Frases na parede e no muro da favela carregadas de reflexão
Incrível a distância entre aqueles que estão torcendo pela implantação e a disseminação da tecnologia 5G, e os que moram em favelas, sem esgoto, água, luz, pavimentação, ensino de qualidade, lazer ou cultura, e por vezes nenhuma esperança em um futuro mais confortável. Se de A até Z fosse uma volta completa em um círculo, mesmo A e Z juntos, essa distância é a volta. Não é casualidade, mas sim previsto, proposital.
Favelado, ator
Favelado, artística
Favelado, jogador
Favelado, cineasta
Favelado, empreendedor
Favelado, deputado
Favelado, senador
A favela, vence!
A favela, vencerá!
A favela está chegando em lugares.
Que ninguém nunca ia imaginar.
O dia 14 de maio
Acordei, no dia 14 de maio, esperançoso de auroras resplandecentes. Liberto, sim, mas ainda preso. Meu nome, outrora oculto nas sombras da escravidão, ansiava por um reconhecimento que jamais parecia chegar. Caminhei pelas ruas, indiferentes à minha nova condição de homem livre. A liberdade, dizem, é a mais preciosa das conquistas; todavia, ela se apresentava como uma dama esquiva, vestida de promessas que não se cumpriam.
Eu, que trazia a senzala na alma, vi-me entre o cortiço e a favela. Estes novos lares eram apenas novas formas de cativeiro, onde as correntes invisíveis da miséria continuavam a me atar à dura realidade. Subi as encostas na esperança de um dia descer, mas a promessa de descida era tão ilusória quanto a liberdade conquistada na véspera. Sem nome, sem identidade, sem retrato, eu era um espectro vivo; do lema da bandeira, conheci apenas as vielas do progresso.
No dia 14 de maio, ninguém me deu bola. Tornei-me mestre na arte da sobrevivência, fazendo do trabalho árduo meu sustento em um campo onde o futuro se mostrava tão incerto quanto o destino dos muitos que, como eu, foram libertos na letra, mas não na vida. A escola, um sonho distante, fechava suas portas, negando-me a instrução necessária para ascender aos degraus da dignidade.
Minha alma, contudo, resistia. Meu corpo, acostumado à luta, sabia que o bom, o justo, também deveriam ser meus. A certeza de minha própria existência, de minha identidade, tornou-se a âncora que me impedia de sucumbir às tempestades da indiferença. Mudanças só nos anos; sinto que ainda vivo no dia seguinte à abolição.
Coronavírus... A gripe letal dos ricos
Aqui se faz...
Aqui se paga...
Nasci para ver esse dia acontecer...
Mas sinceramente, não queria...
O dia que chegaria a doença dos ricos...
Vinda dos melhores aviões, das maiores potências do mundo...
Onde os patrões transmitem doenças para os seus humildes empregados...
Os poderosos trazendo um vírus importado como lembrancinha...
E como sabemos, a maioria, brancos...
Os "sangue azul"
Infectando os negros, mulatos, pardos...
Particularmente, chamo ironicamente, a doença (vírus) dos ricos...
Vamos ficar nas nossas casinhas, barracos, setor habitacional, nas nossas favelas...
Pois, dessa vez não queremos nada importado...
Nenhum souvenir...
Nenhuma gripe...
Obrigada, Sr e Sra.
Att. Maria, a tia, a secretaria do lar, a moça, o seu João, o fulano, o moço, o limpador, o que vem trabalhar aqui...
Quando foi que o meu Conto de Fadas virou um Conto de Terror...
O crime é tão atraente para os jovens porque é a única 'empresa' que contrata sem experiência e realmente oferece promoção rápida por meritocracia.
Por maior que seja sua 'capacidade', todo bichão de quebrada só existe porque há dezenas que sustentam ou legitimam seu status de poder.
A verdadeira atitude do 'malandro responsa' está na sua capacidade de não fazer o que os outros querem, só pra ser aceito no grupo.