Ha mil Razoes para Nao Amar uma Pessoa

Contra a maledicência não há muralhas.

Não há exemplos na História de se ter conquistado a segurança pela covardia.

Não há professor como o exercício.

A vida é amarga e doce. Por isso não há outra forma de descrevê-la senão captando esses dois sabores.

No amor não há desastre maior do que a morte da imaginação.

Muita gente há que não se arrepende verdadeiramente senão das suas boas acções.

Não há nada mais feio do que a razão, quando ela não está do nosso lado.

Não há coisa tão fácil como dar conselho, nem mais difícil do que sabê-lo dar.

Não há dever que subestimemos mais do que o dever de ser feliz.

Há poucos livros nos quais não se aprende como não se deve escrever.

Não há grandeza onde não há verdade.

Não há vasilha que meça os gostos nem balança que os iguale; cada qual tem o seu, e, pensando que é o melhor, é o mais enganado.

As épocas perturbadas fazem perder tempo. Só se pensa em salvar a cabeça, e não há tempo para fazer mais nada.

Não exibas tanto o esplendor dos teus dentes. Eu sei que são postiços. Mas há quem não sabe, dizes. Pois. Mas ainda que eu não soubesse, sabia-lo tu. Fecha a boca.

Há muitos, muitíssimos leitores que não gostam de que se os obrigue a pensar, e que querem que se lhes diga o que já sabem, o que já têm pensado.

Não há nada de mais ilusório e contingente do que a verdade, e coisa alguma mais ajuizada do que a dúvida.

Não há homem que tenha espírito suficiente para não ser nunca enfadonho.

Não há vergonha nenhuma em se ser pobre, mas é deveras incómodo.

Em tese geral não há homem feliz sem mérito, nem desgraçado sem culpa.

Há quem não ouça até que lhe cortem as orelhas.