Envelheca Comigo o Melhor esta por Vir
Até os ratos percebem que o problema está chegando, afogando a cidade eu os vejo, tão pequenos, correndo. É sempre a mesma coisa.
Ela permanece sentada em seu sofá, apática, com seu cinzeiro cheio, mesmo que seja com as cinzas do cigarro roubado do maço dele e sua garrafa vazia de um consolo temporário, que acabou cerca de vinte segundos depois que ele virou as costas. Mesmo ansiosa por sua chegada, ela não quer acelerar um suspiro, manterá sua indiferença.
Ele sabe dizer exatamente como ela se sente só de olhar em seus olhos cinzentos, e quando ele vê que ela está sorrindo e suspirando sincronizadamente, ele parte, a fazendo miserável novamente. Ele parte porque sabe que ela sente sua falta, e nem ele sabe dizer porque ainda ainda volta. Ratos sempre voltam.
Não importa o quanto ela diga, grite, esperneie que testá-la será em vão, pois o fim já havia chegado e ela não sentirá mais sua falta pois ele já não importa mais, ele continuará a ir e voltar como se não tivesse nada a dizer, pois não importa o quanto ela minta, ele sabe ler seus olhos.
Resolveu partir. Ela. Com sua incerteza e depressão se chocando e a corroendo a cada pingo da chuva fria que toca seu rosto. Com sua garrafa vazia e seu cinzeiro cheio de lembranças da memória dele, Ela se afastará para que ele sinta saudades. Pena que não sabe ler os olhos que pertencem a ele. Ela tirou o casaco do mancebo e o vestiu com pressa, prendeu os finos e curtos fios de seu cabelo preto com um elástico que mantinha no pulso, colocou a mão na maçameta e respirou fundo, assim que abriu a porta, ali estava ele. Fingiu que não viu apesar de seus olhos brilharem e praticamente mudarem de cor ao atingir os olhos dele. Ela parte.
Ele a segura segura pela mão e pede num sussurro que ela fique. Enquanto ela o olha de cima a baixo ele entrelaça seus dedos nos dela, como se a prendesse. Ela apertou os olhos como se lutasse contra. Não conseguiu partir depois que ele riu, aquela risada tão única que franze seu nariz. Então ali, no corredor, ficou. Sua raiva hipócrita partiu. Mas aquela risada cheia de cinismo não foi a troco de nada.
“Se tivesse segurado minha mão enquanto eu me afastava, nunca teria partido.
Amado, cansei tanto de te escrever. Meu coração está apertado, dolorido. Chega. Ainda te amo tanto! Mas não suporto mais sofrer. Entende? Será que um dia você vai ser capaz de entender? Cansei de encher o teu ego
MEU MENINO
O menino que fui está distante
Andando sobre algum lajedo,
Vendo o resto das águas acumulado em poças
Buracos que ainda cabem peixes,
Proporcionais, ao tamanho de mim.
Falo das poças dos peixes de ornamento
Querendo saltar o menino, que por aí chora.
E tudo eu faria para ir buscá-lo,
Ter sua companhia, minha que falta
Um pedaço que ficou, melhor
Do que o que se ajoelhou , rezou e partiu.
Eu queria o menino aqui comigo,
Mas como reverter as luas, transgredir as estrelas,
Os invernos que começaram e findaram,
Tantos peixes que no fim morreram.
Mas eu, se me conheço,
Não me dei tempo, e assim mereço.
O menino chora, a essas horas,
Em que as cigarras cantam pro além.
Onde pisam aqueles pés riscados de urtigas,
Onde transportam o menino, que a mim fustiga,
Sua desaparição, seu conforto de algodão,
Suas conversas longas e boas,
Tempos sorrindo à toa.
Com quem ele se parece agora?
Com as mudanças
Que à ele não se assentaram,
É do mesmo rosto, dos mesmos olhos,
É dos mesmos dias, que não se passaram,
Dos mesmos sonhos que não aconteceram.
As estacas de unha-de-gato
Devem estar ainda encostadas no pequizeiro,
Não suportam mais a casa que sonhávamos fazer.
Uma morada de quinze palmos de largura
E nove mãos de altura.
Lá íamos morar agregados de meu pai.
Mas quem para me ajudar agora,
Cavar, fincar estacas, subir a cumeeira,
Bater o piso de malho,
Pendurar as baladeiras, os bodoques,
Espalhar as esteiras
Para dormirmos ao meio dia.
_______________
naeno*comreservas
POEMA DO CÉU
Se eu vier a nascer de novo
Pedirei ao Deus da vida...
Seja esta a vez da minha morte.
Mandai-me velho, com todo o tempo que terei
E deixai que progressivamente eu regresse.
Largai-me cambaleante como uma criança
Nos seus primeiros passos
Que daí eu desça, remoçando
Com a carga pesada de tudo o que é meu
Das coisas que vi e fiz e repetirei de novo.
E siga esquecendo, desaprendendo
Diminuindo ou aumentando.
Destapados os ouvidos, limpos meus olhos
Que eu ouça e veja.
E que tudo vá se diluindo e consistindo
No olhar atento e sentidos perfeitos de moço.
Mas que eu vá me esquecendo,
E o que eu lembre dure o tempo de esquecer.
Que a mim seja da beleza
De primeiro ver o crepúsculo
Pra só depois ver a aurora.
Que as estrelas e a lua, eu veja antes
Que a luz ofuscante do sol.
Que as mulheres se surpreendam
Com os beijos que sugarei de suas bocas
Que eu siga de tudo esquecendo...
Que as estações se invertam
Da forma como eu venho vindo e indo.
Que eu veja as águas que não se repetem
No mesmo ponto do rio
Descidas distas dos meus olhos, um dia.
Que as chuvas primeiras sejam as derradeiras
E eu já colha antes de plantar, antes de arar.
Que o meu primeiro presente, uma bola furada
Dê-me a alegria de um menino encantado.
Que eu desça ou suba esquecendo...
Desaprendendo, perdendo e sendo o sentimento adulto.
Que de repente eu me veja
No regaço de minha mãe sugando o colostro,
E de tudo esquecido,
Que se abram as portas
Por onde entrei e saí pela segunda vez.
________________
naeno*comreservas
O irônico de viver é ter que sorrir para todos e dizer " Está tudo bem" , mesmo você sabendo que ali dentro nada está como o planejado. Quando será que as pessoas vão parar de pensar na sua imagem de se sentir bem ? Perder a vergonha e abrir aquilo tudo que está "socado" em teu coração para poder expressar e mostrar um pouco que também tem sentimentos ? Quando isso acontecer, talvez quem sabe não seremos mais felizes com nosso sentimentos, e talvez quem sabe... Essa melancolia saia de dentro de nós ?
Qualquer pranto, qualquer,
Que seja gerado em teus olhos,
Por esta paixão que se vê,
Ai, amor, a vida entorna.
Morreu foi? Está surdo, mudo, doente, incapacitado? Tem algum problema de memória que te impede lembrar sua crueldade? Não consegue ver o quanto me atrapalhou a vida essa tua forma de continuar indiferente? Que passa nessa tua mente, que vê, mas que finge não ler?
A pista agora está vazia,
Mas ainda reflete os nossos passos,
A luz vermelha, eu em teus braços.
De lembrar o corpo todo se arrepia.
A pista amor, já está vazia,
Mas ainda sinto o ritmo do tango.
A cabeça gira, gira e rodopia,
Lembro de ti, sorrio e não me zango.
Sim, a pista agora está vazia
Mas o prazer, a loucura, a alegria,
Fizeram valer, enfim,
O tango que hoje, reflete assim.
(Dancei o Tango)
Mãos em sanguetada de Jesus vem tocar mim,vem tocar em vem Sr Jesus.Está estou viva pelo seu poder neste mundo,não tenhe poder ,maior que este.Por isso dou Glória ao meu Deus todos dias..
O que fazer quando as coisas, as músicas, as pessoas, e tudo o mais que está a sua volta fazem você lembrar dele?
Acordar e ver que tudo mudou, você está perto de mim, me beijando, me abraçando, dizendo que eu sou a sua vida e que nada nem ninguém vai conseguir nos separar. É com isso que eu tenho sonhado nos últimos meses.
É assim que meu tempo funciona. É assim que minha mente reage. Aqui está meu coração, não diga palavras incertas. Aqui está meu tempo, sua sorte é quem irá definir o modo como ele estará para você, seja pressa ou cautela.
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