Escritor
O heroísmo me levou a um cortiço,
Afastado, mal localizado, onde me entoco.
Pago aluguel do buraco,
Prestes a ser interditado,
Saio ou serei despejado.
Recebo um salário mirrado,
Similar a infiltração na parede de onde esquivo.
Deleito-me nos passeios de coletivo.
O contrário de deslumbrante,
Até que seria um título instigante:
“O mito que o mundo não conheceu”
Ele não viveu feliz para sempre, mas viveu.
O Mito que o Mundo não Conheceu
No fundo ainda sou aquele garoto,
Que sonhava em ser herói,
Salvar a ninfa, abater o nefasto,
Um garoto com um hobby que não dói.
Entretanto, a ninfa não me quis,
Mas ainda nos trombamos,
Nossos olhos se fitam, ela diz:
Como vão os seus planos ?
Respondo: vão bem e vós ?
Completa: eu também.
A isso se resume o veloz
Contato apaixonante que a gente tem.
Sou o sapo que não foi beijado,
Um sapo desencantado.
Já o nefasto, subestimei-o;
Se promoveu e saiu.
Quando foi transferido
Do departamento, gargalhou e riu.
Encerrou-se aí o grande confronto.
O heroísmo me levou a um cortiço,
Afastado, mal localizado, onde me entoco.
Pago aluguel do buraco,
Prestes a ser interditado,
Saio ou serei despejado.
Recebo um salário mirrado,
Similar a infiltração na parede de onde esquivo.
Deleito-me nos passeios de coletivo.
O contrário de deslumbrante,
Até que seria um título instigante:
“O mito que o mundo não conheceu”
Ele não viveu feliz para sempre, mas viveu.
Votos (meus)
Fax tanto tempo que não envio nem recebo (desejos),
Solamente cartões postais de natal, ano novo,
Lembrançinhas douradas, prateadas, de latão,
Delatam à fossa a nossa e a vossa importância.
Ocasiões especiais e comemorativas,
Mensagens automáticas, instantaneamente emotivas,
Os mesmos dizeres, as mesmas paisagens,
Os mesmos parentes que não se parecem conosco,
Cuja distância sagrada e divina nos distancia.
Honestamente em desuso caminha a honestidade.
Os mesmos votos (meus): Paz, saúde e felicidade,
A tríade que em hipótese nenhuma alcançaremos,
É o que desejo-lhe.
Observações
O moço observava rapazes,
O pai do moço observava ninfetas,
A mãe do moço observava vitrines;
Fingindo que nada observavam, Continuavam a observar.
Enquanto eu os observava,
Fazendo minhas próprias observações.
Sete é um número forte,
Fui ele durante as chamadas;
A Professora lia, eu respondia presente,
Me chamava atenção suas requebradas.
Sedução adolescente ou recordação recortada,
Recordo os apelidos e palmas nas conclusões,
Lembro antes das palmadas pelas malcriações.
Senhorita apalpada atrás da sala, colo e acolá.
Aprendizados presos aos costumes,
Acostumado com repreensões.
Abandonado por falta de ciúmes,
Quem compreende compulsões ?
Nicotina pra quem não fuma,
Barulho pros que dormem,
Trânsito pra quem apressa,
Obediência na desordem.
Meramente Mafuá
Sete é um número forte,
Fui ele durante as chamadas;
A Professora lia, eu respondia presente,
Me chamava atenção suas requebradas.
Sedução adolescente ou recordação recortada,
Recordo os apelidos e palmas nas conclusões,
Lembro antes das palmadas pelas malcriações.
Senhorita apalpada atrás da sala, colo e acolá.
Aprendizados presos aos costumes,
Acostumado com repreensões.
Abandonado por falta de ciúmes,
Quem compreende compulsões ?
Obrigado ao constrangimento,
Sou grato pelas humilhações;
A difícil fase, face ao descontentamento,
Cria e resolve as perseguições.
E criará...
Nicotina pra quem não fuma,
Barulho pros que dormem,
Trânsito pra quem apressa,
Obediência na desordem.
Fartura sem fortuna,
Firula sem fratura,
Conferindo o ferro que fere,
Ferindo a fé que confere.
Confete é o que há,
Só o que há.
Sol que arde há.
Meramente Mafuá.
Tem aqueles que pisam nos outros,
Tem os que são pisados por outros,
Tem aqueles que apontam quem pisa,
Tem os que não pensam e pisam.
Aqueles que pensam em pisar,
Tem os que pisando pisoteiam.
Entre uma pisada e outra,
Tu leva um pisão.
E os pisoteados que não pretendem pisar
Mas já pisados de imediato pisam.
E o que mais pisou não mais pisa,
Não precisa, já que todos têm ao menos
Uma chance de pisotear e pisoteiam.
Por fim, acerca dos que pisam, pisaram e pisarão
Sendo que (nem) todos têm o que lhe convém,
Entre uma pisada e outra,
Tu leva um pisão.
Hierarquia das Pisadas
Tem aqueles que pisam nos outros,
Tem os que são pisados por outros,
Tem aqueles que apontam quem pisa,
Tem os que não pensam e pisam.
Aqueles que pensam em pisar,
Tem os que pisando pisoteiam.
Entre uma pisada e outra,
Tu leva um pisão.
E os pisoteados que não pretendem pisar
Mas já pisados de imediato pisam.
E o que mais pisou não mais pisa,
Não precisa, já que todos têm ao menos
Uma chance de pisotear e pisoteiam.
Por fim, acerca dos que pisam, pisaram e pisarão
Sendo que (nem) todos têm o que lhe convém,
Entre uma pisada e outra,
Tu leva um pisão.
Quem se apega ao passado, fica preso a ele, não consegue viver o presente e não abre caminhos para o futuro.
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