Fogo
Esquento o café. Acendo o fogo.
Noto a extravagância das chamas
E a sensualidade da sua dança
Dança melhor que eu
- embora não precise muito.
Sempre me pediram
Ajuda ou conselhos. E eu dei
Fiz o melhor que pude.
Talvez eles se sentem mais seguros
Em se expor pra alguém
Que não teme a tristeza
Eu não temo ela. A exponho no olhar,
Quando a sinto.
Choro em público, sem pudor.
E vomito ela no papel sempre que preciso.
Esses sorrisos
Escancarados em perfis
De estranhos conhecidos
Não me convencem.
A alegria exagerada
Exposta não vale meus minutos de atenção.
Tenho admiração
Por aqueles que brilham ao natural.
Que sorriem ao acordar
E agradecem ao ir deitar
Por mais um dia.
Mas desconfio.
O choro é motivo de riso
E o riso é aplaudido,
Mesmo quando não verdadeiro.
Dou graças aos meus amigos
Sobram dedos quando os conto,
Mas falta tempo em nosso encontros
Pra tanta conversa
E tanta risada gostosa.
Da alma pra fora.
A noite se estende
O fogo cresce -
O meu e o da lareira.
Me sinto bem ajudando os outros
e frustrada por não me ajudar.
Quando faltar-lhe lenha
Venha me procurar.
Meu estoque dura mais
Oitenta invernos.
Só não tema em tirar a máscara
Aqui somos eu, você e as chamas
Que queimarão qualquer dor
E qualquer mentira.
Não posso prever seu caso,
Mas as almas que amparei
Hoje estão aquecidas.
Sábado é muito bom... o cilindro admite o combustível, o ar, e com fogo gera a combustão. Isso me deixa em êxtase. Enquanto sou adrenalina, meus anjos são só curtição.
Não é da luz que precisamos, mas do fogo; não da leve garoa, mas do trovão. Precisamos da tempestade, do redemoinho e do terremoto.
Nas árvores ao meu redor, as folhas estão apenas iniciando sua lenta mutação para o vermelho fogo, brilhando como o sol que espreita ao longe no horizonte.
O amor é ameaça, é suspiros.
O amor é fumaça, é fogo.
O amor é olho, é lágrima.
O amor arde, queima.
O amor alimenta.
O amor ama.
Não sei sobre pássaros,
não conheço a história do fogo.
Mas creio que minha solidão deveria ter asas.
Tenho medo do que é brando, prefiro que o fogo preencha meu peito do que o gelo a me causar medo.
Prefiro as tempestades, a vida vulcânica.
Prefiro tudo o que me cause grandes emoções, do que causar grandes emoções tempestivas em outro tudo ou em outro alguém.
Prefiro nesse escuro fechar meus olhos, ouvir minha respiração, e ter paz, por saber que sou chama e que também sou branda,por saber que vivi e que fui feliz, e que gelo nenhum apagará a brasa que vive acesa aqui dentro de mim.
"Pense e reflita , Quem colocaria a mão no fogo por você ? daí você para para pensar nas pessoas que dizem que te amam , e nas pessoas que você realmente sente e chora ao pensar , sabe quem são essas pessoas que você chora , são Seus Pais , eles fazem de tudo por vocês , nunca se esqueçam disto , pois o amor que eles tem por nós é um amor puro , como o mesmo amor que Jesus teve por todos nós quando foi crucificado "
Seu olhar é fogo, desejo, paixão
me consome, me invade, me leve
para relva, Lua cheia desejos aflorados,
beijos de namorados, lobos apaixonados.
Olhe pra cima, a Lua esta cheia e esconde
segredos que jamais vai te contar...
Protesto
Mesmo que voltem as costas
Às minhas palavras de fogo
Não pararei de gritar
Não pararei
Não pararei de gritar
Senhores
Eu fui enviado ao mundo
Para protestar
Mentiras ouropéis nada
Nada me fará calar
Senhores
Atrás do muro da noite
Sem que ninguém o perceba
Muitos dos meus ancestrais
Já mortos há muito tempo
Reúnem-se em minha casa
E nos pomos a conversar
Sobre coisas amargas
Sobre grilhões e correntes
Que no passado eram visíveis
Sobre grilhões e correntes
Que no presente são invisíveis
Invisíveis mas existentes
Nos braços no pensamento
Nos passos nos sonhos na vida
De cada um dos que vivem
Juntos comigo enjeitados da Pátria
Senhores
O sangue dos meus avós
Que corre nas minhas veias
São gritos de rebeldia
Um dia talvez alguém perguntará
Comovido ante meu sofrimento
Quem é que esta gritando
Quem é que lamenta assim
Quem é
E eu responderei
Sou eu irmão
Irmão tu me desconheces
Sou eu aquele que se tornara
Vitima dos homens
Sou eu aquele que sendo homem
Foi vendido pelos homens
Em leilões em praça pública
Que foi vendido ou trocado
Como instrumento qualquer
Sou eu aquele que plantara
Os canaviais e cafezais
E os regou com suor e sangue
Aquele que sustentou
Sobre os ombros negros e fortes
O progresso do País
O que sofrera mil torturas
O que chorara inutilmente
O que dera tudo o que tinha
E hoje em dia não tem nada
Mas hoje grito não é
Pelo que já se passou
Que se passou é passado
Meu coração já perdoou
Hoje grito meu irmão
É porque depois de tudo
A justiça não chegou
Sou eu quem grita sou eu
O enganado no passado
Preterido no presente
Sou eu quem grita sou eu
Sou eu meu irmão aquele
Que viveu na prisão
Que trabalhou na prisão
Que sofreu na prisão
Para que fosse construído
O alicerce da nação
O alicerce da nação
Tem as pedras dos meus braços
Tem a cal das minhas lágrima
Por isso a nação é triste
É muito grande mas triste
É entre tanta gente triste
Irmão sou eu o mais triste
A minha história é contada
Com tintas de amargura
Um dia sob ovações e rosas de alegria
Jogaram-me de repente
Da prisão em que me achava
Para uma prisão mais ampla
Foi um cavalo de Tróia
A liberdade que me deram
Havia serpentes futuras
Sob o manto do entusiasmo
Um dia jogaram-me de repente
Como bagaços de cana
Como palhas de café
Como coisa imprestável
Que não servia mais pra nada
Um dia jogaram-me de repente
Nas sarjetas da rua do desamparo
Sob ovações e rosas de alegria
Sempre sonhara com a liberdade
Mas a liberdade que me deram
Foi mais ilusão que liberdade
Irmão sou eu quem grita
Eu tenho fortes razões
Irmão sou eu quem grita
Tenho mais necessidade
De gritar que de respirar
Mas irmão fica sabendo
Piedade não é o que eu quero
Piedade não me interessa
Os fracos pedem piedade
Eu quero coisa melhor
Eu não quero mais viver
No porão da sociedade
Não quero ser marginal
Quero entrar em toda parte
Quero ser bem recebido
Basta de humilhações
Minh'alma já está cansada
Eu quero o sol que é de todos
Ou alcanço tudo o que eu quero
Ou gritarei a noite inteira
Como gritam os vulcões
Como gritam os vendavais
Como grita o mar
E nem a morte terá força
Para me fazer calar.
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