Eu e Voce de Luiz Antonio Gasparetto
Bom dia
Bonde do dia apitou, me chamou e disse para eu me apressar.
Carnaval acabou, o bloco já passou, só deixou a saudade que insiste em ficar.
Dia vai e dia vem num eterno nhe,nhe,nhem... dia sim tô prá cima, dia não tô mais em baixo.
Alegria é um carrinho de brinquedo, de tão simples que ele é mais parece brincadeira.
Mangueira venceu???... poxa o Parreira nem me contou!
Acadêmicos em Sampa????...de qual escola são formados???
Ahhhh sim...faculdade da vida, né!
Então tá, o mundo se agita a com um monte de artista, uns pintam escola, outros pintam o sete e entre tombos e deslizes, a vida segue como carro velho que só pega no tranco (ou depois do último folião).
Bora lá então.
CONFINAMENTO HUMANO
Nesse quadrado de embargo
a liberdade, eu vivo...
Vivo fechado:
Entre muros arames farpados
cerca elétrica, paredes e grades.
Esse confinamento...
Alerta a minha confiança,
nada de mão,
nada de bom dia, boa tarde
Isso é mesmo de doer a felicidade,
magoa os meus planos de viver...
Essa triste aglomeração das cidades.
Antonio Montes
PEDIDO MELEIRO
Garçom...
Eu quero uma mesa no canto
aonde calado eu possa chorar
... O encanto d'essa saudade.
Quero enxugar meu sentimento
em silencio com meu mundo
fundado em minas verdades.
Garçom...
Aquela mesa afastada
para lá eu esconder as lagrimas
perdidas pela minha amada.
Relembrar com recordação
do tempo em que meu amor
viveu intenção paixão.
Antonio Montes
LAGRIMAS D'ÁGUA
Eu choro as minhas lagrimas
que ninguém pode chorar
lagrimas atiradas aos ventos
para no chão se acabar.
São lagrimas desse meu eu,
imposto d'elas, não pagarei
se pagasse o mundo era breu
sem chorar, não sei, não sei.
Lagrimas que são empurradas
pelos sentimentos internos
elas aparecem do nada
movendo céus, e infernos.
Eu choro as minhas lagrimas
para aliviar a grande dor
lagrimas que sonhos afaga
lagrimas pelo grande amor.
Antonio Montes
CAÓTISMO DO MUNDO
Aqui, nesse apartamento,
... Do meu olhar eu vejo...
A lua com vidros
a rua com tiros
a paz, perambulando pela guerra
E os clamores, dos olhares de socorro
não são mais vistos, diante da clemência
... É pena, que todos querem amor
mas, nunca aprenderam a dá-lo.
Aqui desse meu olhar eu vejo...
A ganância todavia espojada
na cadeira do impero
a insaciável caneca dos desejos
do comando humano... Todavia seca
... Vejo lagrimas de sofrimentos,
escorridas pelos rostos dos inocentes
a esperança no caminho do mundo
a debater-se pelo suspiro do amanhã.
Aqui nesse apartamento
... Do meu olhar, eu vejo...
Os livros do mundo lidos, mas
seus ensinos, nunca foram seguidos
A coerência subjugada pelas correntes
da inconsequência,
a curiosidade sendo levada
pelos trilhos, dos perigos
as feiras dos ensinos vendendo
todo tipo de crença, e todas as
crenças, ludibriando a inocência.
Antonio Montes 13/03/17
ALEM DA QUINZENA
Hoje é dia dezesseis do mês
Eu sei... Já passou do meio
estrondou a minha vez.
Esta caindo um toro tenso
Agregando enxurrada
e transbordando poentes
Infligindo sentimentos.
Com o rio cheio...
Não tem como ir ao correio
que fica lá do outro lado
no sopé d'aquele monte.
Antonio Montes
NA CORAGEM
Brincando de gigante
Eu me perco, diante da coragem
No beco, quem sabe?
Tremendo... Um vulto?
Pode ser uma visagem!
Existe um aviso, perigo!
Faça o que lhe digo
Não ouça e castigo!
E então?
Salgando os costumes da vida
O viver sobre o tempo
Um chorar no sentimento
Alento... Partida.
Antonio Montes
MEU CAMARADA
Oh meu camarada!
Eu vendi todos os meus garrotes
Já comprei o meu passaporte
Vou meter os meus pés na estrada.
Ser feliz nessa jornada
Não se importe
Apenas porte
Se comporte
Eu sou forte
Vou conhecer o sul
Eu vou conhecer o norte.
Se me der na teia
Vou correndo
Vou de trote
Ah... Eu ia me esquecendo
Não é que eu comprei
Duas pernas de garrote!
KKKKK E não vou fazer geleia...
Não é mocotó!
Eu vou fazer estilingue!
Atirar pedra no mundo
Sem pena nem dó
Isso não é nó.
Talvez eu derrube uma estrela
Lá do céu
Uma estrela linda! Mais que flor
Brilhante com seu pó cintilante
Só para dá-la ao meu amor
Rô, rô, rô.
Antonio Montes
Desde que eu me lembre, milhares de planos foram sendo destruídos, milhares de histórias feitas/prontas foram sendo eliminadas, uma a uma, de modo que fosse como que se quer existiram. Foram planos lindos, para uma vida toda, e eis que vem a palavra "foram", milhares de vezes.
Me pego perdido nos meus próprios pensamentos, afundado no mar de solidão que é a vida. A "depressão" tem um nível tão elevado, capaz de se encostar em outra galáxia, e ao mesmo tempo tão forte, capaz de segurar até mesmo todo o universo. Eis que a solução da perdição total, toma conta da minha mente... Eu me deixo de me conter se eu me der um fim ? Se eu não for mais gente ? Gotas de sangue mancham toda minha história, que infelizmente não tem um final feliz. Mas, ainda bem que acordo assustado, já é dia, o pesadelo se foi.. pena que todo dia, é essa mesma agonia. Agonia é essa que me mutila e que eu caio no chão, pois parece muito que é de verdade. Então, choro, e ainda me pergunto, 'Por que no mundo tem tanta maldade ?'
CABOCLO
Eu sou caboclo,
e o meu feijão de toco...
com nó nas quatro pontas
Eu carrego para o terreiro.
No lençol todo bordado
com suor dos quatro lados
e bato as vagens no cambal.
Peneiro grãos com a peneira
ou com prato jogados aos ventos
e a tarde no fim da caseira
na cadeira, eu me assento.
Ali refaço meus planos
viajando em pensamentos
eu sinto o vento na área
com a felicidade por dentro.
Antonio Montes
ENLAÇO
Eu me enleio
e me entorno em arrepios,
nesse arreio...
Duas taças ao meio
rebuliços nos entremeios
de dois seios...
Eis aqui,
os desejos
do alheio.
Antonio Montes
Duarte - Pai, sabes que os teus abraços duram um dia.
Eu - Então porquê filho?
Duarte - Quando tenho frio e tu me abraças fico todo o dia quentinho.
É tão bom ouvir isto não é?
MOMENTO DOCE
Contigo:
Eu queria um momento doce...
Para me lambuza em seu desenho,
me delirar em seu rascunho
e demarcar o tempo...
Com gemidos, e alucinações
dos ardentes desejos.
Antonio Montes
QUADRO DA MINHA JANELA
Diante da minha janela aberta
eu vejo olhos, olhares...
Jardins cheio de flores,
dia completos, horas certas
vejo, seu olhar que me olha
permeando-me seu ar, com amores.
Vejo beija-flores pairando sob ar
como se fosse helicóptero, voando e...
Revoando, em volta da felicidade
vejo acesas, as estrelas das cidades,
movidas pela alta camada de eletricidade.
Da fresta da minha janela...
Eu olho, e vejo, você como se fosse,
um diadema colorido, ou...
O totem da minha futura alegria...
vejo, todo o amor que ronda, a magia...
Permanentemente o fluxo
de todos os meus, queridos dias.
Do quadro da minha janela
eu vejo o quadrado do mundo redondo
o luar de prata em noite harmônica
raios de sol sob o alvorecer...
Vejo tudo, vejo o fundo do fundo!
de tudo aquilo que você...
Possa me oferecer.
No quadro da minha janela...
Tem um olhar para arandela
para ela, para aquela
que um dia pode ser rainha dos meus dias
ou flor das flores...
Minha, singela cinderela.
Antonio Montes
TRÁGICO VOAR
Vou ingerir e infligir
vou me esbaldar, eu vou p'ro ar...
Vou chapar n'essa chapada
em horizonte de chuvisco
cambaleios, nunca visto.
Eu vou chapar, eu vou chapar...
Com meu chápisco, meu belisco
sim! Eu tropico, quando trisco
corro risco pelo risco
depois caio no meu cisco.
É nesse circo que sempre fico,
bom, não é...
Mas, te indico como pacífico
e no primeiro bico...
Com tantas águas, nas deságuas
é tudo seu, somente seu
o seu fim sísmico.
Depois na hora do seu adeus
o que adianta, gritar velei-me...
Valei-me meu Jesus Cristo.
Antonio Montes
INGNÁVIA
Vocês que já viram tanto!
Esperem até verem, aquele menino que eu vi...
De alpargatas, vestes rasgadas, todo sujo,
tomar banho... Até queria
mas... Nunca encontrava água,
alem, do chafariz.
Um dia aquela mulher, toda saia,
rodada em seus sentimentos
passou pelo reduto, d'aquele menino
o medo expelia n'aquele breve momento...
A fome, esticou a mão do pedinte...
'Dai-me um pão, apenas um pão'
para que eu possa, burla a minha fome
que da forma que me vem...
Muito breve ela me atalha,
e eu assim... nunca! Nunca conseguirei,
chegar a ser homem.
A mulher, por ser pedida
e com medo todo d'aquela vida
tremia n'aquela avenida...
O menino por sentir-se frágil
e com a fome em espantalho
tremia em seu medo 'no medo
de nunca conseguir ser grande.
O medo ali, espalhava-se...
Nos olhares,
nos passos sob a multidão
na aglomerações dos ônibus
e no, estiramento das mãos.
Tudo era medo n'aquela cidade
até mesmo a vaidade...
Sorria com medo de um dia,
minguar, e ficar mesquinha.
O medo, estampava-se...
Nos sentimentos das autoridades
nos amores dos namorados
nas intensidades dos telhados
e pelas ruas dos bairros alagados.
Pela noite de blecaute, medo
... Medo pelas sombras das calçadas
pelas portas abertas das casas
e pelos contos falsos das fadas.
Era medo em cada esquina
em cada quina em cada rima
nas ordens dadas de cima
e medo por ser, menina.
O medo cresceu ficou bruto
passeava pelos viadutos
pelas pontes e pelas placas
e pelas caixas de papelão.
O medo ficou de ressaca
se deitou na classe alta
e foi tremer o coração.
Antes o medo era pobre
aumentou como se fosse preço
e tomou conta da nação.
Agora todos estão com medo...
O mundo, não tem mais segredo
e o povo, não é mais irmão.
Antonio Montes
LEIO ENLEIO
Leiam, leiam!
Eles lêem...
Eu leio o alheio...
A encomenda do correio
os enleios do meu EMAIL
o velho com meu hashtag
o link dom meus selfs
o meio que me deixa cheio
que me seque, que me segue.
Eu leio... A hora do agora
no tempo que me apavora
o momento de ir embora
a velha cola, da escola
o minuto do decola
e os últimos segundos da bola.
Antonio Montes
DIA DE FRIO
No dia de frio...
Eu parei para ver o rio
o rio se quer parou
lavei o rosto nas águas
as águas não me lavou.
Depois visualizei a onda
que as ondas de mim levou
na mansidão do remanso
nos trilhos do meu tamanco
nos polens da minha flor.
No dia de frio...
eu contemplei o estio
no intimo do meu tremor
os passos de todos os trilhos
os descarrilhos dos meus trilhos
e os abraços de todo amor.
Em dia de frio...
Ai, ai meu senhor!
Quantas vidas pelas ruas
que morre no treme, treme...
Com frio que vai no osso,
e um amor todo insosso
que almas por ele geme.
Antonio Montes
REZA DE OUVIDO
Rezar eu rezo...
Todavia tenho rezado muito
... Rezando tantas rezas!
Tornei-me um ser rezador
e rezo sempre para o meu santo
que ele reze para meu encanto
e eu, aprenda a rezar pelo o amor.
Eu vou rezar com toda calma
para um santo menos atrevido
para que ele não, engasgue com a reza
desse mundo todo perdido...
E que não seja pervertido
e ouça o povo todo rezando...
Aquela reza do pé do ouvido.
Antonio Montes
SALA E AULA
Na sala de aula
eu ouço a fala...
A fala que fala
e embala sob sala
estrondando o silencio
que a tempo se cala.
Na sala de aula
a fala embala
com expressão da cara
parecendo um carma
que o mundo resvala
em sala de aula.
Antonio Montes
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