Fantasia
Quis...
Somente me restaria querer
Tudo que de você nascia, querer a fantasia tão louca...
Sonhos e imagens sem sentido...
Vestígios tão nítidos, embaraçados no tempo e na imaginação
Por momentos e certezas que me restaria desvendar.
Querer...
Querer de teus olhos, vivos instantes nascidos na noite.
Quando gritos e gestos rasgando os espaços da fria madrugada, traziam de longe tantas frases...
Querer frases que restassem...
Verbos que calassem...
Lágrimas brilhando nas sombras, que ainda sufocam o meu peito.
Querer apenas o teu tempo.
Ao vento lançar-me nas asas que o desejo deixou existir,
Que os dias deixaram morrer, a razão não me deixou fingir.
E quis...
Unir minhas metades...
Minhas faces reveladas, somente o silêncio...
Mundos e submundos de cada um...
Cada um, cada nós...
Cada voz que morre no fundo de cada olhar.
E quis, por um só momento, toda a tua história...
Páginas de teu corpo que não encontrei...
Vida sentida de perto, como sentem corações...
Fui além das estradas...
Por caminhos sem motivos.
Vagando sem destino.
Por onde vagam pensamentos...
Por onde chegam emoções...
Partem tentativas e morrem pensamentos,
Sentimentos...
E palavras.
Silenciosa espera...
Embarco na fantasia
E visto-me de sonhos para viver a realidade!
Pois somente existo porque te amo...
E creio nestas veredas em que viajo
Que a minha espera é para ver o teu amado rosto num sorriso...
Que me acende a luz da alma...
E te amo assim ardentemente
...secretamente...
E qual a brisa que passa suavemente beijando-me as faces ...
Sinto tua presença constante....
E te procuro nas estrelas e nos azuis dos devaneios
E o meu coração que bate por ti..
Já sonhei acordado na realidade
Sentindo a emoção de estar contigo...
E continuo esta espera louca
...silenciosa...espera!
Falemos de nós, vivemos em nós, porque nessa vida os vales são fantasia e não merecemos (em saios), viver do que realmente trouxemos para compartilharmos o que podemos, alguns vão além.
A fantasia não se preocupa com o futuro porque trás e balha no passado; cuidando do presente para nos trazer alegria. A vida por si é encantadora e genuína.
Entre o sonho e a fantasia
...e, nem mesmo nascera o dia e aquela voz ruidosa não parava de repetir- é hora de acordar; é hora acordar;
Seria algum louco insensato, ou seria um cuco programado para descomedir-se inconsequentemente, de tal forma e, àquela hora!?
Mas, na verdade, não era nada senão a responsabilidade chamando o feito à ordem, que não de todo adormecida, fazia com que um corpo que parecia inerte sobrepor-se sobre umas pernas magras e desajeitadas, porem-se de pé e perceberem que era mesmo hora de acordar .
Naquela manhã, como em outras, tantas, o sol brilhava forte e isso dava uma vida nova àquela paisagem íngreme e extenuada constante, plena e indizível. Parecia que tinha algo novo, uma visagem, talvez, quem saberia?!
Mas, sabe aquela sensação de que há coisas boas mesmo onde não se imagina ser possível haver? E, com essa interpretação e uma cabeça que voava sob as poucas nuvens presentes no céu daquele dia, um vulto, inimportante e indiferente transitava além e aquém das evidências e circunstâncias do tempo e do espaço; passava como se nada fosse e ao mesmo tempo era tudo porque existia e ali estava, embora desprovido da capacidade de calcular a importância de sua visagem e de quão valiosa era ela para mantê-lo vivo. Apesar de sofrer as intempéries da parte que lhe cabia por ser e existir, eram as visagens e a ilusão, formada em seu interior, que o mantinha como uma chama, acesa e, até brilhante de vez em quando; e enquanto acesa estivesse a tal chama, haveria um equilíbrio entre os movimentos, entre os sentidos e os sentimentos que lhe percorriam a alma.
A realidade era sempre o momento presente. Passado e presente lhe eram tão plurais quanto singulares, não lhe causavam espécie; se fundiam num vácuo sem fim.
Amanhecesse ou anoitecesse, a ordem das coisas permaneceria inabalada para aquela cabeça. Não importava as mudanças, a beleza a seu redor, tudo que parecesse bom ou ruim, tudo que lembrasse o etéreo, o infinito, pássaros cantando, crianças sorrindo, jardins floridos com lindas borboletas, o mal, a tirania dos desalmados, tudo, tudo, lhe era tão insosso, indolor e invicioso. Já não lhe afetava o belo, nem tampouco as dores do mundo porque estava anestesiado pela realidade dura, obscura e pérfida que também não causava nenhuma sensação.
Seu mundo estava nas suas fantasias. E tudo parecia-lhe o que lhe era inerente parecer. Era sua cabeça que o guiava e não seu coração. Estava tão ausente quanto presente num espaço que parecia qualquer coisa ou quase nada, que apenas permitia uma jornada que necessária se fazia, um ciclo a ser fechado, mesmo não tendo noção disso.
Mas, apesar de tudo, era aquela cabeça que equilibrava aquele corpo e lhe dava visagens durante o dia e sonhos durante a noite para sobreviver longamente aos rigores e variações do mundo tirano à sua frente.
Havia, também uma estranha sensação de nunca saber se dormia ou se sonhava, se sonhava ou se vivia ou apenas sonhava para fingir que vivia. Havia, contundentemente, um contra-senso naquilo que lhe deram o nome de vida.
... e, nem mesmo o dia nascera e a mesma voz veemente renitente insistia: é hora de acordar, é hora de acordar.
Lúcia Araújo – junho de 2007.
Nessa noite nem dormi
Passei a madrugada inteirinha caçando aqui e ali
uma fantasia com teu nome !
Que pena ... Não achei .
Acho que por isso estou tão cansada
e com as mãos suando frio aqui !
Naquela magia encantada
no balanço do vento que suspira,
de braços com a fantasia,
clareada pela réstia de uma luz fina,
branca,
tênue,
que brinca de beijo de bom dia…
Lá onde tudo começa
rabiscada com cores inigualáveis
uma história de sentimentos sem fim,
que nada a contagia,
nem fere,
nem alivia,
fica do meu amor a morada…
Somente Sonham aqueles que acordam. Os demais dormem e acordam no fantastico sonho da fantasia e mergulham no poço da ilusão.
Deus
O mundo era fantasia
Quando não se sentia
Quem te conhece
Reconhece a vida
Quem te sente
Encontra a paz
Irradia a alegria
Quem te vê
Enxerga a escuridão
Na felicidade
Vive o coração
Logo, é um sábio.
Quem descobre esta razão.
Voos de fantasia...
Busco-te numa estrela poética
Em estrofes... rabiscos...versos e rimas...
Convoco o vento forte...
Para que me leve nas suas asas
e nesses meus voos de fantasia
saboreio o vai e vem das marés...
E volto a sonhar e te vejo
E fico encantada...enamorada
Ao ver o sol deitar-se...
E neste entardecer
Fico a recitar poesias loucas
Com palavras cheias de paixão...
As palavras dançam...numa harmonia encenada
Nossos corpos unidos...na minha visão de ilusão!
" Fantasia de amor "
Na prática do amor fui pego
Algo tão forte, não nego
Tudo parece perfeito
Exatamente daquele jeito
Nada mudaria...
E nisso, vem a fantasia.
Passa-se o tempo
E muda-se cada momento...
Todo o ardor do início
Não é mais um vício
Toda esperança construída
Não é mais exibida
Todo desejo obtido
Se torna substituído
Toda perfeição que aparentava
Aos poucos, vai sendo ocultada.
Me perco, diante dessa fantasia
Farsante e tão angustiante
Quando o que eu mais queria
Era que tudo voltasse a ser, como era antes.
O carnaval já bate à porta...não tenho nenhuma fantasia, o que tenho são desejos inconfessáveis. Sabe aquela sensação de pensamentos velozes como a luz e as palavras na mesma velocidade de uma tartaruga? Estou sentindo essa total falta de sincronicidade entre ambos, mas não estou me importando. O que chega a doer fisicamente é esse amontoado de pensamentos marotos que despudoradamente estou ansiando realizar.
Meu rosto é minha máscara
Minha pele é minha fantasia
Meu caminhar é meu samba
Meu sorriso é minha alegoria
Aqui estou a sacudir o meu tédio
Nesse Carnaval da"alegria".
