Fernando Pessoa Desanimo

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Pensei em você. Eram exatamente três da tarde quando pensei em você.

Que meus olhos saibam continuar se alargando sempre.

Eu acho graça e penso em como você também acharia graça se soubesse como eles repetem que você não existe. Depois eu paro de achar graça e fico olhando a porta por onde não entra o telefone por onde você não fala e me lembro do pedaço apodrecido daquela maçã e então penso que talvez eles tenham razão, que talvez você não venha mais, e com dificuldade consigo até pensar que talvez você não exista mesmo. Mas não é possível, eu sei que não é possível: se estou escrevendo para você é porque você existe.

Veja, os meus cabelos estão molhados, caminhei horas pela chuva querendo e não querendo procurar você.

Nós nos inventamos um ao outro porque éramos tudo o que precisávamos para continuar vivendo.

Me pergunto sempre se você não teceu em volta de mim uma porção de coisas irreais, esperando a minha volta como quem espera a salvação.

... Daqui a pouco você vai crescer e achar tudo isso ridículo. Antes que tudo se perca, enquanto ainda posso dizer sim, por favor, chegue mais perto.

Mas eu não pensava em sacanagem nenhuma. Só queria ficar perto dela. No máximo, deitar abraçado com ela. Na mesma cama. Nem um beijo, nada. Só um abraço, bem apertado. Ridículo, ridículo. Eu era meio retardado, acho.

Cansado, cansado. Quase não dormi. E não consigo tirar você da cabeça. Estou te escrevendo porque não consigo tirar você da cabeça. Hesito em dizer qualquer coisa tipo me-perdoe ou qualquer coisa assim. Mas quero te contar umas coisas. Mesmo que a gente não se veja mais. Penso em você, penso em você com força e carinho.

É preciso aprender a se movimentar dentro do silêncio e do tempo.

(…) E quando ele disse pra eu fazer um pedido, não pensei em outra coisa…
Olhei para o céu em busca da estrela mais brilhante e mentalizei: Quero você!

‎Preciso saber que você está bem, se respira, se comeu ou tomou banho. Me faz bem pensar nessas atividades corriqueiras, que supostamente você está fazendo. Ah, e eu estou te esperando. É, eu gosto muito de ti.

Há pouco estive chorando, sem saber exatamente por quê. Às vezes odeio esta vida, estas paredes, essas caminhadas de casa para a aula, da aula para casa, esses diálogos vazios.

Tenho sentido necessidades do novo, não importa o quê, mas que seja novo.

Talvez não exista um motivo real e lógico, ou talvez nem exista sequer um motivo, mas, meu Deus! Como você me dói de vez em quando. E como me dói ultimamente. E já não sei mais agir diante da sua indiferença, a não ser com uma indiferença ainda maior. E orgulho. Não é que não doa.

Amor é falta de QI, tenho cada vez mais certeza.

No início você briga, chora, faz drama mexicano. Então percebe que é cansativo demais manter esse jeito de levar as coisas. Acostuma-se… Não que pare de doer, mas que cai no seu entendimento que às vezes perdemos algo e não há solução. No fim você coloca um sorriso no rosto e finge que é sincero, até que a vida o faça realmente ser. Talvez os amores eternos sejam amenos e os intensos, passageiros. É isso.

Não garanto que foi feliz para sempre, mas o sorriso dele era lindo quando pensou todas essas coisas — ah, disso eu não tenho a menor dúvida. E você?

Bonito e infernal.(…) Parece coisa de romance do século passado. Romance epistolar. Platônico.

Aí chega a hora em que distribuo um segredo: o tudo que faltava, talvez seja você.