Grito de Protesto
Prefiro deixar as expectativas de lado e ser discreto com minhas paixões. O grito pode ser uma reação dominante, mas perde seu poder quando o som se dissipa. A polidez, por outro lado, é o poder de quem cativa e até em sua ausência a conquista permanece.
Pele Negra
19/11/2019, às 09h07min
Escrito por André R. Fernandes
Ouço de longe o grito da tua cútis
Vejo o sangue da tua tenaz
Inundar os ribeiros da minha vida.
O dia amanhece silencioso
As aves do campo permanecem nos ninhos
Não ventila, não há céu azul
Pois o dia amanheceu ensanguentado.
Os iníquos te sitiaram
Levaram-te para matadouro
Deixando-te despido
Insultaram-te com cusparada
Por isso ouvi a tua pele negra estrondear
Teus olhos cobertos de sangue
Teus dentes quebrados
Teu dedo médio escalpelado
Teu pescoço com grilhões
Tua boca presa à máscara de ferro
Tuas costas com marcas da chibata
Era chicoteado por ter a pele escura
É xingado por ter cabelo pixaim
É odiado por ter nascido negro
Mas não tem como mudar a cor da tua pele.
Lembro-me dos teus ais
As trilhas guardam até hoje
Tuas pisadas de fugitivo da escravidão
As copas das árvores relembram até hoje
Os negros mortos enforcados
Na Mãe África
Gozavas da liberdade
Era livre para cultuar teus deuses
Tomava banho nos rios
Mas a tua pele teve que ser machucada.
POESIA VOZ SUAVE
Sua voz tão suave perde
o grito em mim;
Entre nós ela é suave
e tornou-se melodia nas
minhas canções.
Ouvir-te é tão legal que
minha voz falha sem argumentar
nossas resenhas,
apenas quero ouvir-te...
Um raio de sol na madrugada
à margem das minhas reflexões,
pausa para ouvir o silêncio,
uma suave voz de outrora
Nasce com uma nova manhã,
Uma melodia suave, linda e presente...
Nilo Deyson Monteiro Pessanha
Quem sou eu agora?
Além de um grito de desejo contido na imensidão da madrugada,
Em resposta o silêncio,
Tão profundo,
Que desaguar-me-ei,
Em transbordar-me
Ao meu próprio espectro,
Invenção de mim,
Sombra amargável,
Como o próprio amargo,
Opróbrio,
Fel,
Rasguei o dia,
Amanheci,
Leito frio,
Cama vazia,
Saudade da história infinda,
Nunca vivida entre você e eu.
Dor compartilhada
Distantes,
O grito da sua alma ecoa na minha,
Não posso ver seu olhar,
Não respiramos o mesmo ar,
Mas todas as suas lágrimas em deságuam em uma face, a minha...
Conectados,
Não com o frio da tecnologia,
São laços, são abraços e beijos sagrados
Apertos de mão e brigas de irmão...
A poesia é o grito da alma
Silenciada pela solidão...
É a lágrima que corre
Em refrigério
Pra molhar a terra seca
Em que padece o coração...
Edney Valentim Araújo
1994...
Um olhar e um questionamento,
Um ouvir e um sentimento,
Uma voz e um grito de socorro!
É o que tenho observado nas ruas.
Grito de guerra
Em meio às ruínas, me calo
E os tempos sombrios
Emitem estrondos ofensores.
Fazem de cada pedaço espatifado,
De algo que antes era sadio,
A se tornarem entulhos inferiores.
E como se locomover
Onde o peso parece me vencer,
Em cada fragmento que se perdura?
Tudo parece estar a um passo de morrer,
E o jeito é ver melancolia distorcer
O final que não há mais cura.
Envolvida no temido escuro
Ouço vozes intactas,
Que insistem em constantes sussurros.
Embora soam abafadas
Aquietam o sentimento de apuro,
Vindo de uma canção que promete seguro.
E com o resto de confiança,
A intensidade começa a ecoar
Me recordo das velhas lembranças,
Da glória que sempre buscava em almejar.
Seus ritmos repetidos
Me fazem querer te escutar cada vez mais,
Meu interior abriga seus gritos
E melodias da essência que me satisfaz.
Então seja bem-vinda,
Ó doce e brava sinfonia!
Abale minhas estruturas como quiser,
Afinal, você sempre foi minha.
Me faça pulsar para o renascer,
Assim fortaleço seus hinos de motivação,
Transformo razões em batidas com emoção,
Pois isso é que me fará sentir viva outra vez.
Composições que soam em tons potentes,
Onde acendem o pavio apagado.
Me recupero em faíscas flamejantes,
Provocando um estouro inacreditável.
Aos poucos, reparo os danos quebrados
Combatendo o que não é mais tão implacável.
Ah, meu grito de guerra adormecido,
Que ressurge em agitos independentes.
Te eternizo em meus tempos destruídos,
Para me refazer com suas trovas confiantes.
Tá me matando aos pouco, me vejo no poço, calabouço, eu dou grito com minha alma
Ao invés de usar minha própria voz, porra ninguém me escuta, más falam que eu tô na
Paranóia, ninguém entende minhas loucuras, e loucuras de louco quem vai entender?
Entre a liberdade do grito
E a proteção do silêncio
Confesso que ainda busco
A terceira via, onde talvez
Os dois se cruzem
Quando o grito é muito alto,
sem cessar,
nada mais se ouve,
nada mais se vê...
... histeria ...
Caos!
Grito
O amor é abstrato
Insondável...finito
Quando invade a minha alma
O teu nome vem num grito
Carlos Terra
Saudade
Eu queria ferir de morte
Essa saudade que não cabe em mim
Este meu grito preso na garganta
Esse desejo que nunca tem fim
