por alguns montes antes do arrebol.
✍️Na escrita da vida vai se fazendo rasuras e emendas até que a ponta do lápis se quebra e a gente ouve o estilhaço.
👣👣☸️♾️🕉️🌊
Não cutuque o cacho de maribondo dos ignorantes com o seu lápis apontado, porque vai sobrar ferrada, quando eles estiverem desapontados.
Fácil mesmo é apontar um lápis e escrever no papel o que quer; difícil é desenhar na vida um coração apontado por Deus e viver segundo a Sua vontade.
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