Eu Poderia
A Chocolatelência de Van Gogh
Só pela arte, poderia a mulher chocolate,
Posar para o mestre Van Gogh.
Imagine, um belo final de tarde à beira mar,
O sol ainda quente, derretendo o avatar.
A modelo, graciosamente, pingando sem graça, gotas de chocolate, sob o olhar de lince do pintor, pincelando cada gota, um verso, um suspiro, uma rima, abrindo a cortina, na tela molhada de leite e cacau, obra prima.
Apenas o sol espectador silencioso, de um encontro indecoroso, um milagre, onde o pintor e sua musa, sua admiradora, sua amante, é mera fantasia.
Você faz parte da primeira civilização em toda a história que poderia salvar a si mesma, mas escolheu não fazer isso porque poderia prejudicar o lucro dos acionistas.
Amor pelo jornalismo
Poderia dizer que essa profissão é distante da minha família, mas na verdade não é exatamente assim. Professores passam informações, então minha profissão não é totalmente distante da função que boa parte dos meus familiares exerce. No entanto, nenhum familiar me apresentou o jornalismo.
O amor começou descalço, no meio do asfalto, jogando bola com amigos de infância. Entre vitórias e derrotas, o futebol de rua é cercado de brincadeiras. As conversas, depois de muitas idas à casa dos vizinhos para pegar a bola — alguns bem nervosos, por sinal —, valem uma história à parte. Mas hoje não, não é sobre isso que vou falar. Arrebentar os tampões dos dedões... que época boa! Não lembro disso querendo voltar ao passado, mas sim grato por Deus ter me proporcionado uma infância mais na vida real do que nas telas de hoje em dia.
O futebol de rua foi uma das coisas que mais pratiquei quando moleque e foi justamente em um desses dias que descobri aquilo que passaria a buscar com um carinho diferente: o jornalismo.
Depois da pelada, um pouco de resenha, um zuando o outro e, de repente, vem a pergunta que engaja geral: “O que você quer ser quando crescer?”. Engenheiro, mecânico de avião, bombeiro, policial, astronauta — sim, teve um que encheu a boca pra falar astronauta. Eu não duvidei, mas é claro que a resenha já vem na ponta da língua pra dar uma gastada. Em meio às revelações, um dos mais velhos do grupo fala: “Quero ser jornalista esportivo, falar de esporte.”
Eu paro e pergunto: “O que é isso? Como faz?” Nunca havia ouvido aquele nome antes: Jornalista Esportivo. Tinha uns 13 anos, mas sim, mesmo já acompanhando um pouco de futebol na televisão, a palavra era nova para mim. Jornalista Esportivo.
“O que se faz nisso? Como que é?”, pergunto.
“Fala de esporte, pô. Igual esses jornais na TV, sabe? Só que fala dos esportes apenas.”
Fã do jovem em ascensão à época, El Shaarawy, esse amigo, que por dúvida, preservo o nome, despertava em mim um interesse de buscar mais sobre a profissão. Acabada a resenha pós-futebol, volto para casa e a primeira coisa que faço é buscar sobre essa profissão no pai dos burros: o Google.
Veículos de comunicação, cursos, faculdade, o que fazer, como fazer, onde fazer... perguntas atrás de perguntas. Vídeos, relatos sobre experiências e então começo a conhecer as referências da área. Pegar um pouquinho de cada um, entender os blocos do jogo.
Craques e mais craques. Eu? Apenas um gandula perto deles. Como fazer isso dar certo? “Deus, não sei como, mas vou dar meu melhor, seja feita a Tua vontade”, dizia com fé em algum milagre. “Deus ajuda quem trabalha”, “Quem procura acha”, “Quem quer dá um jeito”; palavras assim foram sustento em meio às aflições de um cidadão comum que começava a enfrentar desafios na passagem da adolescência para a vida adulta. A necessidade de trabalhar, mesmo que fora da área, não foi suficiente para me afastar do jogo, do campo, das quadras poliesportivas.
Trabalho, fé, foco, renúncias e muita mão de Deus. Não ouso tirá-Lo dessa receita! Provocações e deboches, isso não é exclusivo de um grupo. Também passei por algumas.
Mas estar em uma redação física pela primeira vez, participar de um programa de rádio, conhecer os primeiros grandes nomes do esporte como Bernardinho, Bruninho, Fernando Meligeni, pessoas que só via pela televisão... tudo isso foi convertido em combustível. Um prêmio, de fato, um privilégio. O som do teclado ao digitar uma nota, artigo, que seja... o cheiro de tinta da caneta que mais tarde estourará ou a aflição de escrever tudo antes da caneta morrer. Até ficar na externa correndo risco de participar de uma "queimada", mesmo que o esporte seja futebol, vôlei ou basquete.
O dinamismo, a pressão por mais engajamentos, ficar de olho nas tendências, os números dos outros veículos, pensar fora da caixa e as histórias que inspiram, acesso aos bastidores de vidas dignas de filmes... os ônus e bônus.
É um privilégio poder aprender e conversar com algumas referências. Existe uma grande responsabilidade nessa profissão. Como cristão que sou, logo lembro dos versículos de Tiago 2:20-22: “Mas, ó homem vão, queres tu saber que a fé sem as obras é morta? Porventura o nosso pai Abraão não foi justificado pelas obras, quando ofereceu sobre o altar o seu filho Isaque? Bem vês que a fé cooperou com as suas obras, e que pelas obras a fé foi aperfeiçoada.”
Com isso, lembro da frase: “É justo que muito custe o que muito vale”, frequentemente ligada a Teresa D'Ávila.
Não sei exatamente em que posso contribuir nesse jogo, e se posso, muito menos o que acontecerá amanhã. O que sei é que essa coceira por olhar o que poucos viram, mastigar a informação de uma maneira que mais pessoas possam entender, trazer assuntos pertinentes e principalmente cuidar para não passar nada além da verdade, além de aprender com todos, são tópicos que me prendem ao jornalismo.
Lembrando dos ônus e bônus, é quase uma antítese, logo lembro da primeira estrofe do soneto de Luís Vaz de Camões:
“Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.”
No fim, não é exclusivo do jornalismo. Toda profissão tem seus desafios, mas, mesmo que às vezes possa ser uma dor que desatina sem doer, é justo que muito custe o que muito vale.
Eu poderia falar o dia todo, mas poucos iriam me ouvir, poucos ainda entenderiam, e menos da metade desses poucos "entendores" iriam concordar. Alguns diriam: "vai lutar". Eu me pergunto se eles sabem que já lutei e ganhei discretamente.
Entendo que não sou pleno, mas ninguém é. Todos nós estamos feridos e pensativos em algum momento. Ninguém pode ser 100%. A ciência concorda com os 99%, porém, todos querem 100% e, no fim, acabam se esforçando tanto que tudo perde o valor. Quando notarem, o tempo simplesmente acabou.
Seu coração bate tão rápido quanto o meu, como se estivesse prestes a sair do peito. Não poderia haver momento mais bonito, cada respiração mais se parece com um suspiro. Se pudesse, apenas fecharia os olhos e viveria neste momento para sempre.
- As janelas da minha casa
O Dia de Finados! Um personalíssimo memorial...
Especialmente nesta data, e bem que poderíamos permitir que nossos mortos povoassem livremente nossas mentes ...
Quem sabe, então, aceitássemo-los natural e completamente, e os aninhássemos definitivamente em nossos corações... Quiçá mesmo assim, postumamente, ouvindo-os com verdadeiro e amoroso interesse e concentração, finalmente acatando suas sempre e sempre amorosas e abalizadas opiniões emitidas a cada circunstância convivida.
Acredito sinceramente que isso não seria em nada algo misterioso ou assustadoramente amedrontador. Afinal, embora mortos, eles continuam sendo nossos familiares... Tomara tenham todos seguido - ou biblicamente recolhidos - no seu tempo certo.
Deveríamos refletir no fato de, com o inexorável passar dos anos, ao atingirem idades avançadas os nossos idosos e anciãos terem diuturnamente mais mortos, que vivos em sua companhia... Será assim também conosco!
Então, que tal seria abrirmos mais, bem mais, os nossos ouvidos e corações para nossos amigos e ente-queridos, mormente os mais velhos, enquanto ainda vivos? Eles todos, e nós também - disso estejamos bem certos - logo, bem logo morreremos.
Até mesmo por que ao longo da vida qualquer um de nós poderemos vir a acumular poderes incríveis uns sobre os outros, mas jamais a ponto de sobrepujar as leis naturais...
Perdoem-me, por favor! Até mesmo porque isso tudo que aqui explicitei desde os mais profundamente amorosos e racionais recônditos deste meu naturalmente umtantoquanto envelhecido, mas jamais endurecido ou ressentido coração, num primeiro momento poderá parecer descarada intromissão minha em assuntos do mais absoluto fôro íntimo de cada um, mas isso me ocorreu porque ainda sou dos bons e saudosos tempos em que uma familia só considerava outra como verdadeiramente amiga, quando todos os seus membros se conheciam amorosa, espiritual e profundamente, inclusive os seus mortos.
Confortemo-nos mutuamente...
Armeniz Müller
...Oarrazoadorpoético.
Eu acho que esse lugar poderia ser muito diferente de todos os outros lugares em que passamos. Mas, para que isso aconteça, precisamos comandar as coisas de forma diferente.
“Foi um ato de egoísmo para contigo, por não te amares achaste que mais ninguém o poderia fazer. Tiraste-me esse direto.”
O que se poderia ter tornado em algo maravilhoso, começou a tornar-se em algo que nem existe forma de descrever.
Por muito mais que certas coisas devem ser guardadas e jamais serem ditas, mas não há realmente forma de controlar tal sentimento. Por outro lado a ausência de palavras, cria este desconforto que confunde o julgamento e actos inconscientes.
Após tal tormento, fica sempre a verdade e a razão a qual nos traz um ensinamento que jamais quererá ser vivido.
Longas são as palavras para descrever tal desconforto e dor, após relembrar todos os momentos vividos... jamais contarei a quantidade, mas sim cada segundo vivido descobrindo cada lugar dentro de ti... posso até me lamentar a mim mesmo, mas a verdade é que choro por te imaginar esmaecer sem sequer poder amenizar tal sofrimento...
Restando somente finalizar descrevendo que....
Se eu soubesse que aquela seria a última vez que poderia te tocar, teria aproveitado bem mais pra te olhar nos olhos.
Remorso...
É alma clamando perdão por não ter feito mais do que poderia fazer...
De ter deixado de fazer hoje para fazer amanhã...
É a tristeza de quem sentia que não havia mais tempo nem para se despedir...
E na doída saudade a necessidade de um forte abraço em quem já não está mais aqui.
Ivânia D.Farias
COVARDE
Poderia e dizer tanta coisa
Nesse exato momento.
Mas sou covarde.
Covarde poeta
Poeta do tipo que escreve o que sente.
Mas não diz o que vem na mente.
Talvez pela primeira vez eu deva te esquecer....
Esquecer esser sentimento que só existe em mim e não em você.
-MAY
Poderia está em baladas boas por aí, com jovens da minha idade. Mas não estou aqui. Eu na companhia de trilhões de pensamentos, todos eles direcionados a você, ah! E você estar a se divertir. Vale frizar . E bem acompanhada.
Poderia falar mil coisas sobre mim, mas isso seriam apenas palavras. Então prefiro demonstrar quem realmente eu sou e economizar as salivas para beijar sua boca.
Ela queria o que ninguém poderia dar, e com isso contentou-se em receber o que puderam lhe oferecer...
Eu nunca deveria ter esperado de você o que não poderia ter me oferecido...
Te perdôo por ter me feito sonhar tão distante de minha realidade.
Porque você se fez passar por alguém que nunca existiu? Porque me iludiu fazendo de mim apenas um mero capricho seu? Um brinquedo em suas mãos... Você foi uma ilusão tão doce de uma menina tão ingênua, tão inocente...Quanto silêncio, quanta ausência sua tive que suportar em noites solitárias...Quanto frio minha alma sentiu sem você ao meu lado.
Você me fez mulher ainda menina apenas pra poder brincar de amor comigo, enquanto eu te amava... Você brincava de amor... Você que carrega no peito um coração de pedra que é incapaz de amar...Um coração bandido que só pensa em se divertir...Uma alma negra incapaz de amar alguém... Você que tirou de mim a inocência, me fez apaixonar por seus falsos carinhos, e me abandonou no momento que tanto precisei de você... Até um Adeus você me negou...Quantas noites chorei e sofri implorando por seu amor, e no entanto fui ignorada, pisada, desprezada, humilhada e meus sonhos se tornaram pesadelos... Você se fez tão superior, inatingível pelo meu sofrimento... Você que me seduziu, manipulou meus sentimentos, me usou e me descartou se esquecendo que eu era apenas uma menina ingênua e apaixonada...Se esqueceu de minha fragilidade...Mas apesar de tudo que sofri por um dia ter me apaixonado por alguém que nunca mereceu meu sofrimento, por ter me iludido por um sonho de menina...Hoje eu só queria te reencontrar pra lhe dizer muito obrigado por todo o sofrimento que passei porque a dor me fez amadurecer e o seu desprezo doeu muito mas a vida é justa e me recompensou pelas dores...A vida me trouxe um novo sonho, um novo amor... alguém que é tudo aquilo que sempre sonhei... alguém que me ama verdadeiramente e que me fez compreender que ainda existe aquele amor que sempre busquei...Hoje eu amo e sou amada."
Roseane Rodrigues
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