Frases de Valter da Rosa Borges

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Aquele que envelheceu,
não sonha mais impossíveis.
Conformado e conformista,
o mundo é o seu cansaço.
Ele é o que já foi
e o futuro será igual.
O passado que não existe
habita o presente morto.
Envelhecemos quando o que fomos
é maior do que o que somos.

Falamos do que não sabemos,
porque a morte nos espanta
e dói a mortalidade.

O que é ser imortal?

A alma é feita de surpresa.
Sua virtude é o inédito.

A sociedade a tornou
previsível e monótona.

O mundo é o que tecemos
juntos todos os dias.

Tecelões e tessitura,
somos mãos e somos linhas.

O mundo é carne e tecido,
seres, fatos e coisas
vestindo o nu existir.

Saudade do que fiz.
Saudade do que não fiz.
Não sei qual delas persiste mais!

As religiões são oficinas da loucura quando produzem mártires, suicidas e assassinos.

Matar ou morrer em nome de Deus é a mais perigosa de todas as psicoses coletivas da humanidade.

Por que alguém nos deve fazer felizes?
Se não nos fizermos felizes, ninguém mais no mundo poderá fazê-lo.

Sofrer o mal como se fosse efêmero. Gozar o bem como se fosse eterno.

A verdadeira oração se dirige
ao Deus que é aquele que ora.
Conversar com Deus é dialogar
com o mais íntimo de nós.

A fé é a certeza sem prova.
A ciência é a probabilidade da certeza.

A ética se imporá naturalmente, quando compreendermos que ela é indispensável à sobrevivência da sociedade.

Deus não criou a vida.
Ele é a vida.
E tudo o que existe
é vida.

Há doentes que fazem de sua enfermidade uma forma eficaz de domínio sobre as pessoas, aprisionando-as nas cadeias da comiseração.

Deus é o caos criador da ordem.
A ordem que retorna ao caos.
O caos que se converte em ordem
na massa pulsante do infinito.

Brotamos de Deus
como as flores, folhas e frutos
brotam da árvore.
Todos são e não são a árvore.
Todos somos e não somos Deus.
Somos Deus brotando
de si mesmo.

A vaidade é sempre sincera. A modéstia nem sempre.

As pessoas morrem duas vezes: morrem no corpo e na memória dos vivos.

Os dois maiores inimigos do ser humano: o fascínio do poder e a paralisia do medo.

Santificaram a pobreza.
Mas muitos pobres preferem
a riqueza à santidade.
Satanizaram a riqueza.
Mas os ricos não se importam
se sua riqueza é satânica.