Eu Nao tenho Culpa de estar te Amando
Quase sempre me pego lembrando de coisas que já nem sei se foram reais.
Eu criei muitas histórias bonitas para poder contar um dia, e dizer que nesta vida eu fui um amante de realidades alternativas...eu chamo assim.
Naquele dia eu estava ali para ouvir o próximo, sem esperar nada em troca, somente ouvir os soluços de uma cabeça cheia de problemas.
Na semana seguinte foi a mesma coisa...
No mês seguinte eu dei conselhos.
No ano seguinte, ele não estava mais ali...
Seus problemas ficaram todos em minha mente.
Nós éramos um par inesperado. Mas eu sabia, do momento em que a conheci, que ela mudaria a minha vida.
Eu vejo defeitos como potências desequilibradas. Equilibre seus “defeitos” e eles se tornaram potências.
A euforia era tangível: eu podia sentir o gosto no ar, a doçura cobrindo minha boca e indo direto para minha cabeça como champanhe.
Toda a minha vida foi o luar e as estrelas. Eu posso sentir o cheiro da luz do sol correndo em suas veias, do outro lado da sala.
Tempo da Minha Dupla
Sabe o que eu parei para pensar, depois de alguns meses do nosso último contato? Que ninguém nunca queria fazer dupla comigo na escola, eu era sempre a última opção, porque sobrava. E sempre foi assim, só que eu não me importava, pois nunca soube o que era ter alguém, ou uma companhia. Até você chegar... E fazer o meu terceiro ano do ensino médio único. Para mim só existia eu e você na escola, era a melhor sensação do mundo saber que você estava ali para qualquer coisa, seja nos trabalhos escolares, seja na vida. Hoje isso me dói, porque depois que você foi embora, eu imagino que se eu tivesse que fazer uma dupla na vida, eu estaria na mesma situação que antes de te conhecer, na verdade um pouco pior, uma vez que já tive alguém na minha vida.
Falsas Juras, Falsas Promessas
Sabe? Eu tento me fazer forte nesse momento, mas é muito duro. Você disse que ficaria do meu lado, e que sempre estaria comigo. Mas você mentiu, você me enganou. Fez pior do que eu, porque você disse que independente de tudo estaria aqui, e hoje não está mais. Sei que não sou o melhor ser humano para estar do seu lado, mas eu confiava em você e te queria aqui. No fundo eu sabia que isso ia acontecer, mas eu não sabia que ia doer tanto.
Hoje avistei os meus pássaros longínquos e ouvi deles a alforria adocicada dos frutos, então, eu soube do silêncio maduro que me tragava, e a ti, presença de suspensão à fala dos olhos.
SIGNO DO AMOR
"Se eu vou na Mangueira ela vai
Se eu vou na Portela ela está
Ela vai no Cacique de Ramos
Ela vai no Estácio de Sá
Ela vai no pagode em Xerém
Ela vai no pagode em Irajá"
Zeca Pagodinho
Se, a vida é apenas uma passagem, que eu passe, por ela, então, espalhando amor aonde quer que eu vá.
A CRIAÇÃO DA FACA
Eu inventei a faca, nutri expectativas sobre a faca, acreditei que ela seria única, e a deixei existir.
Um dia, enquanto eu caminhava pela rua, tropecei em um homem irritado, manchei toda a sua camisa de café. O homem tirou dos bolsos o que eu não esperava, o objeto era uma faca.
Ele veio em minha direção, sem que eu pudesse explicar o que havia acontecido, pegou a faca e afundou diversas vezes em meu peito, até que o barulho dos gritos ofuscasse seus atos.
Nesse dia, a faca que criei foi a responsável pela minha morte, pois do que vale o bom coração na intenção de progredir, entregar nas mãos de qualquer um, o fruto da sua criação.
Eu nunca sei ao certo o que emana da inspiração de uma mulher quando ela escreve-te palavras profundas de causarem arrepios, e levarem sempre à reflexão, só sei que é bom, por vezes brando, e na mais alta das probabilidades é certamente divino...
Se a criação provém de algum Deus, então ele criou duas belíssimas coisas, o universo e a mulher;
Aqueles que governam sempre querem ofuscar o seu brilho;
Mas eu estou aqui, nunca irão suprimi-lá, pois em minhas palavras ela sempre irá ressuscitar, virá com extrema luz nos meus poemas!
In, um tiro ao alvo
Orla, areia, mar, o que me lembra ela, talvez me lembre que eu nunca mais volte a navegar
Pequena sereia, não quero que ela vá, só por um instante, me ataque como mar revolto, a nos inundar
Nela, quero me afogar e quem sabe morrer, morrer de amar...
Alguns dias da amputação e eu ainda levo a mão no lugar que eu costumava senti-lo. Também o procuro ao redor...
Nada.
O nome científico é síndrome do membro fantasma, mas popularizaram como saudade. Amigos dizem que foi uma fatalidade, outros dizem que não era pra ser.
Bizarro. Fez parte de mim de forma tão perfeita, tão natural, como uma extensão.
Se abrigou em meu coração como uma quinta válvula.
Como pode nos serrar ao meio e fugir com a minha metade?
Ou será que foi embora sem a própria metade?
Ainda sinto seu movimento. Sinto suas batidas. Mas logo percebo que é só minha memória recordando o passado.
Gostaria de voltar à página que eu amo. Trocaria uma metade pela outra. Talvez a metade que se foi esteja mais confortável de habitar que essa que ficou.
Queria ter tido um sinal, pressentido que seria a última vez. Mas então, me questiono se ter aproveitado mais me faria menos infeliz agora... (?!)
Acho que não.
O amor nos torna um "ególotra" sem cura. Sempre querendo mais daquilo que nos faz se sentir vivo.
