Fugir de Si Mesmo

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⁠Quem não encontra paz dentro de si acaba espalhando tempestades ao redor.

A inquietação interna se reflete nas palavras, nas ações e até no silêncio.

Por isso, antes de tentar mudar o mundo ou cobrar dos outros, é essencial olhar para dentro, curar as próprias feridas e encontrar equilíbrio. Só quem tem paz pode realmente compartilhar a mesma

"Apressa-te a viver bem e pensa que cada dia é, por si só, uma vida." - Sêneca


⁠Viver mal não é apenas sofrer, é pegar o que o mundo tem de melhor e partir sem ter provado.
É aceitar a liberdade de existir e não fazer dela um voo.
É deixar passar a beleza do instante como quem folheia um livro sem ler as palavras.
Devemos nos apressar para viver bem, porque o amanhã é sempre um mistério e cada dia é, por si só, uma nova vida.
As oportunidades mudam. As escolhas mudam. E nós também.

O passado não pode ser alterado, mas o futuro se dobra ao cuidado de quem o planeja com intenção.

Há alguns meses, percebi que não estava vivendo bem, estava apenas passando pelos dias.
Esqueci da eudaimonia, da plenitude que nasce não da euforia, mas do sentido.
Transformei o essencial em hábito, e o hábito me deixou cega.
A felicidade estava ali, ao meu lado.
Mas eu a rotulei como "cotidiano" e deixei de enxergá-la.

Foi só quando isso doeu que decidi mudar.
Porque fingir felicidade não preenche.
E não há nada mais angustiante do que sorrir com o coração calado.

Descobri, então, que a felicidade é tão simples que quase passa despercebida.
Está em um chá quente entre conversas calmas.
Em assistir a um anime em silêncio, num dia frio, debaixo de um cobertor.
Em aprender algo novo sobre o mundo, como se a ciência fosse um livro escrito por Deus em letras minúsculas.

Essa é a minha felicidade. Esse é o meu viver bem.

Por isso, apressa-te também a viver bem.
Não porque a vida seja curta, mas porque cada dia é único.
E cada vida que você vive dentro dos dias, também é.

⁠Quase Movimento

Hoje não começou cedo.
Nem com sol, nem com grandes planos.
Só um pouco de silêncio, e o barulho habitual das coisas andando devagar.

Ainda assim, há algo pulsando
uma vontade miúda,
que não grita, mas também não se apaga.

Temos carregado tanto peso,
e mesmo assim há espaço para mais um passo.
Não para chegar onde sonhamos ainda,
mas para sair do lugar em que paramos ontem.

Às vezes, continuar é só isso:
não desistir no meio da manhã,
abrir a janela,
respirar devagar,
e escolher, mesmo sem certeza,
não virar as costas para si mesmo.

Quem se descuida de si naufraga sem tempestade, afunda em águas rasas.

Há três espécies de cérebros: uns entendem por si próprios; os outros discernem o que os primeiros entendem; e os terceiros não entendem nem por si próprios nem pelos outros; os primeiros são excelentíssimos; os segundos excelentes; e os terceiros totalmente inúteis.

Quando o homem se reconhece em sua própria essência, ele se empenha em ser o melhor de si — um bom homem, para construir um mundo melhor.

⁠A tua ida aos céus



Um carro preto, tão escuro quanto o céu, aconchegava dentro de si um belo casal de humanos.

Humanos estes que, a todo momento, ficavam batendo nos cantos.

Um jovem casal belissimamente lindo!

Pena que o jovem rapaz não sabia o que estava vindo…



Ao ligar o velho motor, tomou-se pela dor,

porém preferiu ignorar, para de tua garota o sorriso não tirar.

Garota elegante, com olhos cor de madeira e cabelo cor de petróleo.

Olha-o com certa ambiguidade em seu olhar.

Pena que o jovem não houve de notar.

À toa, o carro gastava seu óleo.



Cada hora da noite — noite esta que assemelhava-se mais à eternidade — os dois, novamente, demonstravam um amor que, confesso eu, nunca antes recebi, um amor cheio de reciprocidade.

Como queria estar igual aos pombinhos, amando na flor da idade!

Continuemos…

Seguiram se amando, trocando beijos e palavras lindíssimas.

Pena que, para o jovem rapaz, estas seriam as últimas.



O seu olhar a fitava, amava e a desejava ao seu bombeador de sangue.

A sua mão a tocava, ou melhor, a tratava como uma mulher.

Depois de um tempo, a viagem seguiu.



Um caminhão, maior que minha mão, foi de encontro ao carro.

Talvez para cobrar-lhe uma antiga dívida?

Pena saber que, para o jovem, o combinado custou caro.

A jovem, por sua vez, teve a sua saúde mantida.



Colocaram o jovem sobre uma caminha — acredito que se chame maca —

e levaram-no, com certa despreocupação, a uma salinha cujas paredes e cujo teto eram brancos e sem vida.

No lugar, não havia nada, mas isto não era um problema ao rapaz,

pois este sabia que, ao fim, teria perto de si sua mulher.



Os dias corriam de um lado ao outro, claramente sem rumo algum.

No entanto, não havia preocupação,

porque carregava a imagem daquela detentora do seu coração.

Não se queixava de remédio nenhum.



Os olhos, ainda brilhantes, namoravam a porta.

Sempre achei aquela porta digna de ser aberta por uma linda dama

que, no momento em que estivesse eu dentro de uma ilusão, me visitasse na cama,

que segurasse, em suas mãos de coelho, uma deliciosa torta, sorrindo para mim enquanto uma fatia corta.



Desculpe, continuemos…



O tempo muito se passou,

e a moça, no prédio, nem sequer pisou.

Pelo grau do acidente, o pobre rapaz perdeu parte de sua coordenação motora da região inferior.



Se ao menos ela o visse, poderia facilmente tratar de seu caso com o seu simples amor.

Se ao menos… Se ao menos tivesse…



Aos poucos, o movimento no interior foi diminuindo…

Mesmo em sonhos, não a conseguia ver ao seu lado sorrindo.

O lugar tornou-se um velho prédio onde todos os profissionais ficaram à disposição.

Suas pernas, já saudáveis, entrelaçavam os dedos ansiosamente.

Seus dentes chocavam-se uns contra os outros de nervoso,

e seu coração se quebrava em sua totalidade. Neste momento, arrisco dizer que parte deste foi eliminada pelos sucessivos vômitos de tristeza.

Ao final de seus dias, ficava de prantos em sua pequena mesa.



Na hora de sua partida, pegou seus pertences, derrubando um oceano de mágoas pelo chão.

No instante em que deixou o hospital, olhou ao pobre e triste céu,

querendo ver novamente sua amada e a esta cobrir com um lindo véu.

Pobre jovem… não há nada neste mundo material para segurar sua mão.



O homem foi caminhando a um local cheio de pedras com formato de paralelepípedo.

O lugar era belo, havia uma quantidade rica de flores deixadas por aqueles que, igual a ele, sentiam as mesmas dores.

Ele, a fim de honrar o local em que estava inserido, levava consigo um lindo conjunto de rosas que, milagrosamente, deixaram-no com o peito aconchegado.



“Como eu a amo!

Como eu a vislumbrava!

Uma mulher que, durante sua vida, feliz o meu coração deixava!

Como eu a amo!”

A vida é boa por si só; o problema é que as pessoas não sabem vivê-la de verdade.

A vida nada negará de si àquele que lhe dá tudo o que tem.

Desabafe, extravase! Deixar que um sofrimento fique preso dentro de si é permitir que ele o devore por dentro!

⁠Quem é casa em si mesma, nunca se perde. Apenas se reencontra onde menos esperava.

Escuta a tua própria voz antes de falar com alguém; não é necessário elevar o tom, basta ouvir a si mesmo para não ferir o outro.

“Construir para si é instinto; construir para o mundo é responsabilidade, amor à profissão e compromisso com o próximo.”

Se a negação da experiência fosse simplesmente um preconceito imposto, nós de meia-idade seríamos simplesmente vítimas do culto institucional da juventude. Mas a apreensão com o tempo está gravada mais fundo em nós. A passagem dos anos parece esvaziar-nos.

Richard Sennett
A corrosão do caráter. Rio de Janeiro: Record, 2015.

“Quem não ousa olhar dentro de si, jamais verá o mundo como ele é.”

A força sustenta a força dentro da força.
E, para que permaneça viva em si mesma,
precisa estar livre — sem correntes, sem amarras.
Força liberta, que se expande em sua própria evolução.

De repente me achei por aí, uma versão mais colorida de mim que transmite tanta confiança em si mesma. Essa outra versão jura que sabe amar e surfar, ela deixa claro que o pôr do sol faz parte de mim assim como a chuva que habita em minha alma. Porque precisamos quebrar tanto a cabeça para então encontrar esse lado, que não liga pra muito, qualquer coisa importa se aproveitado de jeito certo e tudo vale a pena. Acredito que esse lado foi o que sempre me impulsionou a seguir meus sonhos independente das tempestades, esse meu lado é o responsável por me fazer boba nos momentos mais tensos da vida, é esse lado que nunca sente medo de se entregar de novo apesar das decepções, e foi esse meu lado que me ensinou que viver é caminhar sem olhar para trás...

Um olhar refinado sobre si.
Não é sobre controlar as emoções, porque controlar sugere prisão, e nada que é preso floresce. É sobre cuidar, dar espaço para que as emoções tenham voz, mas na hora certa, no tom certo, sem sufocar a razão.


Olhar para dentro de si é um exercício de coragem. É reconhecer cada parte que compõe o todo: os medos escondidos, as dores que ainda ecoam, os sonhos que teimam em brilhar, mesmo quando tudo ao redor parece cinzento.


É como lapidar uma pedra bruta: exige tempo, paciência e um certo amor pelo processo.
O olhar refinado não busca perfeição, mas entendimento. Ele nos ajuda a distinguir o que sentimos, a perceber o que precisa ser silenciado e o que merece ser ouvido.


Pensar é, portanto, uma forma útil de agir.
Não agir por impulso, mas por consciência. Não calar o coração, mas ensiná-lo a dançar em harmonia com a mente.


Olhar para dentro de si é um ato de estratégia e também de poesia. Porque só quem aprende a se enxergar de verdade pode, enfim, escolher os caminhos que levam à sua melhor versão.

(…) era tão diversa de si mesma, ora isto, ora aquilo, que os dias iam passando sem acordo fixo, nem desengano perpétuo.

Machado de Assis
Quincas Borba (1891).

A vida se dobra sobre si mesma como um caminho de pedra enegrecida pela chuva: o que parece silêncio é o murmúrio de todos os erros não confessados, e o que parece vazio é apenas o espaço onde o tempo esqueceu de colocar sentido. Cada gesto é uma sombra de outro gesto, cada palavra é uma lâmina que corta tanto o mundo quanto quem a pronuncia, e o observador que acredita estar fora da cena já é parte dela, moldado pelo eco que se recusa a se calar.

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