Todos se queixam, uns dos males que padecem, outros da insuficiência, incerteza, ou limitação dos bens de que gozam.
A dialética do interesse é quase sempre mais poderosa que a da razão e consciência.
A pobreza não tem bagagem, por isso marcha livre e escuteira na viagem da vida humana.
O erro máximo dos filósofos foi pretender sempre que os povos filosofassem.
A razão prevalece na velhice porque as paixões também envelhecem.
O medo faz mais tiranos que a ambição.
Desprezos há, e de pessoas tais, que honram muito os desprezados.
As crenças religiosas fixam as opiniões dos homens, as teorias filosóficas perturbam-nas e confundem.
Os erros de uns são lições para outros; estes acertam porque aqueles erraram.
A maledicência pode muitas vezes corrigir-nos, a lisonja quase sempre nos corrompe.
A dissimulação algumas vezes denota prudência, mas ordinariamente fraqueza.
Há muitos homens que se queixam da ingratidão humana para se inculcarem benfeitores infelizes ou se dispensarem de ser benfazentes e caridosos.
Os homens têm geralmente saúde quando não a sabem apreciar, e riqueza quando a não podem gozar.
Perante um auditório de tolos, os velhacos tornam-se fecundos, e os doutos silenciosos.
O silêncio é o melhor salvo-conduto da mais crassa ignorância como da sabedoria mais profunda.
A modéstia doura os talentos, a vaidade os deslustra.
Os homens fingem desinteresse para melhor promoverem os seus interesses.
Há muita gente para quem o receio dos males futuros é mais tormentoso que o sofrimento dos males presentes.
Ordem social é limitação de liberdade; desordem, liberdade ilimitada.
Aprovamos algumas vezes em público por medo, interesse ou civilidade, o que internamente reprovamos por dever, consciência ou razão.