Ha como eu Queria q ela Soubesse
A paz que excede os homem pode-se tornar em maldição, pois, percebe-se que há mais valor na guerra do que no ouro.
Nada acontece sem uma razão ... Há uma razão mesmo quando as pessoas ou acontecimentos parecem vir em sua vida por acaso, só que nesta situação não é imediatamente óbvio.
victória;
há algo dentro de mim,
um nome que nunca se diz,
preso nas sombras do tempo,
repetindo-se em silêncios.
corri entre braços tortos,
tentando escutá-lo nas batidas
de corações que não eram meus.
me entreguei em camas rasas,
onde o calor de outros corpos
só me deixou mais frio.
procurei nos vestígios,
no bordado de lençóis,
nos toques que não deixaram marca,
nas cicatrizes invisíveis
que deixei em pele alheia.
e me parti aos poucos,
em cada movimento vazio,
em cada palavra não dita,
em cada olhar que não me tocou.
ainda assim, segui,
por caminhos que não prometiam chegada,
perdido nas ausências
que talvez existissem,
ou talvez nunca tivessem sido.
mas o nome permaneceu,
indecifrável,
como um eco que se esconde,
sussurrado na madrugada,
nos reflexos que se desvanecem.
agora, me encaro
e vejo o vazio que busquei preencher,
como uma pele que se rasga sem fim,
como braços que nunca souberam
o que é abraçar de volta.
procurei no asfalto cinza,
no vidro preto dos carros brancos,
algo que não me pertencia,
algo que ficou no ar,
e que nunca pude tocar.
havia algo insaciável
na fome que me consumia,
no desejo de algo que nunca se dizia,
nesse nome que jamais me chamou.
sempre te perseguindo,
num ciclo que nunca terminou,
tentando me encontrar
no que me faltava,
neste nome que permaneceu
como uma promessa sem rosto.
e agora, me pergunto:
se um dia te encontrar,
será que saberei reconhecer?
ou seremos apenas dois estranhos,
perdidos nas nossas próprias sombras,
condenados a nunca nos encontrar?
talvez você nunca tenha existido.
talvez seja só um reflexo
do que nunca pude alcançar.
No Silêncio da Lembrança
por Janete Galvão
Há presenças que vivem
no canto mais secreto da alma, onde o tempo não alcança, e o esquecimento não ousa tocar.
São como brisas antigas,
que voltam sem avisar,
num cheiro, numa música,
no jeito do vento passar.
Não precisam estar por perto, nem dizer palavra alguma — basta que a memória sussurre seu nome, e o coração se curva em flor.
É um sorriso que nasce por dentro, como quem encontra abrigo
num gesto invisível,
num toque ausente,
num olhar que já foi.
E nesse instante breve,
entre a saudade e o afeto,
o mundo silencia...
e a alma se aquieta.
Porque há amores que não precisam de presença, para serem eternos.
Eles vivem na lembrança, e florescem em silêncio dentro do peito.
No fim só há um destino, não importam os caminhos, ir, ficar, aceitar, ignorar... Sem o amor, de nada vale esforço algum.
As diferenças valorizam a singularidade entre as pessoas onde não há espaço para falhas e defeitos pois afinal, não somos perfeitos. Queremos encontrar afinidades nas incompatibilidades impostas pela sociedade que me torna tão diferente de você e mesmo assim somos unidos.
"Há pessoas que são capazes de qualquer coisa por si mesmas, e então me questiono; Até onde vai este sórdido jogo de interesses? Este jogo tem algum limite? Até onde irão? O mundo é uma selva, grotesca, tortuosa e primitiva. E no meio deste bando de animais me pergunto se ainda há o amor, onde ele esta?
O perdão é um dom sublime que nao deve ser disperdiçado com ressentimentos ou mágoas. Não há mal que não cure, não há dor que não passe. Nada substitui um coração amargurado de raiva. Portanto perdoe! Acumulem ganhos não perdas.
"Todo o objetivo da sua existência se resume no seu querer. Se não querer, não há o porque de insistir na vida."
NO FIM DO ARCO-ÍRIS
Conta-se que no fim do arco-íris há um grande tesouro, um pote repleto de ouro e outras riquezas, e este tesouro é guardado por seres mágicos. Certa vez um rapaz resolveu embarcar em uma aventura em busca do tão cobiçado prêmio, andara por todos os cantos deste mundo, indo atrás das chuvas e tempestades, amanheceres úmidos e tardes nubladas. As pessoas que conhecia por onde passava, a princípio o achavam louco, mas aos poucos, vendo o quão obstinado estava, começaram a pensar que ele poderia estar certo, e então muitos outros passaram também a esperar pelo arco-íris. E assim os anos foram se passando e as forças do rapaz que já não era mais tão jovem, foram se esgotando, assim como suas esperanças de encontrar o tesouro. Até que um dia, alguém que passava pelo seu caminho, lhe contou que um fazendeiro ali perto havia perdido todo seu rebanho de ovelhas e suas pequenas plantações em uma tempestade e que ao andar pelo campo desolado, vendo todo o estrago causado pela tempestade, observou um arco-íris se formar e foi seguindo em direção até onde ele terminava e lá encontrou os seres mágicos que lhe deram o pote de ouro. Inconformado o homem ficou, não poderia simplesmente ter sido assim e então seguiu a rumo da fazenda para ver de perto aquilo tudo que lhe contaram.
Chegando nela, viu que estava repleta de ovelhas e as plantações verdejantes, nem parecendo que uma tempestade por ali passara a alguns dias, chegou à porta do fazendo e o chamou, perguntando-lhe se era ele o tal que encontrou o tesouro, e o velho respondeu que sim, mais que depressa o homem pediu se podia amenos ver como era, o velho sorriu e pediu que o seguisse até os fundos de sua casa, e de dentro de um pequeno pote de barro tirou uma moeda de ouro e mostrou-a. O homem espantado lhe perguntou – Te toda a fortuna sobraste apenas isto? Cadê o resto do tesouro? – E então o velho lhe contou o que de fato aconteceu: Enquanto caminhava pelo campo devastado avistou o arco-íris, estava lindo e com um brilho diferente como nunca o vira antes, lembrou das histórias sobre o tesouro e por alguns instantes até pensou ir atrás, mas então escutou ao longe o som de uma ovelha e foi indo em sua direção, ela estava apoiada em um barranco, machucada e sendo segurada apenas por algumas raízes que envolveram seu corpinho, voltou a sua casa e pegou algumas cordas e um saco, voltou e desceu pelo barranco de encontro a ovelha, a envolveu dentro do saco, amarrando a corda na ponta e assim a foi puxando até o topo. Seus olhos se encheram de lágrimas e ali mesmo começou a chorar, até se esqueceu do tesouro, mas quando olhou para cima se deparou com algo inacreditável, o arco-íris terminava ali. Uma luz preencheu sua visão e não acreditava no que via, eram seres mágicos, como duendes e um enorme pote de ouro, um deles se aproximou e a ele deu uma moeda, olhou sem seus olhos e indagou: Poderias ter vindo de encontro ao arco-íris mas ao invés escolheu salvar esta pequena ovelha! – e em seguida perguntou: Esta moeda contém o poder de trazer todo seu rebanho de volta e toda sua plantação, se a levar é o que terá, mas se preferir pode ficar com este pote de ouro e poderá comprar quantas fazendas quiser, o que vai escolher? O velho sorriu para o duende, pegou a moeda de sua pequenina mão lhe agradecendo e voltou para sua casa. No dia seguinte seu rebanho estava lá, e a plantação mais viva do que nunca.
O homem parado ali ficou, perplexo com a história que ouvira, e ainda assim não acreditando que o velho preferiu escolher ter sua pequena fazenda de volta, sendo que poderia ter o que quisesse. Se perguntou o que fizera de errado se tanto procurou e nunca foi agraciado com tal mérito, nunca encontrou o pote de ouro no fim do arco-íris e passou maior parte de sua vida em busca deste sonho, mas de nada adiantou. E antes que saísse dali o velho questionou: A vezes a grande questão não é o que você pode ter, mas sim o que você já tem, este é nosso maior tesouro, nos focamos no final, na recompensa, e nunca no trajeto que estamos percorrendo.
E este é o fim, e sim, é triste, mas este é o ponto que mais gosto nessa história, porque assim é nossa vida. Quantas vezes nos focamos nas recompensas e em tudo que queremos conquistar e deixamos outras coisas que também são essenciais passar despercebidas?
Queremos ter a qualquer custo e neste ritmo desenfreado não notamos a vida passar.
E ai ela passou….
A SOMBRA DO APROVEITADOR
Há quem viva na espreita,
Com olhar calculador,
Tirando proveito da chance perfeita,
Para seu próprio favor.
A ética se torna distante,
Quando o que importa é ganhar,
Oportunista é o viajante
De carona sempre a avançar.
Aproveita-se das pessoas,
Como quem tira um fruto do pé,
Suas intenções são tão boas
Que ilude com sua boa fé.
Político de fala macia,
Germe que invade na dor,
Cresce na fraqueza alheia,
Sem mostrar nenhum valor.
Assim se define o astuto,
Que, no jogo das conveniências,
Não enxerga o caminho justo,
Bunscando as próprias benevolências.
Oportunista, é o nome que se dá,
Àquele que, sem hesitar,
Aproveita cada cilada,
Para seu objetivo alcançar.
Aproveitador, nome dado
Àquele que, sem pudor,
Aproveita a brecha, o lado
Que lhe traz algum favor.
Vê nas fraquezas alheias
O caminho para subir,
Nas dores e nas areias
Seu império a construir.
Oportunista, assim se chama
Quem, no jogo da existência,
Troca a alma pela fama,
E faz do ego sua essência.
E desse mal,
Livre se faz,
Minha consciência.
Cuide bem
Quanto vale meu coração para você?
Se não há preço com que se compre o amor de alguém
Já não há mais quem o tire de você.
O que lhe foi dado, de modo algum lhe será tirado.
Só te peço que cuide bem dele,
Porquanto em breve irei ter contigo
Para juntos, cuidarmos dele.
Edney Valentim Araújo
Ao meu lado
Não deixa meu coração saber
Que há tempos você se foi
Sem dizer que não voltava.
A ilusão da volta é meu alento...
Mas as lágrimas denunciam,
Já não há como esperar
Por quem se foi pra não voltar.
O tempo é de chorar...
Meu coração carente
Bate triste e relutante
Por você a cada instante.
Está aberto pra você voltar...
Edney Valentim Araújo
Andar
Seguirei meu coração
Pra vê até onde ele vai,
Pois bem sei
Que não há outro destino
Que não me seja amar você.
Ainda que pudesse
Escolher o meu destino,
Nesse ou qualquer
Que fosse o cominho,
Desejaria eu
Sempre andar ao teu lado.
Edney Valentim Araújo
1994 / 1996