Escritor
Escritores
Escutei que hoje é dia do escritor:
daqueles antigos, eternos,
novos, modernos...
todos.
Tem escritor que escreve pouco,
mas com algumas palavras
já diz muito.
Tem outros que escrevem torto,
mas de um jeito cativante
e louco.
É bom mesmo brincar com as palavras.
Tem escritor que escreve bilhete em guardanapo,
mas fica com vergonha e esconde os versos
embaixo do prato.
Tem escritor que é amigo,
cada palavra tem um tom
de conforto e abraço.
Tem escritor que está ainda por vir,
ainda lendo alguns textos
que o motivará a escrever e depois sorrir.
Tem escritor que escreve e nem percebe
que em 140 caracteres todo dia diz o que quer
e alcança homens e mulheres.
Tem escritor por todo o canto,
tem escritor eternizado
e também os desvalorizados.
Tem dias em que ninguém se lembra dos escritores,
assistem sempre nas novelas os atores,
admiram, mas se esquecem dos autores.
Em cada esquina
há um escritor oculto:
na esquina da padaria,
da pracinha
e até num rabisco no muro.
Aqui vai o meu obrigada...
A cada poeta
que com algo bom nos presenteou.
A todos escritores
que as palavras conheci.
E é claro, quero registrar aqui
os meus singelos parabéns
a cada leitor,
que faz despertar milhões de sentimentos
no coração de um escritor.
O Escritor
Eu poderia na ousadia de minhas palavras descrever o que penso e até mesmo o que eu sou, Mas temo que em minhas varias frases de formalidade querendo ser informal, eu tento apenas me convencer de que mesmo errando algo permanece certo, e isso é complicado de explicar.
Talvez seja algo que não entendo por não tentar, ou por não querer... Se acaso fosse para ser entendido, talvez fosse mais fácil de ser explicado também, e eu, nem eu mesma entendo as indagações, os sentimentos indiretos com seus significados ocultos, para que me seja dado o dom de dicerni-los e explicá-los de forma entendível.
Embora eu sempre tente o fazer, sinto como se fosse incapaz, pois cada tentativa frustrada me mostra que não sei ainda utilizar as palavras da forma que se é necessário, portanto, tenho muito a aprender pra começar a ensinar.
E hoje, posso afirmar que sei mais do que ontem, e menos do que amanhã saberei, mas também entendo que sei o suficiente pra saber que nada sei, e que sou capaz de saber cada dia a mais.
Pois cada segundo que me é dado através dos ponteiros de um relógio são a certeza de novos momentos, de novas possibilidades, novos sonhos, planos e caminhos. Só basta eu estar pronta pra enfrentar as conseqüências que cada ato abrange em si, e pra mim.
E então quem sabe, eu não me sinta mais útil do que agora, em que apenas sentada, escrevo meus pensamentos, sabendo que alguém ira ler, gostar e reescrever em um pequeno pedaço de papel, e logo mais esquecerá o nome da autora, mais lembrará das frases que um dia foram recitadas, por que afinal, essas sim se eternizam, mas nós? Infelizmente fazemos parte desse imenso teatro onde somos substituídos a cada nova instancia por um alguém melhor na arte de ser, que eu sou... Sim, um escritor.
Quem diz que a vida de um escritor é fácil; almeje ter seu próprio lápis em mãos, e apenas suas páginas brancas, sem a ideia de um porque. Sendo assim quebre logo sua ponta.
Um escritor romântico nasce com o talento,quanto a mim,a inspiração é meu talento... E minha inspiração é ela ' Dani Ferreira ''
Magister in libris
O escritor é, por definição de sua própria ocupação, do seu próprio fazer, um praticante do magistério. Desempenha essas duas ocupações de maneira tão complementar que é comum observar, em obras literárias, a presença de mestres-personagens. De certa maneira, uma espécie de projeção, em muitos casos. Arnaldo Niskier, por exemplo, é um professor na vocação e um escritor na convicção. Um papel que Gabriela Mistral assumiu, na vida e na arte, com maestria - para usar uma licença poética.
Alguns professores são quase icônicos, na literatura. A professora no magistral conto de Lygia Fagundes Telles, em "Papoulas em feltro negro", por exemplo. Todo o seu caráter e a sua dedicação profissional nos são apresentados pela narradora, perdida nas suas memórias e questionamentos de mocinha insegura. Mas há outra professora, na literatura brasileira, que chama a atenção, principalmente pelo que foi impedida de realizar.
No denso romance "São Bernardo", Graciliano Ramos põe o personagem Paulo Honório a narrar a sua vida em perspectiva. Começou a vida como guia de cego e, à custa de desonestidade e de uma solidão absoluta, torna-se o dono da Fazenda São Bernardo. A obra trata, por vias tortas, de felicidade. Justamente pelo oposto. Paulo Honório é um homem infeliz. A certa altura da vida ele só queria um herdeiro, e acaba escolhendo, para exercer o papel de mãe, a loura professora Madalena. O fazendeiro sombrio imagina poder subjugar Madalena, mas a moça tem os apanágios da profissão: é solidária, humanitária, e caridosa. Ela não concorda com a exploração a que o marido submete os empregados, humilhando-os pela força e pela opressão financeira. Madalena nunca se rendeu à dominação de Paulo Honório, a tal ponto que prefere a morte a colaborar com a posição desumana do marido. Este, no fim da vida, ao lembrar a perda da mulher que amava, mas que não respeitava, diria: "A culpa foi minha, ou antes, a culpa foi desta vida agreste, que me deu uma alma agreste." E isto era o que Madalena, a professora tinha de sobra: alma.
Madalena viveu como professora. E, a despeito de ter sido uma personagem criada em 1934, traz os fundamentos da pedagogia contemporânea. Ensinou pelo exemplo, estudou, buscou, contestou. Superou as vicissitudes pela transcendência simbólica da morte. E deixou legado, mesmo a pessoas que não foram formalmente aprendizes seus. Tanto que, depois de sua morte, os empregados assumem a sua posição revolucionária e vão abandonar Paulo Honório, que enfim enfrenta a decadência, ele que não aprendeu a viver. Não conheceu o prazer de aprender.
Cecília Meirelles, ela também uma professora nos escritos, sintetizou numa frase o pensamento da moderna pedagogia: "Ensinar é acordar a criatura humana dessa espécie de sonambulismo em que tantos se deixam arrastar. Mostrar-lhes a vida em profundidade. Sem pretensão filosófica ou de salvação - mas por uma contemplação poética afetuosa e participante."
E voltamos ao princípio basilar do magistério na literatura. O escritor e o professor trabalham com três premissas: afeto, solidariedade e compreensão. Há muitas formas de desenvolver conhecimento, mas o ato de educar só se dá com afeto, só se completa com amor. A educação se realiza na sala de aula, em casa, na rua, em qualquer lugar onde haja convívio, principalmente quando se consegue fazer a intertextualidade das cenas da vida com as cenas trabalhadas na literatura. Os professores do cotidiano têm desafios enormes. Têm de conhecer a matéria que terão de trabalhar com maestria e inovação. Isto porque o aluno mudou e já não aceita ser a parte passiva da relação ensino-aprendizagem. Os alunos estão mais inquietos e menos concentrados. O desafio, assim, é ser um problematizador, não um facilitador do processo de aprendizagem. Mas, além da nova didática, o professor precisa de outro conhecimento - o conjunto dos sonhos, aspirações, traumas e bloqueios do seu aluno.
O professor disputa com a família desagregada, que não educa e que muitas vezes nem tem essa preocupação. Eis que educar não é fácil; mas é um trabalho que, bem feito, dignifica.
Há premissas indispensáveis que devem ser observadas pelo professor: o aluno não é mau, embora possa ser ou estar disperso ou indisciplinado; o aluno não é uma tabula rasa; o conhecimento é prazeroso. Ele, o professor, é o líder desse processo. Seja nas páginas da literatura, nas ruas ou nas salas de aula deste gigantesco Brasil. Nossa homenagem aos mestres de ontem, de hoje e de sempre. Oxalá o Brasil volte a valorizar seus professores. A geração que virá depois agradece.
(Artigo publicado no Jornal de Letras, edição de novembro de 2007)
Sonhei que era famoso
Sonhei que era famoso,
Compositor, cantor, escritor, ator ou o seja lá o que for,
Tudo que eu dizia tinha classe, tudo que fazia tinha glamour,
Havia fãs, seguidores e admiradores.
E assim acumulava grana e fazia fortuna,
Mulheres aos meus pés e muitos corações partidos
Mas era famoso, isso era bom, mesmo com muito interesse em jogo.
Carrões, iates e hotéis de luxo, nada me faltava,
Por muitas festas eu passava, o pessoal me chamava,
E ainda se precisasse de mais alguma coisa
Meu empresário providenciava.
Foi então que nesta vida de famoso resolvi descansar,
Sem querer acordei do sonho que tive e sofri,
Contas para pagar, a geladeira vazia e a mulher a gritar,
Morar na periferia, carro popular e filhos para cuidar.
Assalto a mão armada, buracos nas calçadas e algumas sandálias estragadas.
O dinheiro não dá, o mês é pouco, vivendo sempre no sufoco,
E eu querendo voltar a sonhar, porque sinceramente meu amigo,
Esta vida de pobre, definitivamente não dá.
O escritor já nasce escritor, cresce escritor e não morre nunca". (Estranhos na noite, romance, 1988)
Sou e não sou escritor. Escritor é todo aquele que já fez uma frase de pura literatura ou imaginou tê-la feito. Entre estes e os consagrados, pouca ou nenhuma diferença existe. Cada frase é o mesmo desafio para todos, e cada livro é um grito suicida do qual nunca se sabe se se salva" (Estranhos na noite, romance, 1988)
O escritor já nasce escritor, cresce escritor e não morre nunca!" (Estranhos na noite, romance, 1988)
O escritor já nasce escritor, cresce escritor e não morre nunca. É uma entidade escorrente. Às vezes, dá a impressão de ser uma folha, um balde, uma borboleta. Mas ele nunca se confunde com as outridades: é o escritor! Não pergunta muito, ele sabe até onde perguntar, porque suas perguntas não se reduzem a perguntas. Não responde tudo, o que não significa que ele minimiza as pessoas. É que ele entende a eficácia que é o silêncio." (Estranhos na noite, romance, 1988)
Como calcular a real importância do escritor? Valeria mais que um padeiro? Que um médico? RECEITAS DE MÃE ROSA. Não, não. O escritor e o idiota são uma coisa só. O mesmo espanto, a mesma confusão de significados." (Estranhos na noite, romance, 1988)
Ser escritor deve ser algo mais que um simples espirrar de palavras. Aliás, tenho algo de escritor: terríveis olheiras, minhas olheiras estão pavorosas. Um jeito esquisito, jeito de anjo ou desesperado. Tenho alguma coisa que é quase ódio, quase orgulho de mim mesmo." (Estranhos na noite, romance, 1988)
Só pode compreender o escritor quem conhece a linguagem da brisa, a textura dos senões e a (im)permeabilidade das palavras. Por isso o escritor ouve muito mais do que fala. E, ao ouvir, e sobretudo ao olhar, ele capta a alma, a essência das pessoas. Percebe o que talvez nem elas próprias saibam: descobre, quantas vezes mesmo sem querer, suas máscaras: entrevê suas hipocrisias, sente seus segredos, perscruta suas misérias." (Corina, 2007)
Não sou poeta , taumpouco filósofo , nem sábio ,nem leigo , nem néscio nem escritor , sou apenas um pensador que expressa sua visão mental e viaja literalmente em seus pensamentos até a você
Nenhum vocalista canta com o intuito de não ter alguém pra ouvir a sua musica, nenhum escritor vai escrever algo se não tem alguém pra lê, com certeza ele guardaria pra ele... nenhum professor quer ensinar uma sala de aula sem ter quem aprender, e nesse ritmo da mesma forma eu não quero e nem vou precisar dizer um sincero "eu te amo" sem ter quem possa me responder a altura!
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