Escritor
Deslocando-se suavemente,
Abastecida de parcimônia,
Timidamente determinada,
Convictamente relutante.
Nossos rótulos rudimentares, arcaicos,
Protegem-nos deste relevo futurista,
Onde as tendências fracassaram suntuosamente.
No consciente coletivo,
Caminha o acomodado consumista,
Monstruoso decrépito egoísta,
Enclausurado pelo protótipo cosmopolita.
Retrógrados, ultrapassados,
Sobrevivendo da armadura autista,
O severo retrocesso anacrônico,
No espírito fraterno do anarquista.
Seres rebeldes de uma causa delirante,
Na proa atracada descarregando enlaces,
Amotinados na embarcação extravagante,
Ancorei a inspiração nas maçãs de tua face.
Sabe? Acho que vou usar o número 15 como o meu número da sorte. Pois além de ser o número da data do meu aniversário, 15 de março, é também a data de nascimento do meu escritor favorito, Ganymédes José, 15 de maio.
Tratado Silencioso acerca de todo Ruído
Convencidos de que o melhor
Nunca foi tão bom,
Mesmo no auge os descuidos,
Firmaram honesta empatia.
Rompemos a crosta rupestre,
Langorosos e mortificados,
Afogados na vã companhia,
Milênios nesta quarentena.
Se abandonarmos nossa integridade,
Para alcançar algum objetivo,
Objetivo algum terá valido a pena.
Vivemos sugando os acervos,
Direções que confundem os nervos,
Afogados na estiagem sedenta.
Sufocante intuição perdigueira,
Lúcidos nos damos conta,
Os melhores momentos vividos,
Projetaram-se em meio à tormenta.
Vivemos de um jeito ou de outro,
Aceitando ser subtraídos,
Novos terços na velha novena.
Quadrilheiros, vagados, perdidos,
Libertinos, guerreiros lascivos,
Por milênios nesta quarentena.
Somos puritanos vencidos,
Infames, reles bandidos,
Monarcas do amor e do mundo,
Românticos desconhecidos.
Convencidos de que o melhor
Nunca foi tão bom,
Mesmo no auge os descuidos,
Firmaram honesta empatia.
Rompemos a crosta rupestre,
Langorosos e mortificados,
Afogados na vã companhia,
Milênios nesta quarentena.
Somos puritanos vencidos,
Infames, reles bandidos,
Monarcas do amor e do mundo,
Românticos desconhecidos.
