Frases de Cecília Meireles

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Eu não dei por esta mudança
Tão simples, tão certa, tão fácil.
Em que espelho
Ficou perdida
A minha face?

Sou entre flor e nuvem. Por que havemos de ser unicamente humanos?

Minha primeira lágrima caiu de dentro dos teus olhos.
Tive medo de a enxugar: para não saberes que havia caído.

Cecília Meireles
MEIRELES, C. Antologia Poética. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2001.

Nota: Trecho de "Elegia"

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Coloquei meu sonho em um navio
E o navio em cima do mar
E abri o mar com as mãos
Para meu sonho naufragar

Chorei pelas gentes perdidas de loucura e orgulho. Depois por minhas visões, por meus gestos.
E, finalmente, por nós dois.

"...mesmo as pedras, com o tempo, mudam”.

(do poema "Viagem".)

"O vento é o mesmo: mas sua resposta é diferente, em cada folha. Somente a árvore seca fica imóvel, entre borboletas e pássaros."

(do poema "O Vento, do livro "Mar Absoluto".)

"Nunca tive os olhos tão claros e o sorriso em tanta loucura. Sinto-me toda igual às árvores: solitária, perfeita e pura."

Os livros que têm resistido ao tempo são os que possuem uma essência de verdade, capaz de satisfazer a inquietação humana por mais que os séculos passem.

Acordar a criatura humana dessa espécie de sonambulismo em que tantos se deixam arrastar. Mostrar-lhes a vida em profundidade. Sem pretensão filosófica ou de salvação - mas por uma contemplação poética afetuosa e participante.

Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.

Cecília Meireles
Cecília Meireles: obra em prosa, volume 1. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998.

Onde é que dói na minha vida para que eu me sinta tão mal?

sou triste por que sonhei
coisas inalcançáveis que não se deve sonhar ...

Navego pela memória sem margens.

Cecília Meireles
MEIRELES, C. Antologia Poética. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2001.

Nota: Trecho do poema "Explicação": Link

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Minhas palavras são a metade de um diálogo obscuro
continuando através de séculos impossíveis.

Cecília Meireles
Viagem. São Paulo: Global, 2012.

Nota: Trecho do poema Diálogo.

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Que é que dentro de ti és tu?

O Eco

O menino pergunta ao eco
Onde é que ele se esconde.
Mas o eco só responde: Onde? Onde?

O menino também lhe pede:
Eco, vem passear comigo!

Mas não sabe se o eco é amigo
ou inimigo.

Pois só lhe ouve dizer: Migo!

Não consegui entender

Não sei se brinco, não sei se estudo, se saio correndo ou fico tranqüilo. Mas não consegui entender ainda qual é melhor: se é isto ou aquilo.

Eu e tu perdemos tudo.
Suplicávamos o infinito.
Só nos deram o mundo.

Cecília Meireles
MEIRELES, C. Antologia Poética. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2001.

Nota: Trecho do poema "Monólogo"

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Liberdade essa palavra, que o sonho humano alimenta, não há ninguém que explique, e não há ninguém que não entenda.

(Do "Romanceiro da Inconfidência)