Epoca de Cora Carolina

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Demais, a que viria o arrependimento, se era tarde?

Machado de Assis
Iaiá Garcia (1878).
Inserida por heriksgomes

Menina e Moça

Está naquela idade inquieta e duvidosa,
Que não é dia claro e é já o alvorecer;
Entreaberto botão, entrefechada rosa,
Um pouco de menina e um pouco de mulher.

Às vezes recatada, outras estouvadinha,
Casa no mesmo gesto a loucura e o pudor;
Tem coisas de criança e modos de mocinha,
Estuda o catecismo e lê versos de amor.

Outras vezes valsando, e* seio lhe palpita,
De cansaço talvez, talvez de comoção.
Quando a boca vermelha os lábios abre e agita,
Não sei se pede um beijo ou faz uma oração.

Outras vezes beijando a boneca enfeitada,
Olha furtivamente o primo que sorri;
E se corre parece, à brisa enamorada,
Abrir asas de um anjo e tranças de uma huri

Quando a sala atravessa, é raro que não lance
Os olhos para o espelho; e raro que ao deitar
Não leia, um quarto de hora, as folhas de um romance
Em que a dama conjugue o eterno verbo amar.

Tem na alcova em que dorme, e descansa de dia,
A cama da boneca ao pé do toucador;
Quando sonha, repete, em santa companhia,
Os livros do colégio e o nome de um doutor.

Alegra-se em ouvindo os compassos da orquestra;
E quando entra num baile, é já dama do tom;
Compensa-lhe a modista os enfados da mestra;
Tem respeito a Geslin, mas adora a Dazon.

Dos cuidados da vida o mais tristonho e acerbo
Para ela é o estudo, excetuando talvez
A lição de sintaxe em que combina o verbo
To love, mas sorrindo ao professor de inglês.

Quantas vezes, porém, fitando o olhar no espaço,
Parece acompanhar uma etérea visão;
Quantas cruzando ao seio o delicado braço
Comprime as pulsações do inquieto coração!

Ah! se nesse momento alucinado, fores
Cair-lhes aos pés, confiar-lhe uma esperança vã,
Hás de vê-la zombar dos teus tristes amores,
Rir da tua aventura e contá-la à mamã.

É que esta criatura, adorável, divina,
Nem se pode explicar, nem se pode entender:
Procura-se a mulher e encontra-se a menina,
Quer-se ver a menina e encontra-se a mulher!

Machado de Assis
Falenas. Rio de Janeiro: B. L. Garnier, 1870.
Inserida por lubaffa

Só muito tarde te convencerás de que viver não é obedecer às paixões, mas aborrecê-las ou sufocá-las.

Machado de Assis
Ressurreição (1872).
Inserida por Juliansolo

⁠Não há ordenado pequeno ou grande, senão comparado com a soma de trabalho que impõe.

Machado de Assis
Obra completa: Machado de Assis, vol. II. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.

Nota: Trecho do conto O programa.

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Inserida por jorge_henrique_elias

⁠Quem escapa a um perigo ama a vida com outra intensidade.

Machado de Assis
Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881).
Inserida por jorge_henrique_elias

⁠Dir-se-á que a terra volta a ser o que era, quando torna a estação melhor; a terra, sim, mas as plantas, não.

Machado de Assis
Obra Completa. Nova Aguilar: Rio de Janeiro, 1994.

Nota: Trecho do conto Entre duas datas.

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Inserida por jorge_henrique_elias

⁠Guerra – Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.

Machado de Assis
Todos os romances e contos consagrados: volume 1. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2016.

Nota: Trecho do romance "Quincas Borba".

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Inserida por jorge_henrique_elias

⁠Os tempos mudam e as doutrinas com ele.

Machado de Assis
Ilustração Brasileira, 15 nov. 1877.
Inserida por jorge_henrique_elias

Uma eleição sem umas gotinhas do líquido vermelho equivale a um jantar sem as gotinhas de outro líquido vermelho.

Machado de Assis
Ilustração Brasileira, mar. 1878.
Inserida por jorge_henrique_elias

⁠Há um deus para os pais novos.

Machado de Assis
Dom Casmurro (1900).
Inserida por jorge_henrique_elias

⁠Atribuímos as defesas aos defendidos, embora uma pena estranha as escreva.

Machado de Assis
Obra Completa. Rio de Janeiro: Edições W. M. Jackson, 1937.

Nota: Trecho de crônica escrita em 16 de maio de 1865.

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Inserida por jorge_henrique_elias

A natureza é simples. A arte é atrapalhada.

Machado de Assis
Dom Casmurro (1899).
Inserida por jorge_henrique_elias

⁠O destino é a vontade; cada homem faz o seu destino.

Machado de Assis
Obra Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. v. II.

Nota: Trecho do conto A mulher de preto.

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Inserida por jorge_henrique_elias

Quando uma pessoa ou um grupo saem bem, ninguém quer saber do modelo, mas da obra, e a obra é que fica.

Machado de Assis
Dom Casmurro (1899).
Inserida por jorge_henrique_elias

⁠A vida não é um jogo de xadrez.

Machado de Assis

Nota: Trecho do conto Antes que cases.

Inserida por jorge_henrique_elias

⁠A fome é uma das pragas da humanidade!

Machado de Assis

Nota: Trecho de crônica de 15 de março de 1863.

Inserida por jorge_henrique_elias

⁠A alma da gente, como sabes, é uma casa assim disposta, não raro com janelas para todos os lados, muita luz e ar puro. Também as há fechadas e escuras, sem janelas, ou com poucas e gradeadas, à semelhança de conventos e prisões. Outrossim, capelas e bazares, simples alpendres ou paços suntuosos.

Machado de Assis
Dom Casmurro (1899).
Inserida por jorge_henrique_elias

Nem tudo tinham os antigos, nem tudo têm os modernos; com os haveres de uns e outros é que se enriquece o pecúlio comum.

Machado de Assis
“Notícia atual da literatura brasileira: Instinto de nacionalidade”. In Obras completas. Rio de Janeiro: Ed. Nova Aguilar, 1973, vol.III.
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Inserida por joao_gabriel_barbosa

Tudo se acha fora de um livro falho, leitor amigo. Assim preencho as lacunas alheias; assim podes também preencher as minhas.

Machado de Assis
Dom Casmurro (1899).
Inserida por pensador

Há dessas reminiscências que não descansam antes que a pena ou a língua as publique.

Machado de Assis
Dom Casmurro (1899).
Inserida por pensador

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