Frases na parede e no muro da favela carregadas de reflexão
Se eu ou você ai, não fizer acontecer, não buscar viver meus ou seus sonhos, não correr por mim ou por você, não dar o melhor pela minha família ou pela sua, não representa a quebrada, etc... Quem é que vai fazer por mim? Quem é que vai fazer por você? Quem é que vai tio? ... Fala ai pra mim... !!! ACORDA!!! LEVANTA E ANDA!!!
Haverá um dia que uma santa padroeira do Brasil, na maior população católica do mundo , será negra por etnia e vida, não mais uma imagem da virgem branca escurecida pelo agir do tempo que esteve em esquecimento, perdida e submersa. Afinal com o avançar dos anos, o próprio povo vai aprender que somos todos bem mais amulatados, pardos e negros, do que brancos.
Não fique preso a dogmas - que é viver com
o resultado do pensamento de outras pessoas.
Não deixe o barulho da opinião dos outros
abafar a sua voz interior. E mais importante,
tenha a coragem para seguir seu coração e sua
intuição. Eles de alguma forma já sabem o que
você realmente quer se tornar.
O moleque da quebrada
teve que sair para trabalhar
cedo, procurar emprego,
Para sua família ajudar a sustentar.
O pai abandonou a mãe com três filhos pequenos para criar.
Faltava comida,Na casa não tinha nada, nem teto paredes ou chão, ali avia somente um colchão, muito amor e esperança de tudo um dia melhorar.
E o moleque da quebrada Que não arrumava emprego não arrumava nada, dele aos poucos foi tirado o pra ser de criança.
Não podia estudar, não podia brincar, no coração só levava ódio e ganância.
Com tão pouca idade o moleque da quebrada encontrou um cara, que dizia ter soluções para todos os seus problemas.
No fim do primeiro trampo chegou em casa com dinheiro para uma comida decente, e jurou para a mãe que a partir dali tudo iria melhorar.
Depois de uns corres vivia cheio dos malotes, e os amigos que se dizia praça cresceu o olho. Não via o que ele passou, ou o que tem passado.
A inveja é uma doença irmão, que cega os olhos, tampa os ouvidos e petrifica o coração.
O moleque da quebrada mais uma vez foi em cana, apanhou da polícia e foi parar no jornal, " adolescente de apenas 17 anos é preso por tráfico de drogas."
Brasil meu Brasil, pátria amada e idolatrada por uns e odiada por outros, como podes ser tão cruel com alguém que foi movido pelas circunstâncias,
O mundo do crime é mais rápido, prático, fádico e instável.
Porém como poderia o moleque da quebrada ver sua família morrer de fome e ninguém fazer nada?
O que mais angustia os moradores das favelas não é a condição ruim de suas casas e a pouca comida, mas a falta de paz devido à violência.
Sou o muleke da cria então não vacila,na rua de cima pode ser a sem saida,seja fiel aos que te facina te inspira, por que sempre é os que vão estar contigo na pista,seja verdadeiro por que os falsos sempre cairão e nunca serão espelho.
O Menino
Jovem, Negro e Pobre
Assim começa a vida do ‘Menino’
Antes de nascer ele já luta contra as porcentagens
Coisa que ele não sabe lutar contra, pois
“Não se combate algo que não se crê”
Um Dia com seus dez anos
Perguntou a sua mamãe.
Onde está á vida, e os seus direitos, que tanto se fala
Ela o Observa com espanto e desprezo, e responde:
- Você num terá futuro, como tudo nois aqui, nascemos com vida útil de escravo.
O menino assustado foi para o quarto compartilhado com seus três irmãos.
Perturbado pelo que acabou de ouvir.
Aos 13 foi chamado para o crime pela terceira vez.
Não foi, e foi chamado de decepção.
Ele queria ir, era tentador. Iria conseguir ajudar mamãe
Porém, queria provar o contrario.
Quando fez 16, o seu primeiro aniversario.
Bancado pelo irmão mais velho, que foi pelo outro lado
Com um bolo de pote e velas refeitas.
Motivado, começou a estudar.
Sonhando em dar o melhor para a família
Sem mudar de caminho.
Com 18, estudou tudo que deveria estudar em anos, em meses.
Finalmente Aprendeu porcentagem.
Conseguiu 70% em uma faculdade.
Porém agora, a casa dependia dele.
Na metade da faculdade.
Precisava de dinheiro,
Apenas R$ 200,00 Para fechar o mês.
Foi com os amigos que moravam com ele.
Se perdoando a seu deus, e jurando ser a única vez.
A caixa estava tão assustada quanto ele.
Quando observou a televisão
Famosos, sonegavam impostos de milhares
Políticos roubando mais milhares,
E todos perdoados.
Parou e pensou que não valia á pena,
Não pela TV, mas pela sua trajetória,
Largaram a ‘peça’ e saíram,
Mas na porta a arapuca estava armada,
Ao Finalmente Aprender porcentagem
Tornou-se ela.
Mas, é exatamente essa a alma do Morro: o som. O som de quem resiste, sobrevive, mesmo quando não tem para onde mais ir.
As favelas foram criadas pelo despreparo. . E continuam ainda hoje pelo conformismo.. Ainda somos escravos.. Os senhores de engenho hoje são os grandes empresários, derramando migalhas em nossos pratos enquanto se deliciam com banquetes regados a champanhe e a nosso suor.. Assim como era no início,tu continua na latrina, deixe de ser presa, você é ave de rapina..
[...] Sou apenas mais um filho da pátria Brasil com nome de santo
feito outros tantos Silvas nos becos, nos morros, nas periferias
apenas mais um brancopretovermelhoamareloíndio e favelado
renegado pelo sistema, vestindo preto por fora e por dentro.
Em sampa vc nao se sente sozinho, voce esta sozinho! Eu sento no chao e observo as pessoas irem e virem, ninguem liga pra voce! Ninguem quer saber se vc precisa de algo, a selva de pedra nunca fez tanto sentido... Cada barraco, cada viela, cada pessoa, mostra a realidade da qual queremos nos proteger com medo de um dia por ironia do destino acabar ali no mesmo lugar que um dia nos horrorizamos, e no fim.... SOMO TODOS IGUAIS... Acho que essa é a maior ironia.
Do banco da praça vejo um bairro inteiro
Eu quero é poder estar em uma praça
construída aqui mesmo no bairro
e me sentar em um banco qualquer
ao lado de uma estátua de bronze qualquer
- homenagem póstuma a um desconhecido qualquer -
que ao menos 'sabe' porque está lá.
E observar os pássaros em festa
sobrevoarem afoitos os jardins cercados com arame colorido
para mendigar meia dúzia de grãos de milho que alguém jogou ali
enquanto flores exuberantes caem das árvores a todo tempo
como se compusesse um lamento em lágrimas e pétalas.
Eu quero é poder viver o tempo que me resta
e apreciar a vida calma nas manhãs agitadas
do vai e vem das pessoas apressadas
pelos inúmeros caminhos possíveis na periferia.
E poder viver mais uns cem anos
só para ver concretizar amanhã todos os planos
que hoje apenas não passam de sonhos
e ver surgir ao longe o fim, solução para toda essa tristeza
que hoje toma conta de nossos corações
e nos cega diante de tanta aspereza, desumanidade e ausência.
Rotina
“Bom dia,
Mais uma manhã se inicia,
O sol no céu e a polícia na periferia.
Helicópteros sobrevoando e as crianças pra escola caminhando.
Seis da manhã vocês não querem nem saber
O que pode acontecer? Só Deus pode saber.
Na prece de cada um “que eu não seja mais uma vítima, amém”,
A culpa é do governo que não enxerga o que há além,
Há amor e luta, sobreviver aqui é maior loucura.
O bandido vende seus bagulhos pelas de cem, mas os políticos lá do Plenário lucram também.
A TV ensina que somos maus: as pessoas de cor, os gays, os favelados etc e tal.
Não nos querem nas praias, não nos querem na Zona Sul,
Mas se eu der calote, chego até em Istambul.
Polícia, pare de nos matar porque é moda! Na hora cês não pensam, mas tudo que vai, volta.
Polícia do Estado é o veneno. Por que fazem isso com a gente? Não compreendo.
Tô cansado, tô exausto de ser tratado desigual por ser favelado.
As pessoas daqui não merecem seu respeito? Tô cansado de ignorarem nossos direitos.
Parem de nos matar, eu imploro, só queremos respirar!”
Outro dia, chamei alguns meninos e meninas do bairro, para uma tarde de recorte e colagem em fanzines. Queria saber o que é ser criança no contexto onde moramos. Como é soltar pipa na rua ou brincar na beira do córrego já que as quadras e pracinhas da vila ficam a mercê da juventude que bebem e fumam seus baseados. Em vielas, becos e escadões também não é possível brincar, pois correm o risco de atrapalhar o comércio local das drogas ilícitas. E as motocas barulhentas que sobem e descem o morro? Ora com perseguições e aborgadens mal sucedidas da Polícia que rodam a favela de noite e de dia. Este é o olhar dos meninos, porque as meninas não podem sair de casa. Suas mamães não deixam e dizem que menina têm que aprender os afazeres de casa para se tornar uma mocinha. O dia-a-dia da criança na periferia é assim: De manhã, trancada em casa sendo cuidada pela avó e a televisão, e a tarde, na escola pública cercada de grade. Mas tem aqueles que não estudam, pois não vêem graça no ensino educacional. Estes, preferem a rua. E aprendem o quê ela têm a oferecer.
Esse mundo não tem mais salvação;
A mente foi poluída;
Contaminada pelo mal;
Isso era apelas ilusão;
De uma história desigual;
Onde vidas são perdidas;
Da arma e punhal;
O sangue corre;
E a vida escolhe;
O bem e o mal;
Uma morte fatal;
Um conto interminável;
Palavras inacabadas;
Uma vida sem sentido;
De uma história mal criada;
Onde sonhos são deixados;
E o espírito se abaixa;
Largado aquele vasto fim;
Onde não há mais nada.
