Gente Mesquinha
Perigoso é a gente se aprisionar no que nos ensinaram como certo e nunca mais se libertar, correndo o risco de não saber mais viver sem um manual de instruções.
Eu fiz um acordo com o tempo.
Nem ele me persegue, nem eu fujo dele.
Qualquer dia a gente se encontra e,
Dessa forma, vou vivendo
Intensamente cada momento.
Ainda há gente que não sabe, quando se levanta, de onde virá a próxima refeição e há crianças com fome que choram.
De alguma forma eu sabia que seria amor. Eu não sei, mas acho que a gente olha e pensa: “Quero pra mim”. Mas dá um frio na barriga, um tremor, um medo de depender de alguém, de sofrer, de escolher errado, de lutar por algo que não vale a pena. Porque o coração nem sempre é mocinho, as vezes ele também gosta de pregar peças, sei lá, talvez queira provar que também sabe ser vilão. Foi por isso que corri, tentei fugir, mas quando tem que ser, não adianta, será.
O amor não se transforma, ele se esgota, e a gente vai levando, por vários motivos. E, saibam, muitos desses motivos não são nada nobres.
O que a gente não pode mesmo, nunca, de jeito nenhum...
é amar mais ou menos, sonhar mais ou menos, ser amigo mais ou menos, namorar mais ou menos, ter fé mais ou menos, e acreditar mais ou menos. Senão a gente corre o risco de se tornar uma pessoa mais ou menos.
Eu não sei se tem alguma coisa que alivia a gente
mais do que quando chega alguém perto de nós naqueles
momentos difíceis. Pega nossa mão e diz: “Eu estou aqui!”
Tem muita gente honesta neste país. Só não se identificam para não ficar de fora se aparecer um bom negócio.
Com o tempo a gente aprende que atenção, carinho e blush tem que ser na medida certa. Se não, a gente acaba de palhaça.
Que sorte a nossa!
Nesse mundo há tanta gente,
E a vida me pôs ao seu lado
Eu cheguei à seguinte conclusão: não adianta consertar o resto, consertar a gente ajuda para caramba!
Prefiro, então, partir
A tempo de poder
A gente se desvencilhar da gente.
A gente resiste muito a aceitar que alguém que amamos não é, e nem nunca foi, especial. Que sorte quando a gente sabe com quem está lidando: mesmo que venha a desamá-lo um dia, tudo o que foi construído se manterá de pé.
Pois quando a gente entende que não entende alguma coisa é que a gente está prestes a entender tudo.
E é assim que a gente vai vivendo, sabe? Errando pra aprender. Se decepcionando pra se proteger. Se machucando pra crescer. Chorando pra sorrir. A gente cai uma vez, pra aprender a se levantar em outra. No fim, tudo que for bom, verdadeiro, tudo o que realmente nos fizer bem, permanece.
A gente escreve como quem ama.
