Fabio de Melo Acaso Deus Felicidade
Muitas vezes, já pensei em me matar, não é incentivo, eu só quis me retratar; quantos leriam isso pra depois vir me julgar? Deixa a alma falar, deixa o que faz sentido na vida antes que o corpo retorne ao mar, ao lar de flores que caem, olhares que traem. Sou eu ou meu pai? Disseram que viver era um sacrifício, que se morre a cada dia por ofício. Firmei meu pensamento no que realmente vale a pena, olhei a minha volta e vi gente com problemas, somos tão racionais ao ponto de sermos menos unidos do que formigas ou abelhas. Pobres somos, reis de tronos que depois ninguém se lembra. Me deixa reintegrar com fragmentos de verdades. São palavras que revelam um segredo. Miragens são solidificadas quando não assumimos porquê viemos. Mas como saberemos? Para que seremos? Por que lutaremos? Após a morte, continuaremos?
Firmei meu pensamento no que realmente vale a pena, olhei a minha volta e vi gente com problemas, somos tão racionais ao ponto de sermos menos unidos do que formigas ou abelhas.
Meu receio é que a vida acabe em um piscar e eu acorde em outro lugar com saudades da beleza do mundo que eu cansei de esnobar.
Melhor viver a ansiedade aqui neste mundo, apenas por uma fase, do que em outro mundo por toda a eternidade.
Lembro de uma professora de sociologia que dizia que para dar opinião sobre algum assunto importante a pessoa deveria ter formação acadêmica. Na mesma hora eu questionei “o por que”? Ela dizia que uma pessoa sem diploma não tinha nada pra oferecer. Aquilo me provocou de tal maneira que me senti obrigado a filosofar durante as aulas, passei de queridinho da prof, para o insuportável.
Ninguém da minha família me incentiva a escrever. Minha influência e motivação vem de pessoas que tive o prazer em conhecer. Sei que parece estranho, mas é isso que me impulsiona a crescer. Sou assim como você, alguém que só quer viver. Não nasci com manual de como vencer, tive que errar pra aprender, quem me dera ter nascido um sábio, desse jeito não precisaria sofrer, mas é justamente o fracasso que separa o forte do fraco, o cintilante do opaco. Mas que vida bizarra, pra ser alguém tem que pisar em quem caiu nessa escada? Dinheiro é fonte de prazer e sofrimento. Antes vivíamos na selva, hoje vivemos com a fumaça e o cimento.
A poesia me tira a razão, me faz sentir o peso da emoção; esquecer por um instante tudo que vejo e sentir a dor da solidão, para dar ao amor o seu devido valor.
Nunca me senti tão forte, eu só precisava de algo que me impulsionasse, foram momentos de reflexão que eu fiz valer antes que tudo se acabasse. Eu vejo tudo pelo brilho do olhar. A alma nunca mente, quando tenta no futuro colherá. Já tive coleira igual cachorro, hoje livre me movo. Sou o grito que ouço, quantos de nós se envolve com o que consome. Quantos de nós quer apenas o que console. Ninguém tá preocupado com seu sentimento, não adianta chorar, o mundo sempre foi cruel desse jeito. Somos seres insensíveis quando a dor do outro vemos. Cada um está preocupado apenas consigo mesmo.
Mais um dia de insônia, ansiedade em momentos de pressão, tristeza guardada na memória, loop infinito de fracassos e não glórias. Quantos de nós estende a mão pra quem tá no chão? É triste pertencer a um raça que destrói tudo o que é de graça, nos preocupamos com o aumento da renda, não da merenda de quem não come nada. Dizem que se eu disser isso é piada, não dá nada. Nossa sociedade é mais hipócrita que palmas de foca. O coração é só mais um meio de exploração. Não consigo distinguir a realidade da ilusão. É muito entretimento pra pouca informação. Só quero minha dose diária de dopamina. Serotonina que anima minha vida.
Disseram que meu pensamento é negativo, estão certos, por isso me pergunto: “se eles sabem disso, por que continuam mentindo”?