Ilusão
A solidão, quando muito duradoura, nos leva a ter momentos íntimos sem emoção. Criamos uma ilusão na expectativa de ser prazeroso e duradouro, mas o final é sempre igual. Caímos num vazio profundo, escuro e sem fim.
As pessoas andam maquiadas de ilusão, quando se deparam com a realidade toda história de vida vira um borrão.
Saber tudo não é sabedoria, é ilusão. Não querer saber nada é ignorância. Reconhecer que não sabemos e estar sempre disposto a aprender é a atitude do sábio.
O Roto e o Rasgado
O roto e o rasgado, cheios de pompa,
desfilaram na rua, vestindo ilusão,
juravam ser linho, juravam ser seda,
mas eram chita, sem cor, sem botão.
A casinha escancarada, um vento levava,
nem tranca, nem fecho, nem nó que parava,
mas na prepotência se achavam reis,
de um trono de trapo, sem lei e sem vez.
O poliéster? Bah, que vergonha!
Coisa de pobre, de gente sem luxo!
Mas enquanto a seda rasgava sozinha,
o tal do poliéster seguia no uso.
Fofoqueiros de esquina, juízes do nada,
sentinelas da vida alheia, sem falha,
apontam os dedos, gritam sem medo,
mas escondem a casa caindo na vala.
Seus tetos de vidro já trincam sozinhos,
suas falas são ecos de um grande vazio,
mas seguem no palco, de rostos finíssimos,
fantoches do nada, num circo sombrio.
As Lunáticas da Mentira
Vagam soltas, lunáticas da ilusão,
Espalhando mentiras sem compaixão.
Sabem que são falsidade pura,
Mas seguem firmes na criatura escura.
Outras, coitadas, ignorância vestem,
Não veem, não ouvem, apenas infestem.
Ah, se a ignorância fosse muda e cega,
Não feriria, não seria tão brega.
Mas ela sente, e sente com rancor,
Carrega no peito o mais frio terror.
A maldade que nela se esconde e dança,
É o atraso cruel da nossa esperança.
São quase nada, sombras da dor,
Mas o nada, ao menos, tem algum valor.
Elas mentem, ferem, zombam da verdade,
Hipócritas almas sem piedade.
Mal amadas, maldosas, sem raiz,
Vivem do caos, do que não condiz.
Mas a paz, essa luz que não engana,
Vencerá sempre a mentira insana.
A pior ilusão é a falsa aprovação daqueles que formam nossa bolha e cegam nosso entendimento sobre a real situação.
O supersticioso se prende na ilusão que um gesto á capaz de anular todas as ações anteriores.Por ignorância acreditam que podem transformar efeitos em causa.
O amor narcísico é um dos maiores paralogismos sociais, pois traja como verdadeiro a grande ilusão de um sentimento falso.
"A ilusão do pobre é acreditar que ganhar muito dinheiro e ficar rico, o fará completamente feliz e realizado. Apesar de não transmitir a mesma insatisfação vivendo sorrindo e buscando mais, o rico tem uma certeza: A certeza de que isso não é verdade!"
A ILUSÃO DOS ANÔNIMOS
Muitos usam filtros e fotos ensaiadas para esconder frustrações, tentando alimentar o ego.
Mas esquecem o sabor da vida simples: o cheiro das flores, um abraço apertado, um momento verdadeiro.
Vivemos numa era imediatista, onde o olho no olho foi trocado por emojis e frases prontas.
Mandamos "bom dia" com imagens de Google, mas não temos tempo para um gesto real:
abraçar um filho, beijar quem amamos, dar carinho ao cachorro ou bênção aos pais.
Por quê?
Porque estamos ocupados demais em mostrar o "eu ideal", esquecendo de viver o "eu real".
Bom dia, vida!
Texto: Fhayom ✍
Doce ilusão
A vida é como uma triste ilusão,
Neste universo que desvanece devagar,
Sem perceber as pessoas que aqui estão,
Até que os dias se despeçam a dançar,
Uma punição que o tempo sempre clara,
Mas não mas vou me deixar enganar.
Tem mulher tão bela que nem me importaria se mentisse pra mim. A ilusão seria melhor do que viver sem esse sonho.
DESLIZE
Eu da saudade sou quem chora
Da ausência, ilusão, desencanto
Se eu caminho na solidão agora
São motivos de trovar em pranto
A saudade é dor, volúpia ardente
Viva sensação, um remorso vão
Dá-me emoção amarga e quente
Injetada gota a gota no coração
E nessa saudade tão fria e feroz
Da tua privação, a aflição corre
Rimando versos tristes e tão sós
Vivo a suspirar como quem morre
E a lamentar se assim vale a pena
Essa saudade do amor de te amar
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
22/08/2021, 15’18’ - Araguari, MG
UM FADO, POIS ENTÃO
Se, pois, então, és recordação
Uma ilusão que saudade gera
Lá por estar fundo no coração
O silêncio é bem o que ulcera
E essa sensação tão profunda
Não perece com a primavera
Dor que faz a prosa moribunda
Tristura que sempre se espera
E, eu sem amansar essa severa
Angústia, que me faz diminuto
Ao lado onde a sonho degenera
Fico a cada minuto a me abastar
Do teu nome, em um verso bruto
De um fado, pois então, a cantar!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
18’08”, 16/10/2021 – Araguari, MG
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