Lamento pela Morte de um Ente Querido

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Querido,algum tempo hesitei,com a caneta na mão,se devia lhe escrever devido à raiva que sentia de ti,ao nojo,e ao desprezo.Mas algo fez com que eu abrisse um parêntesis em meu coração e lhe escrevesse. Sabe qual o motivo do parêntesis? É porque é natal e no natal não pode haver brigas,desentendimentos e mágoas.O natal é tempo de amar,de estar com a família,de ser feliz.

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Eu estou feliz, querido , estou feliz pela primeira vez em muito tempo , voltando da faculdade cantando aquelas músicas sertanejas que doem até na alma de tão bregas que são e que não sei como sei cantar. E as estou cantando em um estilo Flor de lis com leveza na alma , não um estilo Maysa com alto grau de melancolia. Estou bem depois de muito tempo e você está perdendo tudo isso; todas essas partes da minha vida , felizes e opacas, brilhantes e trêmulas, repletas de Djavan e sinestesias.

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Ultimamente, querido, ando cansada de pensar em assuntos inúteis, como você por exemplo. Porque sinceramente, ainda há tanto para fazer: lugares para conhecer, amigos para visitar, festas para ir, comidas para experimentar e um mundo todo para descobrir...E diante dessa infinidade de coisas que passam a me preencher e ser o meu mundo, você deixa de fazer parte dele, mesmo nos cantinhos mais insignificantes.

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13 de março
Meu querido Rick, eu nem sei porque estou te escrevendo. Talvez a saudade tenha se confundido no meu coração e eu lhe escrevi ao invés de anotar simplesmente minhas desilusões e dramas no diário, como uma veia que se perdeu a caminho do cérebro e foi parar no coração. Talvez seja isso que tenha acontecido comigo, porque estava aqui estudando Português e de repente lembrei de você e fiquei toda boba e sentimental. Talvez seja a música que toca no rádio; “Aqui”, do Capital inicial. Mas talvez a cupla não seja só da música e sim desse pôr do sol maravilhoso e da própria matéria de português, que me leva a conjugar verbos e consequentemente, escrever. Eu achei que o nosso verbo era amar, mas talvez não seja. Talvez meu verbo seja sofrer. Mas eu não me importo em fingir, e vou fingindo que você me ama e conjugando: “eu amo, tu amas, ele ama, nós amamos, vós amais, eles amam”, como uma melodia só minha, uma música esquecida nas beiradas do meu coração, mais ou menos no lugar onde minha saudade está armazenada. “Eu amei, tu amaste, ele amou, nós amamos, vós amastes, eles amaram”. E eu queria te contar como anda tudo na Dornelly. Se você soubesse como tudo foi difícil ano passado! Mas não vamos falar de coisas tristes, porque de triste já resta nossa história. Agora já está tudo ok na escola, e tenho até amigos e estou bem, tentando me virar com as aulas à tarde, as provas, o curso de inglês e a catequese, mas em meio a isso tudo consigo me virar. E eu lhe desejo felicidade e uma porção de coisas boas. Desejo que você ame, mesmo que seja a Deise, mesmo que seja outra garota que não seja eu, porque é isso que a gente faz quando ama; deseja que a pessoa seja feliz acima de tudo, mesmo que a felicidade não inclua você. E assim vamos seguindo, querido. “Eu amarei, tu amarás, ele amará, nós amaremos, vós amarás e eles amarão”. E eu te amei, te amarei e te amo.
Audrey P. B

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Querido , eu lhe desejo dias leves, beijos açucarados , risadas suaves , clima ameno e tardes doces com gosto de cappuccino. Talvez fiquemos tão estressados com a rotina do dia a dia que nos esquecemos de curtir as pequenas emoções, mas de vez em quando , precisamos parar, respirar , sentir o sol e ouvir o canto dos pássaros e aproveitar a vida com suas dádivas e imperfeições , pois no fim das contas, são essas pequenas emoções que fazem tudo valer a pena .

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08 de junho
Meu querido Rick, eu sei que prometi que não ia mais te escrever, e você sabe como essas cartas são humilhantes para mim e dolorosas- porque o amor sempre tem um quê de dor-, mas eu não pude evitar...a saudade apertou e eu não tive outro recurso senão escrever. É que escrever alivia o peso de minha alma, lava as feridas e me ilude fazendo eu pensar que um dia você lerá esses pensamentos tolos que escrevo. Os dias têm sido bons na escola, e eu achei um jeito de conseguir minha alforria e fazer os garotos não me baterem mais. Claro que isso envolve passar cola para eles, e sei que não é certo, mas é a maneira que eu consegui. Ah, e tenho feito tantas amizades, como Paloma. Queria que você tivesse a oportunidade de conhece-la um dia. Já é começo de junho e começa a esfriar, com o outono dizendo “au revoir” de maneira sutil a todos nós. Eu adoraria lhe falar de pontuação, embora você, como a maioria das pessoas, odeie português e não consiga entender a beleza da nossa língua. Ok, talvez eu não lhe explique a função de cada um, mas eu apenas lhe digo que tenho colocado vírgulas demais nesse amor que sinto, tenho dado pausas demais, separando termos e rezando para que as coisas deem certo um dia, quando deveria colocar logo um ponto final e finalizar isso tudo; essa agonia, esses sentimentos, essas cartas sem sentido que você nunca vai ler. Você me arrancou pontos de exclamação demais, fazendo meu mundo ter mais emoção, mais vida, e eu agradeço por isso, mas agora chega. Quer dizer, tem que chegar, porque eu não posso amar você para sempre. Eu só não sei como se para de amar alguém e segue sua vida, apagando memórias e sentimentos, como quem passa uma borracha em tudo. Ah, mas estou farta, muito farta de lhe amar! Estou farta como Ana Carolina na música “Vai”, que parece que foi feita para você, porque eu quero te expulsar meu coração, mas não consigo. Eu nem sei o que fazer com esses versos, esses versos que explodem dentro de mim, como um tsunami. Tudo bem, vou parar com a bobagem que foi essa carta, e eu gostaria de usar um ponto final e enterrar você para sempre, mas por enquanto eu só posso lhe oferecer um ponto de interrogação, um “será?”, um “talvez?” como uma pergunta do tipo: e será que desta vez vou te esquecer?
-Annie.

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Querido J,

Hoje é sábado e o Yuri me chamou pedindo as provas do 1º período da faculdade. Quando as encontrei ele disse que viria aqui em casa buscar. Ele também pediu se eu tinha feito o teste de direção na autoescola e eu lhe respondi que ainda não. Ele disse que ele também ainda não fez, mas que estava ansioso e riu dizendo que eu e ele somos “ansiosos e dramáticos e emotivos”. Eu respondi a mensagem dele sorrindo e ele veio aqui em casa buscar as provas. Então ele contou da faculdade, de seus planos futuros, de sua vida enfim, de seus métodos de estudo e eu ouvia e sorria. Ele contou que não fez muitos amigos na faculdade e ficou um tempão aqui em casa, como se sentisse saudade de ter algum amigo ou coisa assim. Lembra quando lhe escrevi dizendo que após reprovar na autoescola tudo o que eu queria era falar com o Yuri? Eu poderia dizer que queria você, mas tudo o que eu queria era sair correndo para os braços do seu melhor amigo. Isso faz algum sentido? Porque para mim não faz. Talvez seja porque ele me entende melhor do que você, melhor que qualquer um. Eu não sei, mas depois que falei com ele me senti mais leve. A carência dele se juntou com a minha e através de risadas suprimos a saudade um do outro. Ele me falou que mal saía com os amigos pois você estava tão focado nos vestibulares que não saía de casa. Eu quis logo perguntar mais sobre você, sobre seus planos, seus sonhos, suas piadas sem graça, se você falava de mim…mas não pedi, apenas sorri e lhe disse para continuar a falar da faculdade, dos professores e etc. E ele falou, falou e falou e foi bom ouvir a voz dele e sentir seu sorriso. Mostrei-lhe a Sala de CDS com todos os CDS, livros e afins e ele amou (quem não se apaixona?) e depois ele foi para casa. Chegando em casa ele me mandou uma mensagem, me convidando para tomar um teres na casa dele amanhã. Achei estranho e recusei, não por achar estranho, claro, mas porque eu tenho seis provas essa semana. Como eu já disse há algum tempo, o Yuri é uma pessoa fácil de amar e eu vivo confundindo essa amizade com amor, mas nós nunca daríamos certo, não é? Eu só espero que nesse meio tempo sua saudade encontre com a minha saudade porque estou cansada de abraçar a sua ausência . Espero que seus lábios encontrem refúgio nos meus , seus braços aceitem meus abraços e que você tire todos os pontos de interrogação de mim apenas com um olhar , derrame meus dramas pelo chão e transforme minhas dúvidas na certeza exagerada da paixão . Ai,ai amor, quanta saudade! Dá até para ficar doente desse jeito, mas não, não posso me dar ao luxo de ficar doente agora porque tenho várias provas essa semana. Eu e o Yuri somos tão iguais e eu e você tão diferentes! Porque eu e ele somos iguais : ansiosos , dramáticos e emotivos , cheios de música e poesia e com uma carência de amor e carinho que nunca é suprida e talvez por isso jamais daríamos certo, diferente de nós, já que você é simples , eu sou composta , eu sou dramática e exagerada e você realista e cheio de lógica . Você me dá nos nervos com suas criancices e eu te irrito com minhas metáforas que você não entende . Você reclama de mim e eu de você . A gente briga mais do que tudo , mas a reconciliação é sempre uma festa . A gente se ama e se odeia na mesma proporção incrível , que desafia sua lógica e não cabe na minha poesia .Nós não conseguimos viver um sem o outro, admita isso. Eu admito e está na hora de você admitir também. Então abraça minha saudade com a tua saudade porque eu já não aguento mais!

Com amor, sua Annie.

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Querido J, é sexta-feira de tardezinha. Hoje depois da academia e de devolver algumas roupas em umas lojas, eu fui buscar a Aline na minha avó e minha dinda falou que te viu ontem passeando com seu cachorro. Ela me disse que sentiu vontade de ir lá te xingar no meio da rua. Imaginei como seria cômico minha dinda fazer esse escândalo no meio da rua e ri bastante com o pensamento. Então você geralmente passeia com seu cachorro final da tarde perto da minha avó? Bom, é meio óbvio que você passeie por lá, já que mora a duas quadras da casa da minha avó. Tenho que lembrar de ir na minha avó mais cedo para não ter o perigo de te encontrar por aí...Hoje tem janta na Lavine, mas estou com 0% de vontade de ir. Não sei porquê. Não sei se depois que desisti de você fiquei nesse estado melancólico e se é por isso que não consigo me encaixar no grupo ou se é porque todos de repente estão se distanciando...Talvez a tristeza de ontem me impeça de sair. Não sei, não entendo mesmo porquê não quero sair. Amor, faz 40 dias que você quebrou meu coração daquela forma trágica! Acho que é isso, meu coração é pesado demais para jantas, festas e etc. Prefiro a reclusão. Amor, você me estragou para sempre, me deixou amarga! Eu que era tão doce...
-Annie.

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Meu querido F, Supostamente, eu não deveria estar lhe escrevendo, pois lhe escrever é lhe entregar uma parte da minha alma, uma parte de minha sensibilidade, no entanto, acho que você merece isso , merece ao menos uma carta, e eu espero sinceramente que seja só uma. Agora que acabou eu posso gritar as palavras que me sufocavam, agora que acabou eu posso me permitir engolir esse nó que estava se formando em minha garganta pouco a pouco. Eu sei sobre sua ex. Eu sei que vocês voltaram a ficar e que é questão de tempo até reatarem o namoro. Eu poderia me fazer de sonsa, de desentendida e fingir acreditar que é sua mãe que está ligando quando toca seu celular , mas eu não sou esse tipo de garota, me desculpe. Eu estou, admito, dividida entre a serenidade e a descrença, pois enquanto uma parte minha deseja que você seja feliz , outra parte apenas aguarda para ver quanto tempo esse relacionamento vai durar dessa vez, quanto tempo ela vai demorar para colocar outro chifre em você. Eu sei que é arrogante de minha parte, mas seria divertido ver você quebrar a cara ao perceber que escolheu a garota errada. Porque a garota certa sou e sempre serei eu, mas quando você perceber isso será tarde demais para flores e bombons, tarde demais para você tentar agir como um cavalheiro, tarde demais para me amar. A verdade é que você nunca soube me cativar, nunca soube falar a minha linguagem do amor, pois eu sou feita de versos, eu sou feita de poesia e eu merecia amor. O fato é que eu não me permiti te amar e se você me perguntar o porquê disso eu não sei explicar para mim mesma. Talvez no fundo eu soubesse que você não era o suficiente para mim e nunca seria. Eu acho que é isso, eu sabia que você nunca seria extraordinário o suficiente para se encaixar na minha vida e no meu coração. Talvez também eu tenha me tornado uma pessoa amarga ao longo dos anos e não me permita amar mais ninguém... eu não sei. O que eu sei, ou que gostaria que você soubesse, mais precisamente falando, é que eu acho você um cara legal, inteligente e decente- de longe , o mais decente com quem já me envolvi- mas você está fazendo um papel de otario nesse momento. Eu queria que você soubesse que se porventura a gente namorasse eu não iria restringir sua liberdade como ela faz, pois eu acho que o amor tem que ser livre para ser amor e do contrário é prisão domiciliar , é regime fechado, é prisão preventiva, é medida cautelar, mas não é amor. Eu espero que você encontre o que está procurando e lhe desejo sorte nos dias que virão. Por fim , quero que saiba que é você quem decide se isso pelo que estamos passando são reticências ou um ponto final, pois eu acredito no princípio do in dúbio pro reo e concedo o benefício da dúvida e uma segunda chance, mas jamais uma terceira. -de sua meio amiga e meio amor, Audrey.

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Meu querido Rick, sei que não escrevo há muito tempo, e eu inclusive deveria tomar juízo e parar de escrever estas cartas bobas. Hoje, no entanto, estou aflita e precisei escrever para não sufocar com minhas preocupações. A prova de matemática é amanhã e por mais que eu tenha passado a semana estudando, não sei se saberei resolver as questões. Eu não sei lidar com ângulos, formas geométricas e raízes quadradas juntos e misturados em uma questão. Pensando bem, eu não sei nem lidar com eles individualmente. Acontece que eu não sou feita de números e lógica, nada disso. Eu sou feita de palavras, de advérbios que intensificam, de substantivos que explicam, de verbos que dramatizam, e de pronomes que apresentam, demonstram e captam todo amor que eu sinto por você. Sinto-me neste momento banhada de luz pelo sol que se põe e pelas listras azuis e rosas que se formam no céu da tarde. Imagino se você está olhando para o céu agora, mas creio que não...você deve estar flertando com uma garota qualquer, comemorando um gol ou andando de bicicleta na avenida em alta velocidade e de braços abertos para mostrar que você é destemido. Você deve estar tendo uma vida incrível, cheia de amigos, de novidades, e eu estou perdendo essa parte da sua vida. Cada dia que passa, uma nova página da sua vida é escrita, cada mês, um capítulo, cada ano, um novo livro, e eu vou sendo deixada para trás, e o garoto que eu conhecia vai ficando no passado e eu vou deixando de conhece-lo, de reconhece-lo, de entende-lo, como se eu fosse uma leitora voraz tentando ler todos os capítulos da sua vida, mas sempre acabo ficando para trás, em algum canto esquecido de sua história, de sua memória.
Fico pensando se eu te encontrasse por acaso na rua um dia, em uma dessas reviravoltas do destino, eu fico me perguntando se eu te reconheceria e se você me reconheceria. Uma parte do meu coração me diz que eu sempre vou te reconhecer em qualquer lugar do mundo, em qualquer situação, mas será mesmo? Será que você mudou tanto quanto eu sinto que mudei? De qualquer modo, eu lhe desejo sorte na sua vida e jogo mil beijos às estrelas, como se elas pudessem entrega-los a você...
-Annie.
(Anseios de uma jovem escritora)

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23 de fevereiro

Meu querido Rick, eu sei é tarde, pois já passa da meia noite, mas me perdoe a má- caligrafia, me perdoe o sentimentalismo. É que sentimentalismo é meu nome do meio e não consigo ficar séria quando penso em você e quando a música “When you´re gone”, da Avril toca, pois ela me faz lembrar de você e de todos os sentimentos que transbordam por meu coração a ponto de eu não conseguir contê-los, a ponto de eu precisar escrever para não sufocar. Os anos longe de você parecem décadas e me sinto perdida quando penso que já faz tanto tempo, que você tem outra, que é tarde e estou perdendo meu tempo escrevendo em vão, que esse amor é sem esperança e sem futuro, e que eu te amo, te amo, te amo de forma enlouquecedora e esse amor me queima de dentro para fora, fazendo com que eu não consiga amar outro além de você. Perdoe esses versos sem sentido, perdoe o meu amor, embora talvez, quem sabe, você riria dele se soubesse. Você sairia anunciando aos quatros cantos que te amo e como sou insana, e talvez você tivesse razão pois eu me sinto cada vez mais insana conforme o tempo passa e deixo de estudar e construir meu futuro olhando as estrelas e pensando desiludida em você, e às vezes me acho tão idiota e débil…Eu estou tendo um ano bom, todavia, minha melhor amiga foi embora e isso me faz ficar ainda mais triste, e até as aulas estão sem graça sem ela. Eu sou um tal qual uma mocinha de filmes antigos; frágil, doce e sentimental, e tenho medo de não conseguir encarar os desafios que a vida me impõe, contudo, até agora estou indo bem, estou lidando super bem com as aulas, com meus compromissos do dia a dia, com a adolescência, e olha que a adolescência não é fácil! Devo dizer que estou amando estudar as orações coordenadas e subordinadas na aula de português, embora isso não seja novidade, pois eu amo português! Eu não deixo de sorrir toda vez que a professora Rosa entra na sala e nos explica uma nova classificação de orações, ao mesmo tempo em que meus colegas sentem vontade de pular da janela sem hesitar. Quem sabe nem todos consigam compreender o amor, a magia, a poesia que brota nas entrelinhas… Queria saber como você está e quem sabe vê-lo um dia, mesmo que de longe, só para servir de alento, só para dar uma folga para essa saudade que sufoca. Talvez se eu fizer um pedido a uma estrela, ela atenda meu desejo e permita que eu te veja, mesmo que de longe, como aquele dia na sexta-serie, aquele breve momento de doçura. Eu me subordino a você como uma oração sem sentido, sem complemento, pois meu complemento é você e sem você estou fadada a vagar por aí como uma oração subordinada, que não é totalmente clara, que depende de outra, que depende de algo, que depende de você. Sei que isso é errado, mas é a realidade, e é provável que o que eu queira te dizer com esse momento de prolixidades seja apenas isto: eu sinto sua falta.
-Annie.
(Anseios de uma jovem escritora)

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⁠23 de dezembro
Meu querido Rick, por muito tempo hesitei se deveria lhe escrever de novo pois desde que percebi que o amor que eu tinha por você cessou pareceu-me inútil lhe escrever. No entanto, eu preciso lembrar que te amei por quatro longos anos e por isso creio que eu lhe deva pelo menos isto: uma carta de despedida.
Eu queria dizer que eu te amei vagarosamente, pouco a pouco, pelos detelhes, pela gentileza, pela forma doce como você me acolheu quando eu comecei a estudar com você na quarta-série, apresentando os colegas e os professores e se oferecendo para me acompanhar até em casa. Eu te amei quando você elogiou minha tiara cor-de-rosa e por isso eu passei a usar tiara todos os dias. Creio que todas as meninas fiquem bonitinhas de tiara aos 10 anos, mas na minha mente eu era a mais linda pois você disse que eu era e eu acreditei. Eu te amei quando você me trouxe um bombom e quando pediu para ficar comigo na quinta-série. Eu te amei em cada detalhe de uma maneira doce que era só minha, por isso eu tinha medo que qualquer pessoa estragasse esse sentimento. Eu tive medo que alguém interferisse nesse meu sentimento e tornasse ele amargo. Talvez tenha sido por isso que eu odiei tanto a Tati: ela poderia vir a ser uma ameaça. A Tati sempre foi bonita e a maneira como você a olhava me irritava tremendamente. Eu lembro como eu subia nas árvores da escola na quarta-série para ficar olhando para você. Lembro de como fiquei assustada um dia em que a bola ficou presa na árvore em que eu estava e você foi lá para pegar. Meu coração parecia que ia se explodir em milhões de pedacinhos! Eu fui te amando pouco a pouco, de grão em grão, e quando vi, Rick, eu estava apaixonada! Eu surtei quando mudei de escola pois iria ficar longe de você e não ver você todos os dias parecia que ia me destruir. Meses passaram, depois anos e eu fui te amando em palavras, fazendo você reviver em meus versos, em minhas lembranças, como um artista que pinta uma paisagem bonita que viu para nunca esquecer dela. Eu te amei em versos, eternizei sua memória em meu coração e passei a sonhar com o dia que eu fosse te ver, que fosse falar com você. Eu sonhava com o dia em que você acordaria e se daria conta que sempre me amou e que essas meninas vulgares não fazem nem nunca fizeram seu tipo. Eu queria dizer que te agradeço por toda gentileza da quarta-série, pelo bombom e por todo afeto que me dedicou, mesmo que sob o meu ponto de vista esse afeto nunca tenha sido suficiente. É engraçado o desenrolar dos capítulos da nossa vida, você não acha? Parece que as coisas acontecem como devem acontecer, Rick, porque quando finalmente você me procurou e pediu para ficar comigo eu de repente não queria mais você. Eu não entendi na época qual era o problema comigo e porque de repente eu não te queria se na minha mente eu te amava perdidamente! Mas a verdade é que eu já não te amava há algum tempo, Rick. Eu amei a lembrança, eu amei o quadro, eu amei a paisagem, eu amei a rosa da primavera que murchou no inverno. Eu amei aquele Rick, aquele Rick que eu conheci na quarta série que era gentil! Isso não quer dizer que você não seja uma boa pessoa, por favor não me entenda mal! O que eu quero dizer é que eu amei a sua lembrança e não propriamente você. Quando finalmente conversamos, eu percebi que você era tão diferente! Pode ser que você tenha tido a mesma impressão de mim, quem sabe, mas o fato é que eu não te reconheci como a pessoa que eu amava e de repente, Rick, eu não queria ficar com você porque eu já não amava você. De repente, sem eu perceber, sorrateiramente, alguém havia entrado no meu coração e ocupado o lugar que anteriormente era seu. Nem eu percebi quando ao certo isso aconteceu. Na verdade, a paixão não é um marco histórico, um evento que você sabe exatamente quando ocorreu e de que maneira. A paixão é como o vento, que vem sorrateiro até você, vindo não sei de onde, não sei porquê e quando você percebe, tornou-se uma ventania. Certo estava Camões, quando disse: “Ah o amor... que nasce não sei onde, vem não sei como, e dói não sei porquê”. O amor é uma ventania que chega sorrateiramente e te leva com ela sem você perceber, Rick. Eu fui levada pelo vento e quando percebi meu coração acelerava quando eu chegava perto do Josh. Quando me dei conta, eu queria ficar falando com ele por horas e horas sobre discos e livros sem razão aparente. Ele me deixa desconcertada. Ele me deixa acelerada e muito nervosa. Quando eu me dei conta que meu coração não acelerava mais por você e sim por ele foi como se eu encaixasse uma peça faltante no quebra-cabeças da minha vida e tudo fizesse sentido. Veja bem, eu nem gosto de quebra-cabeças; eles me irritam pois eu sempre sou muito lerda para montar, porém devo dizer que quando eu encaixei essa última peça do quebra-cabeças que é a minha vida tudo serenou. Eu não sei se você sabe o que é amar alguém e como é sentir o nervosismo, o coração acelerado, o panapaná de borboletas do estômago, mas eu desejo que um dia você saiba, Rick. Eu desejo que um dia, subitamente, como em uma armação do destino, você encontre uma garota que te faça perder a fala, que te deixe constrangido, que vire seu mundo do avesso! Eu desejo que ela te ensine a amar, Rick. Talvez um dia certo? Sei que você não acredita no amor e a maioria dos garotos na sua idade não acredita, mas eu acredito no amor, Rick. Eu acredito que o amor é esse sentimento doce e mágico que nos eleva, nos transborda e nos consome. Espero que um dia você entenda. Então eu lhe desejo toda sorte do mundo e que você tenha uma vida maravilhosa e realize todos os seus sonhos.
Com amor,
-Annie.
(Anseios de uma jovem escritora)

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⁠Querido Josh, esta é a primeira de muitas cartas que lhe escreverei e elas servem para dizer o que eu não posso (ou tenho vergonha) de lhe falar. Eu queria lhe dizer que quando olho para as estrelas penso em você. Quando o vento sopra e entra pela janela do meu quarto bagunçando meus cabelos eu penso em você. Na verdade, ultimamente, qualquer coisa me faz pensar em você e eu acho que isso é um sinal de que estou apaixonada, pois eu simplesmente não consigo tirar você da cabeça. Hoje voltando da aula eu ouvia a música “marry me” do Train e pensava em você, e, de fato escuto a música agora e me sinto flutuar lembrando das nossas mãos entrelaçadas. Acho que relacionar música a você é um sinal de que estou incondicionalmente apaixonada e eu realmente espero do fundo do meu coração que esse sentimento seja recíproco. A paixão é um sentimento extraordinário, Josh. A paixão nos eleva, nos faz flutuar, sonhar...as pessoas deveriam estar sempre apaixonadas e ver o mundo assim, cor- de- rosa. Eu sinto sua falta quando você está longe- mesmo que a gente se veja todo dia na aula- e isso é meio sem sentido, mas, meu bem, acho que no fundo a paixão não foi feita para fazer sentido, certo? Se você quer que algo faça sentido, vá estudar matemática, química ou exatas. A paixão é substantivo abstrato, querido, e ela por si só não faz sentido. Enfim, eu espero, rezo, para que você goste mesmo de mim, pois, se eu gosto de você agora, o sentimento tende a aumentar. O fato é que eu agora lhe escrevi e lhe escrever é fatal. Escrever é derramar meus sentimentos no papel sem dó, sem filtro. Escrever é abrir meu coração e ter acesso ilimitado a uma série se sentimentos que eu não demonstro no dia a dia, pois as cartas, as palavras, vêm do fundo de minha alma, de modo que uma vez aperta a porta dos meus sentimentos é muito difícil fechá-la. Já é tarde e eu não vou dizer um “marry me” , mas um “i promisse to sing to you when all the music dies”. Boa noite, Josh.

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⁠13 de maio
Querido Josh, hoje é meu aniversário. Claro que você sabe disso porque a prof. Mia fez todo mundo cantar parabéns para mim na aula de literatura. Todos cantaram parabéns e na hora do “com quem será? ” Disseram seu nome. Eu quis que um buraco se abrisse no chão para me engolir. Você retrucou a disse para a professora Mia que se casaria com uma velha rica. Ela te chamou de idiota por abrir mão de “uma jovem bela” como eu por uma velha rica. Eu ri no momento, mas agora eu sinto a depressão se arrastando sobre mim. Eu fico pensando se ter feito você esperar pelos meus 15 anos para me beijar teria tornado as coisas diferentes. Teria feito você me amar? Eu creio que não. Eu não sei se certas coisas são evitáveis e você escolheu mentir para mim e isso é imperdoável. Mesmo te amando eu me pergunto se um dia eu poderei confiar em você novamente pois o fato de você mentir para mim quebrou qualquer confiança que eu poderia ter em você ao longo do tempo. Eu ando pela sala e olho um retrato do ano passado-semanas antes da formatura- e acaricio seu rosto. Maria Bethânia canta no rádio e eu choro pensando que “no nosso retrato pareço tão linda”. Eu estava linda. Eu estava feliz. Eu estava inundada de amor e poesia e...esperança. Eu era completamente diferente na época e nem sabia! Eu nem sabia que te amava, Josh! Eu nem sabia que dentro de mim cabia tanto sentimento! Josh, estamos tão felizes na fotografia e eu era feliz, eu era feliz, Josh! Tom Jobim e Chico Buarque não leram minha alma ao comporem a música pois eu não existia na época, mas eu agora me sinto desnuda como se Bethânia revelasse todo sentimento em mim. É como se eu visse toda minha dor de uma vez só exposta no rádio, exposta em carne viva para qualquer um que passar na rua ver. Ver que eu te amo. A minha dor é tão evidente que eu até tenho olheiras. Eu, no auge dos meus 15 anos tenho olheiras e eu nem sei quando ao certo elas surgiram. Elas surgiram do dia para a noite tal qual meu amor por você e como ele elas me ferem continuamente e me maltratam, como me maltratam! Pensei em te ligar e dizer confusões no gravador, algo para você me notar, para pensar em mim e para certamente me achar tão ou mais ridícula do que você já acha, do que você já pensa de mim. Ano passado era dezembro de um ano dourado, era amor, era primavera, era verão, era poesia, era calor, era delírio. E hoje eu já nem sei o que é. Eu já não me reconheço mais, eu não pareço fazer mais parte desse mundo como Marilia de Dirceu a procurar seu amor, seu amante que nunca voltará. Quando a prof. Mia contou a história de Marília eu quis chorar pois Josh eu sou a Marília de Dirceu do século XXI! Eu sou a moça esperando na janela para o cavalheiro vir busca-la, vir amá-la para tirá-la do sofrimento e ela chora! E ela sou eu e eu já não sou a moça sorridente do retrato. Eu já não sou tão linda e meu sorriso não é mais luminoso e meus olhos estão sempre molhado e eu sinto uma dor que eu não sabia ser possível sentir! Eu queria gritar com você e dizer que você me desgraçou para sempre e que eu te quero tanto! Eu gostaria de poder voltar...voltar para dezembro, para o bolero, para um tempo em que minha alma exalava Tom Jobim e bossa nova e eu amava sem saber, mas já amava você. Eu sinto que não terei teus beijos nunca mais e penso que não é justo, não é justo porque eu te amo. Era para você ser meu e eu ser tua! Era para você ser Dirceu e eu Marília e você cantaria para mim ao pôr do sol e diria “carpe diem” porque o dia acaba e precisamos vive-lo antes que seja, tarde, antes que ele vá. E no fim de tudo a minha carta é um lamento, um pedido, uma súplica. É um pedido para você me amar antes que seja tarde pois a adolescência é um pôr do sol e quando a gente pisca é adulto sem perceber. Eu quero que você aceite meu pedido e me abrace ao pôr do sol porque logo anoitece e sinto frio. Segure minha mão e vamos ver o pôr do sol antes que ele morra, antes que eu cresça e te esquece, antes que eu desfaleça. Ao invés disso seus olhos fogem dos meus e eu não sei se te esqueço ou se olho o retrato, mas rezo para que a música não seja uma profecia e que eu ainda te beije, que ainda haja esperança para nós dois.
Com amor, Annie.

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⁠02 de junho
Querido Josh, primeiramente eu queria dizer que eu te odeio. Eu odeio a maneira como você me faz te amar, mesmo me humilhante perante todos e sendo uma criatura vil e nojenta. Você é vil, eu sou depressiva e no fim talvez a gente se mereça. No final talvez nenhum de nós valha muito e a gente mereça ficar junto. Eu ultimamente me vejo afundando, me sinto afundando em um pântano, em um lugar ermo que eu desconheço e eu me sinto andando em meio à nevoa, em meio ao caos, mas uma parte minha gosta disso. Uma parte minha acha que o amor não existe sem a dor, que nenhuma alegrai vem sem sofrimento e é grata a você por tudo. Eu não sei se um dia lerá essa carta, não sei se seu coração gelado e sua mente limitada são capazes de entender a extensão e proporção de meus sentimentos, mas antes que seja tarde, antes que eu me arrependa, antes que eu te odeie de novo, eu queria dizer que te amo infinitamente e meu amor é levado pelo vento como pétalas de rosas. Uma rosa envelhecida e triste, atingida pelo desespero e frio do inverno, mas ainda assim, uma rosa. O engraçado é que eu fiz um papelão na última janta e eu nem ligo. Danni teve que em ajudar a chegar em casa, Abílio e Murilo me colocaram dentro de um carro porque minhas pernas travaram e eu sei que pareci- fui- ridícula cantando Adele no meio da grama. É que Adele parece entender a extensão da minha dor, ao contrário de você. O engraçado é que eu paguei esse mico gigante e eu não estou nem aí. Eu não estou nem aí para o que vão pensar ou falar. Eu só quero você. E sei que esse amor é fado ao desastre e que você não me quer de volta e talvez nem mil anos serão o suficiente para você me querer. Eu não entendo então seu ciúme quando alguém pronuncia o nome de Eric. Eu não entendo porque me olha tanto. Talvez eue esteja alucinando. Eu sempre vou amar você...E por te amar demais sem ser correspondida, eu desejo sua ruína. Eu desejo que um dia você ame tanto alguém que isso te destrua. Eu desejo que você sofra, que ninguém nunca te ame, que você nunca seja feliz, que nunca passe no vestibular, nunca tenha sucesso em uma carreira, nunca tenha dinheiro, nunca construa uma família. Eu desejo sua dor. Eu sei que não estou sendo civilizada, mas você foi? Algum dia você foi? Algum dia você será? Eu não vejo essa possibilidade. Eu queria te desejar flores, amores, poesia e uma dança ao luar. Queria te desejar louros e vitórias, mas eu não posso. Eu não posso porque você me destruiu, e você não precisava fazer isso. Eu poderia estar ok, sabe? Eu poderia ter ficado com o Rick e eu acho que por mais que ele seja palhaço e cafajeste, ele não é cruel. Você é. Eu acho que Rick não teria rido de mim quando eu caí pela segunda vez na grama e não consegui me levantar de bêbada. Você riu. Você debochou. Você me usou. Você só queria perder a droga do bv, então por que eu? Por que não a Lola, Sandra ou sei lá quem? Você poderia tentar a sorte com qualquer uma, então por que me escolheu? Por que eu também era bv? Isso foi cruel. Se tivesse sido sincero teria doído menos. Se tivesse falado que só queria perder o bv eu teria ficado chateada, mas não te odiado. Eu te odeio com um ódio que me queima de dentro para fora e não me orgulho disso. Hoje de manhã Sandra pediu se eu estava bem e eu fiz sinal de positivo e ela disse: “você é das minhas”. Danni pediu se eu queria conversar e eu disse que estava ok, mas eu estou tudo menos ok. Não é só o fato de ter ficado bêbada- algo que nunca tinha acontecido- mas é o fato de você rir de mim, de você dançar tango sobre meu caixão, de se achar- porque eu sei que você fez isso- de se achar pelo fato de eu estar brigando e sofrendo por você. Eu me enfiei em um buraco escuro e não sei como sair e eu sei que a culpa é toda sua.
-Annie.

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Querido Yuri,
Eu escrevo para dizer que eu sinto muito. Eu quero dizer que adorei te ver ontem à noite e ficar com você. Você fez com que eu me sentisse, linda, protegida, adorada por alguém e isso foi novo para mim porque nunca me senti assim com ninguém antes. Foi diferente de qualquer cara com que eu tenha ficado pois não teve joguinhos, provocações ou flertes sem sentido. Você foi romântico e não fingiu ser legal ou descolado ou conquistador só para ficar comigo. Você foi verdadeiro e isso me deixou desconfortável, tanto que eu mordi o lábio para não chorar quando você desenhou um coração com nossas iniciais no vidro embaçado do carro. Você foi e você é um cavalheiro. Você é gentil, é romântico, é perfeito e nem faz esforço para isso. Eu te acho perfeito, Yuri, e eu sempre amarei essa parte sua que é boa e gentil de forma tão natural, tão leve. O fato é que ninguém, nenhum cara foi tão legal comigo antes e por isso eu peço desculpas antecipadamente. Eu peço desculpas pois pode ser que eu parta seu coração se você tiver alguma esperança sobre nós, por isso por favor não tenha! Eu te imploro! É que você é perfeito, perfeito demais para mim! Você já teve a sensação de não ser bom o suficiente para alguém? Não teve a sensação de que aquela pessoa merece mais, merece alguém melhor? Eu nunca tinha sentido isso e frequentemente sentia que eu merecia mais do que eu andava recebendo por aí e que precisava de alguém mais presente, mais atencioso, mais online para mim entre um mundo tão offline que prega o desapego nas relações. Então eu te vi, então eu te beijei e você foi tão legal comigo! Isso me deu medo e fez com que eu suasse frio, sentisse um desconforto, um medo e minha vontade foi de sair dali correndo e eu nem sei porquê. É que eu sou uma confusão que você não vai querer na sua vida, pode crer. É que você é perfeito e seria o namorado perfeito de alguém, mas eu não sou perfeita para você e você merece alguém inteira e eu gostaria de ser esse alguém, mas eu não sou. Eu sou imperfeita, cheia de paranoias e estou quebrada como uma boneca de porcelana e eu estou apaixonada por seu melhor amigo. Você vê? Você percebe que não é esse o tipo de confusão que você quereria na sua vida? Porque você merece 100% de alguém e não 50%. Você merece uma garota linda, inteligente, atenciosa e que vai amar você e ser totalmente sua e estar sempre ao seu lado. Eu gostaria de ser essa pessoa, mas eu não me encaixo! Se tivéssemos tentado antes, se eu nunca tivesse me aproximado de Josh, se quem tivesse me chamado no msn fosse você no primeiro ano, aí talvez, aí quem sabe...Essa semana vi um vídeo seu no facebook tocando “Wonderwall” do “Oasis. Wall me falou com malícia que o vídeo era uma dedicação para mim e eu respondi: “não viaja! Você está louco, Wall!” mas admito que fiquei pensando na possibilidade e meu coração se encheu de ternura e eu quis te abraçar. Eu agora ouço Wonderwall, lembro de você cantando e pendo que Wonderwall pode ser tudo o que podemos ter. Nós podemos ter uma valsa, uma música, um beijo, um momento, mas eu não mereço te arrastar para minha confusão e para o campo de batalha que virou meu coração. Você merece o mundo e eu não posso te dar mais que alguns versos mal redigidos e insensatez e loucura pois eu não sei ser racional, eu não sei te amar amando seu melhor amigo e não sei se vou saber separar as coisas. Eu não sei se sua mãe não vai me olhar com olhos de juíza, pesando que talvez eu esteja te enganando e que na verdade queira o Josh. E ela pode até estar certa pois eu nem sei o que eu quero, quem eu quero e o que vou fazer no futuro! Eu estou no segundo ano de direito e eu não sei se vou advogar, fazer concurso público ou se ainda largo tudo e vou cursar letras! Entende como eu sou uma bagunça? Eu não vou negar que você me atrai e com você o tempo voa e a conversa flui e até ouvimos as mesmas músicas e temos a mesma vibe. Eu poderia tentar, eu poderia te dar uma chance, mas ao mesmo tempo eu poderia te fazer sofrer. Então me perdoe. Perdoe-me se eu tiver algum comportamento frio, estúpido ou vil e me perdoe se eu te afastar. Eu quero te proteger, eu quero que você voe, que você se torne alguém extraordinário e que acha alguém tão incrível como você. Eu queria dizer que te amo e não ache que eu estou sendo falsa e má porque eu acho que eu realmente te amo. Você é uma pessoa muito fácil de se amar e eu tive certeza disso desde o primeiro ano do ensino médio. Eu quero que você seja feliz, extremamente feliz e ache algo que você ame fazer. Espero que um dia me perdoe, espero que eu tenha dito algo errado, sido muito ridícula e meu beijo tenha sido ruim para que você não pense mais em mim. Espero que tenha conseguido dormir bem porque eu rolei na cama a noite toda. E depois de tudo, eu acho que você é meu “wonderwall” e sempre será. Perdoe-me por tudo e aceite os mil beijos que estou te enviando em pensamento.
Sua, Annie,
(Sentimentos congelados)

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⁠02 de julho
Meu Querido Josh,
Escrevo para lhe dizer sobre o amor que pulsa no meu peito, o amor que arde dentro de mim e me dilacera em milhões de pedacinhos sob o asfalto. O meu amor é doce e é todo seu. Sinto como se jamais pudesse haver ninguém mais exceto você e me envergonho em dizer que eu perco o sono pensando em você. É que eu não sei como dizer que eu te amo tanto! É que como Cazuza, eu preciso dizer que te amo, mas não sei como pois não existe um manual de instruções para dizer a uma pessoa como agir numa hora dessas! Seria tão mais fácil eu mandar uma de minhas infinitas cartas de amor e deixar que as palavras falassem por mim e – quem sabe- invadissem seu coração com doçura. Quem sabe? Eu sou tão sua e você nem sabe! Eu sinto uma necessidade dilacerante de gritar esse amor aos sete ventos e explicar, tentar ao menos, como meu amor é seu e como eu queria que você me quisesse também. Tanta gente quer tanta coisa e eu só quero você. Meu amor é simples, mas não é simples dizer o que sinto pois me parece que se eu falasse por horas não seria tempo suficiente para lhe explicar meus sentimentos. Sentimentos se explicam? Eu acho que sentimentos são inexplicáveis, assim como eu, assim como a adolescência e o amor a gente somente sente. O amor é um salto de fé em um abismo e eu salto sem saber o que me espera. Eu sei que pareço tola e você certamente dirá que eu sou, mas meu bem, é o amor que me faz tola e me faz perder os sentidos! Por isso escrevo tão desajeitadamente tentando buscar inspiração e palavras para dizer aquilo que não se explica e somente se sente. Eu preciso dizer que te amo tanto! Você me dirá que sou idiota, mas eu no momento não me importo. Eu não sei se rirá de mim ou se será educado ou se- talvez- vá me segredar que sente o mesmo? Por que eu sinto que você se sente exatamente como eu? Eu sinto seu amor como algo confuso e indefinido, como a melodia de um desenho incerto de Erico Veríssimo que viaja pelo ar buscando, analisando se há reciprocidade e eu lhe juro que há! Se me segredar que há outra, no entanto, eu já não sei como irei reagir e não sei se a doçura não me empedrará nas veias e me tornará amarga como um leite que azedou. Eu não sei se meu amor é extenso o suficiente para desejar que você seja feliz com outra. Acho que não sou tão evoluída assim. Enfim, minha carta era uma experiência para encontrar palavras para me declarar para você, contudo, eu não as encontrei. Talvez eu saiba o que dizer quando a hora chegar. Talvez eu paralise e faça papel de idiota. Eu só sei que eu te amo tanto!
Sua Annie.

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⁠15 de julho
Querido Josh, hoje tivemos o último ensaio antes da festa junina. Confesso que eu preferia dançar com você do que com o meu par. Eu dançaria todas as músicas do mundo com você se pudesse. Devo dizer que tive um sentimento tão descompassado hoje cedo quando vi Gio dançando com você e isso foi louco e irracional pois ela sempre foi seu par na dança. Porém, a última vez fui eu que dancei com você e o ciúmes que eu senti inflamou meu peito como se eu fosse um balão cheio de ar. Eu não entendi. Eu não entendo o efeito que você exerce sobre mim e me faz fazer coisas impensáveis e loucas sem eu perceber. Eu acho que isso se chama amor. Eu me perguntei entre o ciúme corrosivo e a insensatez porque você estava segurando a mão dela e não a minha e demorei alguns segundos para me recompor e lembrar que ela era seu par na dança. É que eu estou tão envolvida, e não era para eu estar. Não era para ser desse jeito, eu suponho. Não era para eu estar escrevendo longas cartas de amor. Eu deveria ser séria, centrada e estar usando meu tempo para estudar para o vestibular, mas quem liga? Eu só ligo para você atualmente. Penso que apenas “the Cranberries” consegue me entender, pois agora eu ouço “Linger” e parece que a música foi feita para nós. Eu queria que você parasse com seus olhares se não sentir nada por mim. Queria que retribuísse meu sentimento se sentir o mesmo que eu, mas do jeito que estamos é insustentável! Você me tem na palma da sua mão e ora me sufoca ora me liberta e isso é frustrante. Gostaria que você não tivesse mentido e complicado tudo porque eu me senti usada, humilhada, dilacerada. Você pretende deixar isso de prolongar? Porque eu posso suportar o que for se houver certeza. Se houver certeza de um amor correspondido eu faço seus joguinhos, flerto com você e até finjo estar saindo com Eric se isso fizer você tomar alguma atitude quanto a nós. O problema é que há tantas dúvidas, tantos olhares seus que eu não sei interpretar! Eu realmente sou uma idiota por você! Eu acho que talvez, eu creio, eu sinto, que há um sentimento em seu coração por mim. Talvez você nem saiba o que é. Eu também me senti assim no começo, sem saber, sem entender de onde vem e para onde vai essa sensação doce que me faz amolecer as pernas quando te vejo. O nome disso é amor e é perfeitamente natural. Não seja lógico, não seja ridículo, não tente fugir. Uma vez me disseram que o amor é um animal selvagem, por isso ou nós o controlamos, ou ele toma conta de nós. Adianto que não tenho a mínima intenção de controlar o amor, então eu não me importo de ser boba, de fazer loucuras se precisar e de te dedicar milhões de versos. Se for recíproco, qual o problema? Eu não ligo para o que vão falar. Eu não ligo para o amanhã se temos o hoje, certo? Eu tenho 15 anos e eu não tenho medo do amor, Josh. Sinto uma leveza em meu coração, então por que reprimir isso? Eu nunca me senti assim por ninguém. Eu não tinha ideia que um beijo poderia potencializar tudo o que eu já sentia por você, mas talvez tivesse que ser assim. Há uma razão mística para tudo, eu creio. Eu acho que nossos caminhos não se cruzaram por acaso e talvez isso signifique que você veio me ensinar a amar. Então eu digo que estou pronta para te amar. Isso não teria sido só um jogo para você, certo? Porque eu até pensei isso algum tempo atrás, mas então por que quando me distraio me surpreendo com seus olhos colados nos meus? Tenho certeza que não estou te ofendendo, mas a verdade é que você me confunde. Em um dia me manda um bilhete dizendo para eu te esquecer e no outro me enche de perguntas sobre o Eric e meu possível envolvimento com ele. Isso me cheira a ciúmes. E não seria o ciúme o perfume do amor como diria Vinícius de Moraes? Eu sei que onde há fumaça há fogo e se você se preocupa tanto assim com Eric é porque você gosta de mim. Por isso eu comunico que vou fazer uma loucura e me declarar semana que vem. Eu estarei sendo tola eu estarei sendo idiota? Talvez, mas eu acho que em matéria de amor vale a pena arriscar. E, se porventura tudo tiver sido uma ilusão, um sonho bom e um delírio eu peço desculpas desde já. Peço desculpas antecipado porque eu não sei se terei reação se ouvir um não. Não sei se consigo fazer alguma coisa depois disso e se tudo realmente não tiver passado de um jogo seu e eu tiver sido a idiota que acreditou no amor. Eu ligo os fatos, eu somo os pontos e penso que não faz sentido ser só enganação pois você confunde a todos e não só a mim. Lola e Sandra não entendem sua atitude também. Yuri que é seu melhor amigo acha que você está sendo um idiota e cá entre nós, ele tem razão. Agora eu venho até a sacada e faço um pedido para uma estrela para que você me ame, para que não seja só delírio de minha parte e eu tenho fé em nós, mesmo que eu possa estar no fundo me iludindo e sendo extremamente idiota.
Beijos de sua Annie.

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⁠31 de julho
Querido Josh, agora você sabe. Agora você sabe do amor que me embala o sono e me atormenta a vida. Você sabe desse sentimento que mudou tudo para mim. O mundo mudou quando eu passei a te amar e agora mudou de novo. As mudanças são sutis e ocorrem mais internamente do que extremamente, acredite, mas eu as sinto a um nível profundo. Quando a gente ama tudo passa a acontecer dentro de nós pois nós somos nosso próprio universo. Nosso coração passa a bater não por nós e sim por outra pessoa e uma mudança profunda se opera em nosso ser. É transformador. Radical. Revolucionário. Não espero que você entenda uma palavra do que eu falo, pois afinal, o que você entende de amor? Eu, por outro lado, poderia escrever livros e livros sobre o amor, sobre a dor, e mais recentemente, sobre rejeição. A rejeição fere. A rejeição destrói. A rejeição nos transforma para sempre. Eu posso não entender de muita coisa, mas eu entendo de palavras, de músicas, de livros e de sentimentos. Isso é todo meu inverso particular. Eu adoraria que você fizesse parte desse meu universo particular pois nesse universo você seria o sol e iluminaria uma série de planetas. Gostaria que você entendesse, que quisesse voluntariamente participar da minha vida. Você me daria a mão e correríamos em direção ao pôr do sol. Você me diria que não é vaqueiro, vivendo de guardar gado alheio, tal como Dirceu e nós poderíamos aproveitar o dia, a vida e o amor. Você diria “Inutilia Truncat”, eu diria “Carpe diem” e nós seríamos felizes, amor! De fato, o livro “Marília de Dirceu” repousa em meu colo pois passei a lê-lo ontem e isso me entristeceu e me alegrou com a intensidade de um relâmpago pois eu sou tão Marília! Eu sou a moça esperando na janela. Aquela que espera uma palavra de amor, e tal como Marília, vivo presa a um amor platônico que não tem como se realizar. A diferença é que você não está preso ou exilado como Tomás Antônio Gonzaga. Você apenas não me ama e uma parte muito maquiavélica em mim gostaria de te ver preso ou exilado para expurgar o pecado que comete ao não me amar. Uma parte minha te odeia e quer que você sofra para sempre. Uma parte minha deseja que nada dê certo na sua vida, mas eu sei que isso é só minha dor falando. Peço desculpas, por isso. Eu deveria ser mais civilizada, eu sei, mas você não me deu escolha pela maneira como tem agido. Acho que o melhor que eu tenho a fazer é tomar juízo e parar de lhe escrever, deixando a música guiar minha dor, conduzi-la, transformá-la e glorifica-la em forma de poesia.
-Annie.

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⁠10 de outubro

Querido Josh,

As folhas sacodem com o sopro do vento e quando fecho os olhos me transporto para perto de você e quase consigo sentir seu abraço. Sinto seus braços ao redor de meu corpo e respiro fundo tentando sentir seu perfume, fechando os olhos para segurar essa sensação e não a deixar ir. Uma lágrima escorre por meu rosto e eu penso em quão difícil é fingir que essa ficada não significou nada e não mexeu comigo. É difícil passar por você séria sem sequer esboçar um sorriso, mesmo sabendo que é assim que você quer que seja. O amor precisa mesmo ser um jogo? Pois é exaustivo fazer cara de paisagem e não olhar para você, mesmo quando sinto seu olhar sobre mim. Lola disse que ultimamente você só olha para mim. Ela diz que é como se você avaliasse minha reação o tempo todo, esperando o momento de eu surtar no meio da aula e dizer que eu te amo. Sinto lhe decepcionar, mas isso não vai rolar, Josh. Eu tenho executado o plano com perfeição e nem sequer olho para você. Isso me dói, isso me rói por dentro. Geralmente é fácil quando presto atenção na aula, mas tem vezes que pareço sufocar! De vez em quando você canta “Amores imperfeitos” do Skank, na aula e eu pareço que morro um pouquinho. Porque dói. Porque parece que você faz de propósito. Você me provoca cantando uma música tão linda que até parece uma mensagem subliminar para mim! Quando você canta “mentira se eu disser que não penso mais em você” eu me seguro na mesa discretamente para não sucumbir, para não cair no chão chorando e dizendo que eu te amo tanto! Pois eu concordo com a música e sei que nosso amor é imperfeito, mas por mim não seria assim! Eu me esforçaria para darmos certo! É que você consegue complicar tudo sempre! Você diz a coisa certa, ou canta, no caso, no momento errado pois é no meio da aula, e no dia que estamos só nós você diz a coisa errada. Parece que não estamos na mesma frequência. Eu já guardei tantos versos para te entregar num momento oportuno. Momento esse que eu nem sei se vai chegar. Então perdoe o desabafo. Ocorre que na noite em que descobri que eu te amava a consciência da descoberta me partiu como um raio. Aquilo me partiu como um raio e eu senti naquele instante, de algum modo que eu até então não sabia explicar, que a partir daquele momento eu estava estraçalhada e nunca voltaria a ser inteira. Aliás, eu nunca voltaria a ser inteira sem você e isso me iluminou de uma forma mágica ao mesmo tempo que me partiu ao meio como um ser andrógeno da narrativa de Platão, ser esse para sempre condenado a procurar sua metade para enfim ser completo. Aos poucos fui tomando consciência de que minha metade era você e que minha plenitude somente seria alcançada se eu tivesse você. É frustrante me derramar em versos continuamente se você nem sabe que todos os meus versos são para você. Eu diria para deixar a luz da sala acesa e para pedir para voltar, como na música. Talvez nem precisasse disso tudo. Precisaria de um olhar e eu iria até você. Se você fosse menos complicado. Se você fosse mais claro e objetivo. Se você fosse mais sério. Mas aí então talvez eu nem gostasse tanto de você.
-Sua Annie.
(mais que palavras)

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