Frases sobre poesia
PRESTOS
Meus prestos...
Eu presto
e empresto,
sem protestos...
Para o empréstimo
reto...
E esse manifesto
eu detesto,
esse treco no esboço
que já vem posto
em bandéco...
Sou um pobre moço
todo insosso
não tenho troco
não tenho gosto
quando penso perto
me peteco.
Antonio Montes
FIASCO
Seis passos
seiscentas jardas
seis mil diabos...
Quiabos cutilados
cortados enviados
pelos correios
cavalos alados,
sem freios
acelerado a reios
... Com arreios.
Tantos estalos
pelos asfaltos...
Sacos amarados
miados de gato macho
capados
escapados como gado
comendo pelo prado
afiados
fiado...
fiasco.
Antonio Montes
DE RESTO À RÉSTIA
Não há arrependimento onde há amor
Não é fardo algum irrigar a flor
Quiçá a vaidade vislumbrar o campo
Desdenhar o canto que já se acabou
Não há semente que não brote
Não há choro que não conforte
Onde eterno for o amor
Não há distância que não cruze
Não há olhos senão luzes
Na semente que restou…
"E fecho a porta do escritório, relembro memórias, folheio aquele livro que ainda estou para finalizar. E é nas páginas em branco dos meus pensamentos e nas folhas arquivadas em meu coração que descobri o que fui fazer ali: alimentar minha sede de viver e amar você." Victor Bhering Drummond.
A humanidade sucumbe à si mesma
Gritam o amor
Proclamam Deus
Mas se sangra um dos seus
jogam sal no corte
e chupam a ferida.
Hipócritas
Doentios
Pior que os gentios
Não sejam fingidos
Abafem seus gemidos poéticos
Cadáveres fétidos!
... Fingir poesia
Vós não fingis!
Vós a mentem!
Eu não quero mesmo ser alguém que te conhece como todos o conhecem
Quero adentrar à sua alma e vasculhar os seus segredos
Quero ser o motivo dos teus pensamentos e suas divagações
Alguém com quem você compartilha seu mau humor e suas gargalhadas...
... Eu quero ser o seu amor
Ou isso, ou nada!
NA LATA
Deixe de grassa...
Fale na lata!
Antes que amasse a massa,
se amasse ao pé da letra
teria dono
teria a massa para pão
... Não teria treta
nem abandono
e nada não seria de graça
se perdendo pelo chão.
Se falasse na lata...
Coisa preta não seria
E a vida seria tingida
com a beleza da vida.
Antonio Montes
Conversa estranha:
-Oi, tudo bom?
-tudo e você?
-eu tô também
-te procurei no face
-eu tô aqui
-eu queria te falar algo
-eu tô aqui
-eu sei mas eu queria trocar fotos, te dizer algumas coisas te chamar pra curti algumas coisas, comentar algo com você
-eu tô aqui
-tá tenho que ir, me procuuuura
-eu já te achei, você não tava aqui?
Não consigo entender
como pode me ver assim
Carente de ti
Sedenta de ti
Dependente de ti
E me ignorar
Depravadamente
Descaradamente
Olhando-me nos olhos
Atiçando meus sentidos
Aflorando meu libido
Num masoquismo deslavado
Maldosa
Negando-me
o que tens
e o que
bem sei
também quer me oferecer!
PAGINAS DA VIDA
Nas paginas da vida,
eu te li...
Com a minha vida,
nunca lida.
A lida da vida aqui
não lida para partir
nem muda nada da ida.
Nas paginas da vida,
eu te li...
Li o dia, mês e o ano
do nascimento de ti
do vento, vida soprando.
O seu estado de vida
aqui esta na partida
e seus dias só tem planos.
Antonio Montes
TEM DOR...
Tem dor que dói pra valer
Tem dor que passa rapidamente
As que te fazem outro querer
E as que ficam n'alma da gente
Sempre com marcas no viver
E nunca para o âmago mente
Tem vario tipo de dor há ter
Nunca as que duram eternamente...
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Mês de maio, 2017
Cerrado goiano
Busquemos a luz
O inconformismo ante nossa humanidade
tão decadente.
Sejamos mais altruístas,
menos " eus"
mais " nós"...
Assim,
escapando à escuridão
da nossa finitude,
transladamos o ser.
De mortais que nascemos
nos tornamos anjos
a revoar pelos céus
do outro.
Evolução.
Seja o claro da noite,
Ou no escuro do dia.
Estou presa aqui.
Para sempre.
Sem sequer,
Um antecedente.
Sem saber o que buscar.
E por meio deste poema,
Mostro minha alma,
Perdida,
Encontrada,
Sonhadora
E desacreditada.
Que anda por ai.
Sem saber,
O que o mundo realmente,
Teme
E continua a esconder de mim.
E isso desde sempre
Chorei
Chorei muito
Meu coração está de luto
Parece cair o meu mundo.
Se o amor fosse suficiente
A solidão estaria ausente
Não te faria sofrer
Não desejaria morrer.
Sinto falta do que não vivi
Me culpo por não permitir
Era medo da cabeça aos pés,
Agora deixo de ser.
Sou a ausência.
Sou o amor sentido
Mas nunca vivido.
Te reencontrei
e não resisti
tudo que já senti
voltou para onde nunca deveria sair
seu olhar
sua pele
seu jeito de falar
sempre foi algo que não resisti
de mil flores
te escolhi
de mil oportunidades
em uma te perdi
mas tudo bem
você estando bem
o que for de bem
vem
só sei que te quero bem
meu bem.
Nos descuidamos, tentando encontrar uma mistura possível para que ambos pudéssemos amadurecer em nossas fraquezas.
Descobrimos que nem toda doença adoece e nem toda a saúde cura. Descobrimos, que o amor foi inventando.
Hoje, pouco importa se você ou eu dizemos eu te amo. Nossos códigos de sentimentos são outros.
Inventamos a nossa vida a dois.
Sou menino criado na cidade
nunca tive uma infância na fazenda
o sertão para mim foi uma lenda
que pairou sobre a minha mocidade.
Conheci o sertão, isto é verdade,
assistindo o cinema brasileiro;
Glauber Rocha me deu esse roteiro
e eu que sou bom aluno fui atrás...
Os chocalhos são sinos matinais
nas dolentes canções do bom vaqueiro.
BOLHA DE GOTA
Para que, esse olha,
não olha...
Esse molho, esse olho,
olhe o malho... Alho orvalho
Tire a toalha do varal!
a chuva esta vindo, veja o temporal!
Ainda é tempo...
Não pense na gota,
na bolha...
A moldura da sua calçada,
pode esta zarolha,
enquanto, não molha as rolhas!
Recolha.
Antonio montes
Teus olhos brilham mais
Contra a luz que mergulha
No horizonte desfocado
Prefiro não quere saber
Se no final da estrada
Sua mão ainda entrelaça a minha
Prefiro cegar me diante
As cores que se desbotam
No fim da estrada
Prefiro que a noite não acabe
Pra não descobrir
Que você não mais caminha
Os mesmos passos que eu.
Não olhe para os lados.
As feras espreitam na escuridão.
O vento sussurra subitamente aos seus ouvidos,
E sem saber você simplesmente começa a correr.
Não olhe para os lados criança...
As árvores lhe observam,
Como vigias elas te cercam.
Somente continue andando,
A luz está no final do caminho de pedras e folhas mortas.
