Eu Nao tenho Culpa de estar te Amando

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(...) e vou definitivamente ao encontro de um mundo que está dentro de mim, eu que escrevo para me livrar da carga difícil de uma pessoa ser ela mesma.
Em cada palavra pulsa um coração. Escrever é tal procura de íntima veracidade de vida. Vida que me perturba e deixa o meu próprio coração trêmulo sofrendo a incalculável, dor que parece ser necessária ao meu amadurecimento – amadurecimento? Até agora vivi sem ele!
É. Mas parece que chegou o instante de aceitar em cheio a misteriosa vida dos que um dia vão morrer. Tenho que começar por aceitar-me e não sentir o horror punitivo de cada vez que eu caio, pois quando eu caio a raça humana em mim também cai. Aceitar-me plenamente? é uma violentação de minha vida. Cada mudança, cada projeto novo causa espanto: meu coração está espantado. É por isso que toda a minha palavra tem um coração onde circula sangue.
Tudo o que aqui escrevo é forjado no meu silêncio e na penumbra. Vejo pouco, ouço quase nada. Mergulho enfim em mim até o nascedouro do espírito que me habita. Minha nascente é obscura. Estou escrevendo porque não sei o que fazer de mim. Quer dizer: não sei o que fazer com meu espírito. O corpo informa muito. Mas eu desconheço as leis do espírito: ele vagueia. Meu pensamento, com a enunciação das palavras mentalmente brotando, sem depois eu falar ou escrever – esse meu pensamento de palavras é precedido por uma instantânea visão, sem palavras, do pensamento – palavra que se seguirá, quase imediatamente – diferença espacial de menos de um milímetro.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

Eu perco o sono lembrando do seu sorriso.

Acumular mágoa dá câncer. E eu adoro a vida, por isso tento me livrar dessas cargas ruins. É claro que nem sempre consigo, é claro que reclamo, é claro que xingo, grito, berro, esperneio, bato o pé, faço birra, me revolto, me rebelo e sou ranzinza. Mas reclamo tudo que dá e depois me limpo. Viro outra, fico nova. Tenho essa capacidade de renovação grande - e me orgulho disso. Odeio juntar tristeza dentro da bolsa.

Canção da Torre Mais Alta


Ociosa juventude
De tudo pervertida
Por minha virtude
Eu perdi a vida.
Ah! Que venha a hora
Que as almas enamora.

Eu disse a mim: cessa,
Que eu não te veja:
Nenhuma promessa
De rara beleza.
E vá sem martírio
Ao doce exílio.

Foi tão longa a espera
Que eu não olvido.
O terror, fera,
Aos céus dedico.
E uma sede estranha
Corrói-me as entranhas.

Assim os Prados
Vastos, floridos
De mirra e nardo
Vão esquecidos
Na viagem tosca
De cem feias moscas.

Ah! A viuvagem
Sem quem as ame
Só têm a imagem
Da Notre-Dame!
Será a prece pia
À Virgem Maria?

Ociosa juventude
De tudo pervertida
Por minha virtude
Eu perdi a vida.
Ah! Que venha a hora
Que as almas enamora!

Ainda que eu conseguisse dizer as mais belas palavras, ou te oferecer tudo o que há de melhor neste mundo, eu não conseguiria expressar toda a gratidão que tenho a você.

Eu me contento com o melhor.

Chove. Que fiz eu da vida?
Fiz o que ela fez de mim...
De pensada, mal vivida...
Triste de quem é assim!

Numa angústia sem remédio
Tenho febre na alma, e, ao ser,
Tenho saudade, entre o tédio,
Só do que nunca quis ter...

Quem eu pudera ter sido,
Que é dele? Entre ódios pequenos
De mim, 'stou de mim partido.
Se ao menos chovesse menos!

Fernando Pessoa

Nota: 23-10-1931

Ainda é cedo e eu preciso de amor. Só um pouquinho de amor... Quero que ele veja o quanto mudei por causa dele, na esperança de que seu riso congelado saia do automático e eu ganhe um único sorriso verdadeiro... Talvez meu amor tenha aprendido a ser menos amor só para nunca deixar de ser amor.

Nada é mais dessemelhante a mim mesmo que eu mesmo; daí por que seria inútil tentar definir o meu caráter por qualquer outra coisa que não a variedade; a mutabilidade é uma parte integrante de minha mente de um modo tal que minhas crenças se alteram de um momento para outro: algumas vezes sou um sombrio misantropo, em outras me sinto intensamente feliz em meio aos encantos da sociedade e aos prazeres do amor. Há momentos em que sou austero e piedoso[...], então subitamente me torno um franco libertino. [...] Em suma, um protéico, um camaleão e uma mulher são todos criaturas menos mutáveis que eu.

Quem sou eu? A gente é o que a gente gosta. A gente é nossa comida preferida, os filmes que a gente curte, os amigos que escolhemos, as roupas que a gente veste, a estação do ano preferida, nosso esporte, as cidades que nos encantam.

"Eu sou um pouco mais estranha do que ser estranha permite. Sou estranha além do charme de ser estranha."

O apego desesperado ao próprio eu
a desesperada ânsia de viver
São o caminho mais seguro
para a morte eterna
O próspero saber morrer
Rasgar o véu do mistério
Ir procurando eternamente
mutaçoes em si mesmo
Conduz a imortalidade.

Adormecida

Uma noite eu me lembro... Ela dormia
Numa rede encostada molemente...
Quase aberto o roupão... solto o cabelo
E o pé descalço do tapete rente.
'Stava aberta a janela. Um cheiro agreste
Exalavam as silvas da campina...
E ao longe, num pedaço do horizonte
Via-se a noite plácida e divina.
De um jasmineiro os galhos encurvados,
Indiscretos entravam pela sala,
E de leve oscilando ao tom das auras
Iam na face trêmulos — beijá-la.
Era um quadro celeste!... A cada afago
Mesmo em sonhos a moça estremecia...
Quando ela serenava... a flor beijava-a...
Quando ela ia beijar-lhe... a flor fugia...
Dir-se-ia que naquele doce instante
Brincavam duas cândidas crianças...
A brisa, que agitava as folhas verdes,
Fazia-lhe ondear as negras tranças!
E o ramo ora chegava, ora afastava-se...
Mas quando a via despeitada a meio,
P'ra não zangá-la... sacudia alegre
Uma chuva de pétalas no seio...
Eu, fitando esta cena, repetia
Naquela noite lânguida e sentida:
"Ó flor! — tu és a virgem das campinas!
"Virgem! tu és a flor da minha vida!..."

Castro Alves
ALVES, C., Espumas Flutuantes, 1870

E se você vem, fica tudo maior, mais amplo... Sei lá... Mas é como se eu existisse dum jeito mais completo...

Eu te amo geometricamente e ponto zero no horizonte formando triângulo contigo. O resultado é um perfume de rosas maceradas.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1978.

Faça valer a pena, que eu faço acontecer! :)

Homens insistem em amar a mulher pela sua falta. Eu insisto em querer ser amada pelo meu excesso.

Procura-me

Quando eu partir,
se deres falta de mim,
procura-me, nas flores do jardim.
Escolhi assim
para enfeitar de perfumes e cores
as paixões.

Procura-me, na madrugada,
quem sabe posso estar até calada,
falando de amores, nas canções?
Procura-me,
nas estrelas e constelações,
é bem certo que eu esteja,
em qualquer universo,
cintilando emoções.

Procura-me, nos encontros,
nas ternuras da vida,
estarei vibrando, em cada abraço,
serei até sentida:
nos olhos, nos beijos, na despedida,
fugindo das solidões.

Tanto faz a vida como a morte
O pior de tudo eu já passei...

A camisinha estourou pra eu nascer, e eu nasci foi pra estourar.

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