Escrevo
O florescer do Ceboleiro
nos caminhos da vida
sempre que vejo me comove,
Por isso escrevo Versos Intimistas
para ver se você um dia se move,
agora sem muito esforço você
já sabe a razão de tantas poesias.
Se eu quiser escrevo qualquer estilo de poesia. Como eu só tenho compromisso comigo, eu escrevo aquilo que quero e me faz sentir confortável. Não detenho a palavra e tampouco a poesia. Querer ser poetisa absoluta eu considero obsessão. Quem me define como poetisa na verdade é o leitor. A poesia é uma maneira de resistir...
Bougainvillea rosa quase roxo
que espalha magia e cor
ao nosso redor assim como
eu escrevo Versos Intimistas
com muito carinho e amor
em busca das auroras
que me levem fazer parte
especial do seu destino
do jeito que no fundo sei que
você quer o mesmo comigo.
Aurora matutina
que celebra
o Pequiá-amarelo
se parece até
comigo quando
escrevo que
em Versos Intimistas
que te quero
sem nenhum mistério,
Ainda no peito te celebro.
Por que eu escrevo?
Escrevo porque gostaria de gerar nas pessoas a mesma sensação que sinto quando pego um livro para ler,
A sensação de infinito, de ordem, de dedicação, um orgasmo intelectual, a paz das palavras, o infinito de possibilidade do conhecimento condensado em palavras
A sensação de prazer, de aprender com um desconhecido, que não tinha nenhuma ideia que eu existia quando escreveu, mas agora me ensina a existir, nesse breve momento de paz e ordem
Penso, logo existo
Eu, a Caneta e o Vazio
Sempre achei que a razão pela qual escrevo era colocar meus sentimentos em palavras — assim, sem compromisso, sem obrigações. Só para me sentir liberta de algo que talvez eu guarde sozinha, para mim.
As palavras foram a forma que encontrei de não me afogar em sentimentos desorganizados.
Mas hoje está tudo uma bagunça.
Misturei obrigações com minhas poesias.
Gastei palavras demais porque alguém, um dia, me fez acreditar que eu devia essas palavras a ela.
E hoje, me faltam palavras para expressar o que sinto.
Mas eu não julgo — a escolha foi minha.
Hoje, vivo com as consequências.
Consequências da escolha de, um dia, ter colocado alguém acima de mim.
Estou me afogando —
Afogando na insatisfação de minhas frases e textos não superarem minhas expectativas como antes.
Não escrevo o que quero. Escrevo o que penso, o que sou, o que sinto, o que me incomoda ,me faz feliz ou me entristece. O que para alguns não significa nada, algo sempre me prende a atenção .
Então, penso...logo escrevo!
PASSANDO 2
Escrevo diante do cerrado pálido
É setembro, há pó nas venezianas
No pensamento, rubras filigranas
Orlando o sol no horizonte cálido
Na sensação, uma dor doidivanas
De melancolia, que tem hora certa
Misturando tons, emoção e oferta
Desenhando as ilusões cotidianas
Desponta ao longe aquela saudade
Que me faz esquecer do que fazer
Do que pensar. Da minha vontade
Vago inquieto, e vou devaneando
A poesia vazia, sem sabor, prazer
E nos minutos o destino passando
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
21 setembro, 2021 - 09’00” – Araguari, MG
PERMISSÃO
E escrevo assim: alma chamejando em ânsia
no cerrado sob o olhar das rubras alvoradas
e o pensamento a se devanear na distância
do sonho e poética das prosas enamoradas
Da saudade aquele aperto e a sua fragrância
duma ausência, a esplandecer as faltas dadas
de um peito a suspirar a devida importância
e, bem perto do íntimo as ilusões desejadas
E poeto assim: com sussurrantes caligrafias
da noite, do silêncio, das imaginações vazias
que murmuram os sentimentos e sensações
E da flórea poesia, entre fantasia e realidade
o poeta, que se nutre da imaginosa liberdade
da pluralidade, da permissão e das emoções...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23, abril, 2022, 17’36” – Araguari, MG
MINHAS POESIAS
Eu as escrevo tal qual a uma prece
Desfiadas do sentimento ao dispor
Se dando mais que nunca por amor
Ocultas na sensação que as aquece
Eu as deixo na ilusão que enriquece
Ninadas numa emoção a lhe compor
Catadas da existência com tal vigor
No ímpeto da poética que a apetece
Das poesias, sofredoras, mas ditas
Esfoladas no cenário das desditas
Cada qual com a sua tal antologia
Minhas poesias, o sentido exposto
Do âmago desnuando o seu rosto
Ao agrado, numa sede que aprazia...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24 fevereiro, 2022, 15’36” – Araguari, MG
TEU VERSO
Esse meu verso, que escrevo e oferto
Outrora vivido, agora muito saudoso
Que roubei-o da memória, ardentoso
Poético crime e, na inspiração liberto
Busco, contudo, um sentimento certo
Possa nisto servi-me de maravilhoso
Instante, não aquele receio malicioso
Se, recordar, for dum agrado coberto
Porém, dizer-te, eu te amo! Quisera
Fosse apenas na sua forma sincera
O que foi, naquele momento imerso
Em cada trova a deferência rimando
Possa, pando de paz, assim, doando
O meu verso pra que seja teu verso!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
11 junho, 2023, 14’32” – Araguari, MG
Escrevo como quem desossa a própria alma diante do espelho —
e oferece cada osso como uma forma de renascimento.
E.mail
Escrevo-te este e.mail simples, amor meu
Porque hoje acordei com saudades tuas
Nas entrelinhas um pouco do poeta plebeu
E muito de minha alma em versos ingênuos
Para dizer-te de emoção
Cantar-te o quão forte continuas
Na minha vida, no meu coração
Que queria ouvir de ti novamente:
-meu bem
Mesmo que por ligação
Pois você é amor que detém
Que domina a razão
Só você faz o meu poetar ir além
Portanto seja novamente parte desta canção.
Assinado, este que do teu amor é refém.
SONETOS PERVERSOS
Enquanto escrevo meus silêncios, mastigo
as angústias que esmoam os meus versos
desnudando cada face dos meus anversos
em espavento diversos e um tanto ambíguo
Traz paz e inquietação, e alguns reversos
camuflando a escuridão num manto amigo
criando uma solidão que conversa comigo
dos penares e ledices no viver dispersos
A poesia enflora e a ela o prazer bendigo
no ermo do âmago, dos sonhos submersos
e assim, vou metamorfoseado num abrigo
E nesta tal plenitude dos meus universos
a quietude em constância como castigo
feri a lira do poeta em sonetos perversos
Luciano Spagnol
Julho de 2016
Cerrado goiano
A HORA
Sou a poesia que se veste de assa
Sem forma, ou fim, sem tal medida
Escrevo com o coração em arruaça
Nos versos escorrem a minha vida
No tempo que passa, num segundo
Se ventura ou desgraça, vai e vem
São os devaneios de meu mundo
Que compasso, sem ter desdém
A correr, vou levando com graça
O meu destino se vai de partida
Deste modo vou sem a ameaça
E na emoção ter a boa acolhida
Passo adiante, tudo é fecundo
Não há demora por vir, porém
Na estória o pouco é profundo
No caso das horas, sigo além!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
outubro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
dor
escrevo com lágrima
este verso sofredor
de rima sem estima
de pancada e temor
e essa enzima
de um eterno amador
é um gemido, avena
num poema sem cor
onde chora minha pena!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
18 de setembro de 2019
Araguari, Triângulo Mineiro
Inspiração no cerrado
Escrevo diante do cerrado
A inspiração é da cor cinza
Cada galho torto isolado
Desenha versos ranzinza
E nesta paisagem esquálida
Alinha o sol com seus matizes
Tingindo a terra de cor pálida
Em variegados sem deslizes
É tão rico nos seus detalhes
E ásperos nas suas formas
Casca grossa cinzela entalhes
Em divina obra sem normas
No diferente do sertão, sedução
Cada flor na seca ou no molhado
É descoberta, renovo, é criação
Riscando a variedade do cerrado
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
copyright © Todos os direitos reservados.
Se copiar citar a autoria – Luciano Spagnol
Resta o versejar para alentar a gente
Escrevo os versos meus, na saudade
E sensação abafante, a cada instante
Meus versos, dum sentimento errante
Suspira, senti, padece e, então, brade
Ando tão descontente, vago no infinito
Um delírio inquieto nos confins da vida
Sangrando na poesia, tão árdua ferida
Da solidão... Ó escrito frenético e aflito
Repiso as dores que em mim fincaram
Levo no canto as notas que deixaram
Porque o poeta é um genuíno sofrente
Pois, cada verso vertente, nele temos
O diário de tudo, o que, então fizemos
Resta o versejar para alentar a gente.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
28 novembro, 2023, 16’02” – Araguari, MG
Escrevo. Ponto.
Porque necessito.
Porque sou esquisito.
Porque sou à toa!
Ou será por ser ateu, eu?
Escrevo...
Apenas por necessidade.
Sim, um pouco por vaidade.
Ah, escrevo. Ponto. E conto.
As letras misturam-se em minha mente demente.
Escrevo para organizá-las em pensamentos inteligíveis.
Ao expeli-las, as letras, desenlouqueço. Um pouco menos, ao menos.
Escrevo... É o que mal sei fazer. E que mal pode-me fazer?
Escrevo. Vírgula, acento e ponto. Pronto.
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