Espaço
A dúvida é uma ladra silenciosa, não lhe entregue seu espaço, ocupe-o hoje com a firmeza inegociável da sua atitude.
A transformação é um ato violento de amor-próprio, que destrói o que é velho para dar espaço ao que é novo.
O pior dos vazios é aquele preenchido por distrações, onde a alma não tem espaço para respirar a sua própria dor.
As perdas ensinam a geometria do meu próprio espaço. Depois de cada saída, sobra um contorno novo do que sou. Desenho com cuidado as margens que restaram do mapa. E percebo que a estrada que me falta é também caminho. Perder é reformar a casa onde ainda cabe silêncio e canto.
A compaixão começa por medir menos e escutar mais. Quando menos julgo, sobra espaço para entendimento. E entender o outro é uma forma mansa de amar. Não curei ninguém, mas aliviei passos quando me foi pedido. A compaixão chega sem forma e sempre sem roteiro.
O amor verdadeiro não sufoca, ele expande, ele abre espaço dentro do peito, e transforma feridas em
janelas, quem ama cura.
Cada perda que vivi abriu espaço para algo maior, às vezes maior dor, às vezes maior luz, mas sempre algo que me transformou, sou feito de recomeços obrigatórios, e sou grato por todos eles.
O medo é o hóspede temporário que bate à porta, sempre tentando ocupar um espaço que não lhe pertence por direito, a coragem é o motor a combustão que você aciona, a única força capaz de lançá-lo para além do horizonte ilusório do terror.
Não há espaço para lágrimas, porque esta partida não é perda.
Não há necessidade de despedida, porque o caminho não se encerra aqui.
O motivo é simples e poderoso: a jornada é necessária.
Cada ida carrega consigo a promessa do retorno.
Cada ausência abre espaço para o reencontro.
O motivo não é o fim, mas o ciclo — o movimento que nos ensina que nada é definitivo.
Não é fuga, não é abandono.
É apenas o passo que precisa ser dado, a travessia que fortalece, a distância que revela o valor da presença.
Antes que o sol se esconda, o motivo se cumprirá:
o retorno será certo, e o que parecia ausência será um intervalo antes da volta.
No céu não haverá espaço reservado para arminianos ou tão pouco para calvinistas. Lá, todo preto é branco e todo branco é preto; todo mundo é igual.
De que vale a vaidade, se no caixão não há espaço para tantas extravagâncias?
Pra que tanta ambição e avareza, se no caixão não existe cofre nem gaveta para guardar os bens acumulados por toda uma vida?
A arrogância, a ignorância e a brutalidade podem dominar este lado da existência, mas do outro lado reinam o vazio e o silêncio — e eles não vivem em guerra.
Vaidade. Ambição. Luxúria. Orgulho. Ignorância. Fiação frágil que se desfaz por aqui.
A riqueza pode alcançar os cantos mais distantes da terra, mas quando a morte chega, nem a roupa do sepultamento será escolhida por quem partiu.
Tudo é empréstimo por pouco tempo.
O corpo será devolvido ao pó.
O espírito retorna ao Criador.
Porque, no fim, nada nos pertence — tudo é de Deus.
A morte não foi negada; foi vencida no espaço e no tempo. O cristianismo não venera uma sepultura, mas proclama uma ausência: "Ele não está aqui".
Limites são linhas imaginarias que criamos em nossa mente, demarcando o espaço e o caminho, aonde nos é permitido ir com segurança. Os limites são meras e falsas direções e afirmações equivocadas celebrais. Afinal não existem seguranças exatas nos percursos e muito menos a estabilização de nossas capacidades nem para menos e muito menos para muito mais. Cada um opta onde quer chegar, só diante os primeiros passos da caminhada.
A liberdade mental é o espaço onde a alma respira sem limites, onde cada pensamento é uma semente de transformação, capaz de criar a realidade que desejamos.
