Feche a Porta se faz favor
Se por acaso o amor bater na porta do seu coração e ela estiver só encostada, deixe que ele entre, deite e role lá dentro, mas se estiver fechada à chave diga-lhe que volte outro dia.
Esperei tua resposta, depois de ter desabafado as minhas magoas,
Te esperei bater em minha porta para receber o seu cálice e derramar as minhas águas!
Não quero te levar as minhas tristezas, não!
Só te peço que as arranque do meu coração...
Arranque esse monstro que me destrói!
Voraz e feroz!
Eu preciso da tua ajuda, preciso de você!
Quero-te aqui perto, não precisa me entender!
A tristeza bate, bate, bate forte...
E as lembranças que me abatem derrubaram o meu forte.
O forte que eu construí sobre a gélida neve da alma...
Alma gelada, insípida e triste, coberta pela neve branca e alva!
E como me corroem antigas lembranças,
Como me destrói não ter novas esperanças...
IGOR IMPROTTA GIGUEREDO
O menino e o viajante
O amor sai por aí batendo de porta em porta, até que uma se abre e nela faz morada!
O menino se questiona porque tantas portas jamais se abrem, ao que o viajante diz: "Raros são os que interpretam os sinais do amor! O amor assusta, pesa, sufoca e cansa quem a ele não conhece. Para ele o amor é uma ameaça!
Todavia ao que espera, guarda e confia, o amor é como mar calmo, vento suave, brisa da manhã... seu coração já o aguarda com alegria!"
Põe em ordem tua casa e espera! Breve reconhecerás seu leve toque e não hesitarás em aconchegar em ti o tão bendito amor. Entenderás enfim que ele chegou pra ficar... na hora certa!
Sou chamada "démodé".
Ainda sou do tipo que abre a porta e recebe com beijinhos.
Abro mão do mundo moderno e escrevo cartas em papel.
Desligo-me de quase tudo pra fazer um cafuné ou massagear os pés.
Quero sair de mãos dadas. Rir a toa.
Ainda sou do tipo de gosta de ver um filme sob um edredom mesmo depois de um dia cansativo.
Sou de dar beijinhos na testa e na mão e aprecio a beleza dos olhos e dos lábios.
Ainda sou do tipo que leva café na cama, que acorda alguém com um beijo.
Respeito o cansaço físico e aprecio o ato de dormir abraçadinha e a troca de palavras de carinho.
Ainda sou do tipo que valoriza mais quem está por perto.
Sou sim, chamada "démodé".
Ainda sou do tipo que ama.
A vida é a simplicidade batendo à porta com a verdadeira alegria, quando estamos ocupados demais com à dificuldade, acariciando a melancolia.
São negras as salas da solidão.
Amarram a noite, mesmo que o dia bata à porta.
E ninguém chama pelo meu nome,
nem um aceno do lado de lá do medo.
Olho-me inexistente no mundo,
como um cadáver de alguém que por lá passou e terá partido.
E não deixou conhecidos,
nem ninguém que tivesse chorado a partida!
Um abandonado que só a solidão deu guarida.
Sempre fui um improvável na boca dos sonhos,
um eterno suposto do real.
Nunca o que quis de mim existiu,
morri sempre antes das últimas palavras,
padeci à beira das águas, junto à areia,
um quase em tudo o que partia de mim.
Nunca existi.
Nunca ninguém deu por mim,
e hoje sou filho oculto do mundo no berço da solidão.
Salubre
Ajeite a casa, abra a janela e deixe o ar entrar,
jogue a bagunça porta a fora e bote a música para tocar.
E a noite, a Lua, virou o Sol, o dia.
Neste instante, o poeta, o guardião, varou a porta dourada e travessou o selo que separa o antes e o depois, o que era inconsciente do que era consciente, juntando tudo no agora. E a melodia do Destino soou para resgatar as almas que não existiam e fazer valer o amor esquecido. Somos senhores do mundo, mas quando criamos os seres, deixamos de ser nós.
O amor não bate em porta, o amor não faz pergunta, o amor não recebe ordem, ele apenas entra sem pedir licença.
Talvez quando a Lei realmente chegar em qualquer porta, não ler o sobrenome do morador e quando a saúde e a instrução chegarem junto, tenhamos paz.
A PORTA: Separação e Encontro
Entram pais e entram crianças, com as mãos dadas e com olhos curiosos, adentram juntos ao universo ESCOLA.
Na porta, a separação entre pais e filhos se fazem, o encontro entre famílias, crianças e professores também.
Ainda na porta, apresentam-se amigos, combinados, brinquedos, espaços e saberes.
É vasta as pluralidades, possibilidades, aprendizagens.
Adultos, papais, mamães, e ou responsáveis, se afastam e alguns esboçam sorriso tímido, verbalizando ali mesmo na porta, ora ou outra, suas ânsias e inseguranças sobre como ficará sua criança no decorrer do tempo que estarão distantes.
Funcionários, Gestão e Professores acolhem, explicam, acalmam e confortam e se calam muitas vezes, diante de suas próprias questões, também ali à porta.
E ainda assim, quase como HERÓIS e HEROÍNAS, a equipe escolar segue, transpassando suas questões, se fortalecendo em estudos, coragens, e ousadias, seguindo sempre e sempre, além.
Caminham confiantes que sua prática, experiências e saberes, propiciará o melhor a cada um dos envolvidos nesse processo educativo.
Comprometimento com a igualdade, valoração da diversidade e das produções humanas, criações, descobertas, ressignificações e transformações.
E ainda ali, diante da porta e para além dela, o caminhar tem o propósito maior para a construção de pessoas e de um mundo melhor.
KIM -Erika Silva.
Uma vez a solidao bateu na minha porta. Não pude fazer nada antes que ela tomasse minha alma por inteiro. Junto dela veio a tristeza. A dor que todos gostariam de evitar, mas sempre acabam sentindo. Quando foram embora, senti dentro de mim, um quarto escuro em que eu estava sentada relembrando cada palavra sobre a conversa que tivemos.
Hoje a alegria bateu na minha porta. Não a deixei entrar. teve que tentar varias vezes antes que eu a permitisse na minha casa. Tentou se apossar de mim por inteiro, porem nao conseguiu. Quando foi embora, sentei no mesmo quarto escuro e relembrei toda a conversa que tive com a solidao. Ja faz uma semana que a alegria vem aqui, porem nao importa quanto tempo nós conversemos, só consigo lembrar da solidao. Tristeza
Da alegria, recebemos carinho, abraços e beijos, demonstração de amor e esperança. Quando ela vai embora, é como se nada tivesse acontecido
Da solidao, recebemos tapas e gritos. Da tristeza, broncas e culpa. Elas nao precisam nem ir embora para que eu sinta o peso de suas visitas em minha mente. Ja vieram aqui tantas vezes, mas toda vez que saem, tenho a mesma sensação de que alguem levou minha alma e esfaqueou meu peito.
KNOCK, KNOCK, KNOCKING
.
.
Um dia, bati à porta do Castelo:
– Lamento, mas fui eu !!
Fui eu que venci o Dragão
Que atravessei abismos
Que enfrentei estrelas
Que derrubei destinos...
.
Mas a princesa esperava olhos verdes
Cabelos claros e músculos azuis
Cuidadosamente retorcidos na Academia
.
Esperava, ademais,
(pois isso confessou a uma das alcoviteiras)
um príncipe habilidoso
que a contorcesse na cama
.
[ – Mas porque não eu,
se também tenho meus truques?
Posso não ter dormido com princesas,
Mas levei camponesas às nuvens]
.
Tudo isso lhe disse, marejado
Enquanto lhe oferecia em brinde
– um cálice de Santo Graal
.
Por fim, mostrei-lhe um colar de pérolas
feito com olhos arrancados a doze dragões
[queria ofertá-los a ti]
.
.
Tudo em vão ...
.
.
A Princesa dormia
e sonhava príncipes ...
.
.
[publicado em Entrelinhas, vol.13, n.2, 2021]
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