Estar em dois Lugares ao Mesmo Tempo
(...) Enfim: que mais restava aqueles dois senão, pouco a pouco, se aproximarem, se conhecerem, se misturarem? Pois foi o que aconteceu.
Tão lentamente que mal perceberam.
É incômodo ser dois: eu para mim e eu para os outros.
Numa terra distante havia dois jardineiros: um alegre e otimista, outro ranzinza e pessimista.
O ranzinza tinha a melhor terra, o melhor adubo, e as mudas das mais belas plantas.
O alegre tinha um terreno árido, um adubo pobre, e plantas não muito vistosas.
Ao amanhecer o dia, o ranzinza já chegava no jardim a reclamar. Ah, aquela folha secou! Aquela outra flor despedaçou. Esta planta cresceu demais! Esta outra cresceu de menos. E era um resmungar sem fim enquanto ele trabalhava, porque onde quer que ele olhasse, encontrava defeitos em seu jardim.
Já o alegre chegava no jardim sorridente, e ainda que não encontrasse uma realidade de sonho, cumprimentava suas plantas com um sorriso largo no rosto e um animado 'bom dia!'. E enquanto ele trabalhava, assobiava, cantarolava, acariciava suas plantas, e mesmo que elas não estivessem tão bonitas, ele não cansava de elogiar: 'como vocês estão lindas!'
E depois de algum tempo, as plantas do jardineiro ranzinza estavam secas ou murchas e tristes, enquanto que as do jardineiro alegre estavam formosas, alegres e perfumadas.
E a quem quer que perguntasse ao jardineiro alegre, afinal, qual era o seu segredo, já que ele não tinha bom adubo, nem boa terra, nem mudas de belas plantas, ele simplesmente respondia: 'bons olhos... o segredo é ter bons olhos.'
Nós dois sabemos que estamos à soleira de uma porta aberta a uma vida nova. É a porta, Lóri. E sabemos que só a morte de um de nós há de nos separar. Não, Lóri, não vai ser uma vida fácil. Mas é uma vida nova.
Há dois tipos de perguntas. Uma que precisa ser respondida e outra precisa ser vivida. Há perguntas práticas e perguntas existenciais. Perguntas práticas se contextualizam no horizonte da objetividade. Perguntas existenciais não provocam respostas imediatas. Viver é uma forma de respondê-las. É maravilhoso conviver com elas...
Gênesis 19
Sodoma e Gomorra destruídas
1 Os dois anjos chegaram a Sodoma ao anoitecer, e Ló estava sentado à porta da cidade. Quando os avistou, levantou-se e foi recebê-los. Prostrou-se com o rosto em terra
2 e disse: "Meus senhores, por favor, acompanhem-me à casa do seu servo. Lá poderão lavar os pés, passar a noite e, pela manhã, seguir caminho".
"Não, passaremos a noite na praça", responderam.
3 Mas ele insistiu tanto com eles que, finalmente, o acompanharam e entraram em sua casa. Ló mandou preparar-lhes uma refeição e assar pão sem fermento, e eles comeram.
4 Ainda não tinham ido deitar-se, quando todos os homens de toda parte da cidade de Sodoma, dos mais jovens aos mais velhos, cercaram a casa.5 Chamaram Ló e lhe disseram: "Onde estão os homens que vieram à sua casa esta noite? Traga-os para nós aqui fora para que tenhamos relações com eles".
6 Ló saiu da casa, fechou a porta atrás de si
7 e lhes disse: "Não, meus amigos! Não façam essa perversidade!
8 Olhem, tenho duas filhas que ainda são virgens. Vou trazê-las para que vocês façam com elas o que bem entenderem. Mas não façam nada a estes homens, porque se acham debaixo da proteção do meu teto".
9 "Saia da frente!", gritaram. E disseram: "Este homem chegou aqui como estrangeiro, e agora quer ser o juiz! Faremos a você pior do que a eles". Então empurraram Ló com violência e avançaram para arrombar a porta.
10 Nisso, os dois visitantes agarraram Ló, puxaram-no para dentro e fecharam a porta.
11 Depois feriram de cegueira os homens que estavam à porta da casa, dos mais jovens aos mais velhos, de maneira que não conseguiam encontrar a porta.
12 Os dois homens perguntaram a Ló: "Você tem mais alguém na cidade - genros, filhos ou filhas, ou qualquer outro parente? Tire-os daqui,
13 porque estamos para destruir este lugar. As acusações feitas ao Senhor contra este povo são tantas que ele nos enviou para destruir a cidade".
14 Então Ló foi falar com seus genros, os quais iam casar-se com suas filhas, e lhes disse: "Saiam imediatamente deste lugar, porque o Senhor está para destruir a cidade!" Mas pensaram que ele estava brincando.
15 Ao raiar do dia, os anjos insistiam com Ló, dizendo: "Depressa! Leve daqui sua mulher e suas duas filhas, ou vocês também serão mortos quando a cidade for castigada".
16 Tendo ele hesitado, os homens o agarraram pela mão, como também a mulher e as duas filhas, e os tiraram dali à força e os deixaram fora da cidade, porque o Senhor teve misericórdia deles.
17 Assim que os tiraram da cidade, um deles disse a Ló: "Fuja por amor à vida! Não olhe para trás e não pare em lugar nenhum da planície! Fuja para as montanhas, ou você será morto!"
18 Ló, porém, lhes disse: "Não, meu senhor!
19 Seu servo foi favorecido por sua benevolência, pois o senhor foi bondoso comigo, poupando-me a vida. Não posso fugir para as montanhas, senão esta calamidade cairá sobre mim, e morrerei.
20 Aqui perto há uma cidade pequena. Está tão próxima que dá para correr até lá. Deixe-me ir para lá! Mesmo sendo tão pequena, lá estarei a salvo".
21 "Está bem", respondeu ele. "Também lhe atenderei esse pedido; não destruirei a cidade da qual você fala.
22 Fuja depressa, porque nada poderei fazer enquanto você não chegar lá". Por isso a cidade foi chamada Zoar.
23 Quando Ló chegou a Zoar, o sol já havia nascido sobre a terra.
24 Então o Senhor, o próprio Senhor, fez chover do céu fogo e enxofre sobre Sodoma e Gomorra.
25 Assim ele destruiu aquelas cidades e toda a planície, com todos os habitantes das cidades e a vegetação.
26 Mas a mulher de Ló olhou para trás e se transformou numa coluna de sal.
27 Na manhã seguinte, Abraão se levantou e voltou ao lugar onde tinha estado diante do Senhor.
28 E olhou para Sodoma e Gomorra, para toda a planície, e viu uma densa fumaça subindo da terra, como fumaça de uma fornalha.
29 Quando Deus arrasou as cidades da planície, lembrou-se de Abraão e tirou Ló do meio da catástrofe que destruiu as cidades onde Ló vivia.
Lot e as suas filhas
30 Ló partiu de Zoar com suas duas filhas e passou a viver nas montanhas, porque tinha medo de permanecer em Zoar. Ele e suas duas filhas ficaram morando numa caverna.
31 Um dia, a filha mais velha disse à mais jovem: "Nosso pai já está velho, e não há homens nas redondezas que nos possuam, segundo o costume de toda a terra.
32 Vamos dar vinho a nosso pai e então nos deitaremos com ele para preservar a sua linhagem".
33 Naquela noite, deram vinho ao pai, e a filha mais velha entrou e se deitou com ele. E ele não percebeu quando ela se deitou nem quando se levantou.
34 No dia seguinte a filha mais velha disse à mais nova: "Ontem à noite deitei-me com meu pai. Vamos dar-lhe vinho também esta noite, e você se deitará com ele, para que preservemos a linhagem de nosso pai".
35 Então, outra vez deram vinho ao pai naquela noite, e a mais nova foi e se deitou com ele. E ele não percebeu quando ela se deitou nem quando se levantou.
36 Assim, as duas filhas de Ló engravidaram do próprio pai.
37 A mais velha teve um filho e deu-lhe o nome de Moabe; este é o pai dos moabitas de hoje.
38 A mais nova também teve um filho e deu-lhe o nome de Ben-Ami; este é o pai dos amonitas de hoje.
Setenta e dois espíritos tocarão suas trombetas
Anunciando que A Morte virá no vigésimo dia
Quando a grande serpente de fogo virá dos céus
Para destruir e renovar
Moscou, Denver, Califórnia, Culiacanm, León, XXVI
12/08/2011
Você não me entende porquê você nos divide em dois: eu e você. Não existe divisão. Eu não sou só eu. Eu sou também você (...).
Não-palavras e não-ações, porque o silêncio e a imobilidade foram dois dos jeitos menos dolorosos que encontrei, naquele tempo, para ocupar meus dias.
Meus olhos são dois velhos pobrezinhos. Perdidos pelas noites invernosas. Abertos sonham mãos cariciosas. Tuas mãos doces, plenas de carinhos.
(…) Pode fazer um pedido. Ou três. Sempre faço. Quando são três, em geral, esqueço dois. Um nunca esqueci. Um sempre pedi: amor.
Sabe o que eu sinto? Tem duas coisas me puxando, dois tipos de vida — e eu não quero nenhum deles. Quero um terceiro, o meu.
Assim éramos nós obscuradamente dois, nenhum de nós sabendo bem se o outro não era ele-próprio, se o incerto outro viveria...
Sem Ana
Quando Ana me deixou - essa frase ficou na minha cabeça, de dois jeitos - e depois que Ana me deixou. Sei que não é exatamente uma frase, só um começo de frase, mas foi o que ficou na minha cabeça. Eu pensava assim: quando Ana me deixou - e essa não-continuação era a única espécie de não continuação que vinha. Entre aquele quando e aquele depois, não havia nada mais na minha cabeça nem na minha vida além do espaço em branco deixado pela ausência de Ana, embora eu pudesse preenchê-lo - esse espaço branco sem Ana - de muitas formas, tantas quantas quisesse, com palavras ou ações. Ou não-palavras e não-ações, porque o silêncio e a imobilidade foram dois dos jeitos menos dolorosos que encontrei, naquele tempo, para ocupar meus dias, meu apartamento, minha cama, meus passeios, meus jantares, meus pensamentos, minhas trepadas e todas essas outras coisas que formam uma vida com ou sem alguém como Ana dentro dela.
Numa cidadezinha perdida, dois malditos que se reconhecem nem que seja necessário sequer falar sobre isso. Uma cumplicidade muda, e tão secreta que, penso, talvez você nunca tenha percebido. Na minha memória - já tão congestionada - e no meu coração - tão cheio de marcas e poços - você ocupa um dos lugares mais bonitos.
A Maçã
Se esse amor
Ficar entre nós dois
Vai ser tão pobre amor
Vai se gastar...
Se eu te amo e tu me amas
Um amor a dois profana
O amor de todos os mortais
Porque quem gosta de maçã
Irá gostar de todas
Porque todas são iguais...
Se eu te amo e tu me amas
E outro vem quando tu chamas
Como poderei te condenar
Infinita tua beleza
Como podes ficar presa
Que nem santa num altar...
Quando eu te escolhi
Para morar junto de mim
Eu quis ser tua alma
Ter seu corpo, tudo enfim
Mas compreendi
Que além de dois existem mais...
Amor só dura em liberdade
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