Escrever
Não acredito. Estou mesmo escrevendo isto? Mas acho que talvez eu tenha achado meu primeiro amor. Justo na Itália.
Não se engane, nada do que eu escrevo segue uma ordem cronológica.
Segue a ordem "corajatória", que caso interesse, é quando me da coragem de me expor e compartilhar.
Que a literatura seja perseguida por sua autenticidade e honestidade, ao invés de vir a ser ovacionada por sua subserviência aos desejos dos inquisidores.
Num mundo paradoxalmente extremo, escrever livremente é um ato de coragem!
As vezes sinto que gostaria que todos ao menos tentassem ser filósofos, tenho certeza que de todas as vidas pelo menos uma lição ou pensamento que nos trás algo novo e eu leio e escrever por este motivo, conquistar ou dar algo novo a alguém.
Arte
indubitavelmente é a base da minha existência ------ costurei-me diversas vezes sob todos os tipos de arte, se hoje escrevo aqui é porque todas as vezes que jurei não aguentar mais, a arte me salvou.
Você perdeu sua namorada. Não quer comer, não quer respirar. Você chora o dia todo. Mas você escreve. Você se tornou um poeta.
Poeira de poesia!
— O mais belo lugar é o caderno de poesias
— Nele se escreve sem medo
expondo os segredos
— Se estamos a beira do mar
— As ondas parecem nos abraçar
— No balançar das águas, ouvimos a brisa sussurrar, doces melodias que conseguem fazer lágrimas rolar
— Palavras chegam, como se estivessem a mergulhar, ou pairando no ar
— Acompanhadas de golfinhos ou estrela-do-mar
— Elas sempre irão chegar
— Tudo se transforma em poesia
— Caravelas, água viva
— Mesmo sabendo que os caminhos são árduos, e que existem pedras no caminho
— O poeta segue a poetizar
— São pássaros saindo do ninho
— Está no sorrir e no chorar
— No sofrer e no amar
— Quem tem sensibilidade, sente poesia no ar… Em qualquer lugar!!
A palavra é minha impressão digital, meu certificado de autenticidade, minha certidão de renascimento.
Escrever me mantém vivo!
Me faz reconquistar a chance de, de vez em quando, casualmente, me reencontrar comigo.
Passo
Sinto aperto no meu peito
Sigo andando meio manco
Sigo, canso e me deito
Sinto, tenho que ser franco
Num poema tão sem jeito
Eu percebo só ter feito
outra página em branco
“Há quem fale pelos cotovelos. Acho que escrevo pelos cotovelos.”
(Gladston Mamede. Fragmentos de um Discurso Manducatório. Instituto Pandectas, 2022)
“Todo livro é um processo que o resultado impresso esconde.”
(Gladston Mamede. Fragmentos de um Discurso Manducatório. Instituto Pandectas, 2022)
VERSOS E AMARGURA
.
Se de mim retirassem os enganos
Em mim apenas acertos restariam
Seria um poeta de versos levianos
Que como bolas de sabão se esvaziam
Prefiro ser alguém cujas conjecturas
Correm o risco de trazer amarguras
Do que ser um ser vivo sem opinião
Prefiro que me calem com mordaças
Do que ao me ouvirem achem graça
Por repetir os gracejos da multidão.
.
Prefiro ser chamado de subversivo
Do que receber afagos dos opressores
Porque tais afagos só são oferecidos
Aos fracos em troca de favores
Com os quais traem a sua dignidade
E ganham uma falsa felicidade
Como troféu para a covardia
Prefiro ter a honra da clausura
Nos frios porões da ditadura
Do que a desonra na democracia.
.
Se de mim retirarem os versos
Ainda me restarão os pensamentos
Que voarão na amplitude do Universo
Montados nas costas do vento
E baterão à porta de Deus
Que atendendo ao apelo meu
Mandará uma forte tempestade
Formada por poesias agudas
Que caindo regarão as mudas
Que aflorarão como liberdade.
“Uso o texto como uma muleta para o pensamento. Penso-me enquanto escrevo. Acalmo-me.”
(Gladston Mamede. Fragmentos de um Discurso Manducatório. Instituto Pandectas, 2022)
Escrevo,
não só sobre mim,
mas pode ser sobre ti,
sobre nós,
sobre a vida,
sobre o mundo,
ou, de repente,
porque me veio à mente.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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