Frase que Falar sobre Pessoa
Nunca estive trava línguas, ainda menina aprendi que aquele que cala consente, eu abro a minha boca e minha mente sem medo do julgamento alheio.
Queria ter o dom para poder escrever tudo que eu penso. E ainda que conseguisse não ficaria satisfeito com o resultado.
É como se nada que eu fizesse fosse suficiente pra expressar o que tenho dentro de mim.
Aprendi que devemos dizer toda a verdade. Tudo que sentimos. O que aconteceu e porque aconteceu. Dessa forma não haverá mal entendido e nem brecha para o outro pensar coisas que nunca existiram.
É de seu direito falar o que pensa, assim como é meu direito responder.
Para tudo há uma estação. Sim. Um tempo para destruir e um tempo para construir. Sim. Um tempo para calar e um tempo para falar. Sim, tudo isso.
Enquanto o fazer parecer impossível, mas o falar puder ser feito, falarei e não cansarei antes de ninguém, e até que o falar seja tão fácil quanto o ouvir, e quem sabe de tanto tentar, este impossível fazer ganhe força no que lhe falta, a mais simples vontade.
As palavras muitas vezes não sabem falar de sentimentos. Já o silêncio, ah! Esse profere eloquências profundas de amor.
Já quis dizer tanta coisa, quis escrever textos longos. Quis usar palavras mais rudes em um momento de raiva. Quis gritar, quis xingar. Mas sabe, nada disso me convém. Preferi me calar, e deixar que o tempo castigasse, resolvesse.
O término de um relacionamento é igual celular roubado. Fica murmurando e falando sobre, até comprar outro mais moderno.
"Os olhos foram feitos para observar as coisas de Deus, os ouvidos para escutar a Deus e a boca para falar com Deus."
"O porta-voz de desventuras sempre é nomeado por isso. Além do estigma, perde pra sempre o vínculo com a pessoa que alertou.
Ninguém se relaciona com a causa de seu trauma."
É tão difícil falar
Que é melhor ficar calado
Pois foi em um escutar
Que me senti elevado.
Santo Antônio do Salto da Onça RN Terra dos Cordelistas
18 janeiro 2025
E não sei o que sinto, não sei o que quero sentir, não sei o que penso nem o que sou.
Verifico que, tantas vezes alegre, tantas vezes contente, estou sempre triste.
Não vejo, sem pensar.
Não há sossego - e, ai de mim!, nem sequer há desejo de o ter.
(Livro do Desassossego - Bernardo Soares, heterônimo de Fernando Pessoa)
