Errante
Olhar distante
Errante
Talvez a buscar erros
Ora ou distantes
Mira um lado que vaga a chorar
A contrastar com outro que ri
Que se diz
Um dia amante, ou quem sabe amado
Olhar de saudade
Sem vaidade
A avançar os dias
Olhar que tem idade.
A poesia é um pássaro errante, voando por mares distantes, só faz pouso e constrói seu ninho nos que acreditam na magia.
O meu Rio.
Eu vi o rio,
Fugindo em sua vazante.
Seguindo triste seu caminho errante.
Procurava por outros rios para "dar a mão" e continuar o seu passeio.
Serpenteia ligeiro entre lagoas e igapós,
Saudando garças e socós.
Foi-se o meu rio,
Deixando em mim as gotas de um vazio.
20 de setembro de 2012 · Editado ·
BORBOLETA ERRANTE
Feito borboleta errante
seu destino ela traçou
de seus entes ficou distante
em novos grpos se agregou
Hoje volta triunfante
aos que dantes longe deixou
o retorno é coração saltitante
saudade é o bem que lá deixou...
mel - ((*_*))
O HOMEM SEM DEUS...
O homem sem Deus no mundo, é um mendigo errante, vivendo de léu em léu; sem rumo. Ferido e cheirando mal (18.02.17).
Pétala Petulante
A última pétala petulante
Que teve a atitude errante
De desprender-se no mal-me-quer
Como ousa, essa que já foi rosa
Que se foi antes de dois dedos de prosa
Não dando tempo de a convencer
Que sem o amor dele
Eu não poderia viver.
Bem-me-quer, mal-me-quer
Por que raios o "bem" nunca finda?
Matei as flores
Arranquei-lhes as pétalas
Agora a vida
Têm arrancado as minhas
Talvez essa seja minha sina
Morrer nessa tal chacina
Onde o amor é o assassino
E eu, a tal da vítima.
Inconstante…
(Nilo Ribeiro)
Inconstante,
assim eu sou,
homem errante,
assim estou
sem lugar,
sem referência,
sem amar,
sem preferência
estou perdido,
estou sem rumo,
ouça meu pedido,
me dê teu mundo
me procuro,
não me encontro,
estou no escuro,
me desaponto
não sonho,
não me alegro,
estou tristonho,
estou cego
as esperanças somem,
a felicidade foi embora,
não sou mais um homem,
apenas um ser que chora
não tenho um querer,
não tenho nada sequer,
só tenho um prazer,
te fazer minha mulher
não sou nada,
ninguém eu virei,
sem você minha amada,
nem vida eu terei…
SEM PÉ NEM CABEÇA
Sou
ligeiramente louca
uma espécie
de ser
errante
uma
desinciplopédia
falante!
Não
me preocupa
a falta
de sentido
vivo
num elo
perdido!
Ainda
ontem eu me
joguei da janela
do terceiro andar
Nada melhor
do que
a vontade
de voar!
Hoje
eu espero o elevador
perdido
entre
os andares
de baixo
quem sabe
se neste
poema desconexo
finalmente
eu me
encaixo?
Ontem fui errante
Neste mundo inconstante
Hoje quero ser melhor que ontem
Uma busca inconstante
Amanhã, se o Senhor permitir
Seguirei avante
Letras Em Versos de Edna
Sim abençoada
Na simplicidade da minha individualidade,errante
Sinto que à cada dia esta sendo mudado,
Pelo Senhor,
Com seu incondicional amor
Eu não merecia... eu sei
Para sempre à ELE exaltarei...
Letras Em Versos de Edna
Qual o destino do poeta errante,
mero diletante ocasional, invasor sideral
qual distraído astronauta acidental,
um venturoso viajor incidental
à bordo do foguete sideral.
Um cometa tresloucado resvalando
pelas noites enevoadas,
qual Príncipe Valente adentrando tavernas medievais,
ora enfrentando os Dragões dos Reis de Espanha,
ora afrontando destemidamente
os mercenários da Legião Francesa,
até mesmo as hordas dos Hunos,
tendo à frente o próprio Átila,
o Flagelo de Deus.
Talvez o destino do poeta seja
o mesmo da rosca sem fim...
(Juares de Marcos Jardim - Santo André - São Paulo-SP)
(© J. M. Jardim - Direitos reservados - Lei Federal 9610/98)
João bobo corpo triste, Homem errante. Contando as estrelas no silêncio das noites. A procura de quem a muito partiu. Coitado Perdeu o tempo já e muito tarde quem sabe amanhã na porta de um bar ou em uma esquina a vagar. João bobo coitado suas noites tão longa Entre um copo e outro, embriagado pela noite, a vagar sem rumo sem reta um só pensamento; aquela dama encontrar, Boa noite.
Vagueio como um errante pelas ruas ermas e orvalhadas, nada escuto além do sussurro do vento, me sinto tão bem. Pergunto-me por quê? Mas o silêncio é a única resposta que ouço. Talvez a madrugada seja mesmo para pensar. Que a vontade de ser feliz seja maior que os nossos cansaços que a força do amor seja verdadeira em minha vida, que haja humildade e compaixão em meu coração. Um homem pode ser forte, e se fazer de forte para passar confiança, mas na calada da noite quando ele conversa com Deus suas lagrimas rolam para acalmar coração.
Estrela errante
Meus olhos procuram você em meio à multidão,
Teu vulto, teu rosto, um consolo...
Por um toque... um sorriso... um pouco de atenção,
Procuro gotas do seu amor no oceano da minha solidão.
E dos passos dantes seguro,
Outrora iluminados pelo brilho dos teus olhos,
Longe de você, é hoje vazio e sombrio,
Vagando no céu como estrela errante solitária.
Procuro por você...
Procuro teu amor...
Procuro por nós dois.
Edney Valentim Araújo
A Oração e o Horácio
Caminhava errante havia dias, meses e anos, quando veio sobre mim uma vontade frenética e aniquiladora por uma xícara de café.
Olhei em volta e, como nada se parecia a um barista decente, optei pelo Balaios, na confluência da Rua XV de novembro com a VII de Setembro. É um bar café pequeno, mas limpo e o barista é de primeira, além dos conhecimentos e experiência necessária, é um ótimo papo.
Cheguei lá por volta das dez e entrei, empurrando a porta de vidro mantida por uma mola que não lhe permite ficar aberta. Segundo me informou o homem do café, manter a temperatura no interior da casa faz parte do ritual necessário ao sabor e degustação de um café verdadeiro. Entre outras inúmeras razões para gostar de frequentar o Balaios, está o conhecimento e a história do café brasileiro.
Para inicio de conversa, ali só se saboreia essa bebida, que dentre todas, é o melhor antioxidante, segundo aqueles que comungam das mesmas crenças ou, pelo menos, fingem que sim. A maior e melhor delas diz respeito a uma verdade incontestável: nosso café abastece o mundo todo com o melhor grão, dentre todos. Não existe melhor café que não seja brasileiro.
Eu não havia depositado minha mochila sobre a cadeira junto a mesa que escolhi, a mesma de sempre, junto à janela que dá para a Rua XV, quando adentrou no Balaios um senhor. Não consegui deixar de notar sua presença. Homens não gostam de admitir quando outros homens lhes chamam a atenção por sua presença física e eu não sou exceção. Tudo nele era atraente. Sua barba branquinha, sua sobrancelha grisalha e seu cabelo penteado, mas longo. Suas roupas lembravam as europeias, mas com um toque bem tupiniquim representado pela camisa amarelo ouro. Calculei sua idade entre sessenta e setenta anos.
Para minha surpresa ele caminhou direto em minha direção, quando chegou a um metro de onde eu estava, estendeu-me a mão e disse:
– “Eu sou o Horácio, muito prazer em conhecê-lo pessoalmente.”
Agora completamente embasbacado, respondi gaguejando:
– “Muito prazer Horácio, eu sou o Lou Mello, desculpe, mas o senhor me conhece?”
– “ Sim claro.”
Respondeu sem titubear. Carlos, o barista, aproximou-se de nossa mesa, Horácio já sentara na outra cadeira fazendo sinal para que eu sentasse também. Sem que eu nada dissesse, ele fez o pedido:
– “Dois capuccinos médios e duas torradas na graxa, por favor.”
Que raios estava acontecendo ali? Quem era esse senhor encantador e presunçoso que sabia exatamente o que eu pediria no Balaios, mas eu nunca o vira antes?
O homem do café distanciou-se. Com dificuldade encarei aquela figura absolutamente cativante. Ele tinha seus olhos azuis penetrantes completamente direcionados aos meus parcos olhos negros. Ficamos assim por alguns segundos, até que ele rompeu o silêncio sepucral que se dera:
-“Lou, vamos encurtar a conversa, pois minha agenda está muito cheia, como sempre. Meu nome é Horácio, de Oráculo, mas você costuma me chamar: Deus!”
Putz! Meu coração passou em segundos para umas cento e oitenta batidas por minuto, podia senti-lo na garganta, fora a maldita sudorese que acompanha essas palpitações inesperadas, fiquei com o peito e as costas molhadas em um instante, e continuou:
-“Aqui estou para ouvir a sua oração. Sabe, você tem me deixado em uma situação muito desconfortável, mas não lhe nego uma certa razão. De fato, deixei você caminhar por aí segundo seu próprio discernimento. Afinal sempre confiei no que havia em você. Gosto muito do seu blog, especialmente quando você deixa seu humor vazar e me critica aberta e corajosamente. A parte que gosto mais é quando você diz que não escuto suas orações por estar ocupado com os magnatas e ai você cita gente insignificante que sobre o que não entende faz ousadas asseverações. Entretanto, suas gracinhas provocaram reações entre os que me cercam. A pressão cresceu tanto que me obrigou a vir ouvi-lo assim, pessoalmente, olho-no-olho.
Nessa altura, passei os olhos pelo pequeno salão do Balaios, a procura do Carlos ou alguém que pudesse me socorrer, pelo menos, chamar o Resgate, pois já esperava um infarto inevitável.
-“Sossegue filho, você não terá nenhum ataque. Eu estou aqui, lembra? E eu sou Deus, como você costuma dizer.”
Então sorriu largamente. Senti-me inexplicavelmente melhor e arrisquei perguntar:
-“O senhor quer ouvir minha oração? Estou entendendo isso direito?
-“Sim, exatamente! Viu, poucas vezes os homens reagem como você diante de mim. Na maioria das vezes que me apresento em forma humana, preciso gastar muito tempo convencendo as pessoas que sou Deus, mas você está convencido depois de poucos minutos e poucas palavras. Então, qual é a sua oração?”
Claro que eu estava me perguntando qual seria a minha oração. Provavelmente essa era uma oportunidade única e eu precisaria acertar em cheio, como se fosse bater um pênalti aos quarenta e sete minutos do segundo tempo, com o jogo empatado.
-“Agradeço a oportunidade”. Falei com pigarro na garganta. “Desejo paz na terra e saúde às pessoas. Gostaria que a miséria diminuísse e, se possível, fosse extinguida. As diferenças so…” Ele fez sinal com a mão direita para eu parar.
-“Lou, não atenderei nada disso e você sabe por quê. Assisti várias de suas aulas sobre mim e sempre me fascinava o quanto você me entendia. O mundo seguirá seu curso inevitável. Criei os céus, a terra e, sobretudo, o livre arbítrio. Serei fiel, sempre, ao meu compromisso, haja o que houver. Quero ouvir a sua oração e nada mais. Sei que você, em sua nobreza, gastaria todo o nosso tempo sem falar de suas preocupações, aquelas pessoais.” Falou assim, enquanto escrevia uma frase no guardanapo, que dobrou cuidadosamente, deixando-o à mostra, sobre a mesa.
Carlos chegou com as xícaras e os pratos, para meu alívio. A pausa me ajudou a recobrar algum equilíbrio, então me enchi de coragem e disse:
-“ Senhor, nunca acreditei que orar era fazer pedidos, como se o senhor fosse o gênio da lâmpada. Minha oração é a mesma, aquela que o senhor disse não ouvir, coisa em que acredito, ou seja, o que eu pediria para quem tudo me deu? Claro que tenho um coceira danada para pedir a cura de meu filho, mas suponho que isso faz parte, também. Assim, aproveito para agradecer-lhe por tudo e peço perdão por tantos furos que dei por essa vida.”
Um sorriso largo e maravilhoso estampou-se naquele rosto luminoso. E arrisquei uma pergunta:
– “E aquela luz que cega quem lhe vê, quando é que vai queimar meus olhos?”
Seu sorriso virou uma grande gargalhada, então. Colocando sua mão sobre as costas da minha mão que estava sobre a mesa, disse:
-“ Lou adoro seu jeitão de falar, de ser e esse seu olhar de criança carente. Sua riqueza é infinita, pois você me conhece como poucos. Siga em frente, meu caro. Esse sempre foi o caminho certo. A minha paz seja convosco.” Falou isso, levantou, beijou minha face e saiu.
Fiquei olhando-o caminhar na calçada da Rua XV em direção ao Largo do Canhão, através da janela, até ele sumir. Olhei para o guardanapo dobrado e arrisquei ler o que ele havia escrito:
-“Pague a conta, por favor.”
TRÁGICO CAPÍTULO
Andaste errante na terra
Enquanto andavas consumiste o melhor dela
Via o desconhecido e não fazia guerra
Pois que é que existe qué melhor do que ela?
Possuiste tamanha grandeza
Para do nativo te esqueceres: índio, negro, mulato
Pois como é que é fácil consumir toda sua riqueza
Criando por onde passa pobreza. Oh, homem ingrato!
Quando valorizarás o que é teu, o que te foi dado
Não acostume-te apenas com a nobreza
Humilha-te em teu seio, nobre bastardo
Terra. Globo universal, mãe natureza
Homem. Alheio, estranho, esquisito
Profanaste toda a tua beleza.
22/03/2018
Um sábio tira veras lições de um passado errante,para apreciar com experiência a sabedoria de um leve tempo presente.
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